A desitência de Garotinho: surpresa ou estratégia?

Não há nada errado no professor ser candidato ao governo estadual. O que me chama a atenção é ver uma decisão ser tomada isoladamente, sem a participação, sequer do partido. Razões há, mas é pouco provável que as verdadeiras venham à tona, apesar da promessa feita neste sentido, no blog do ex-governador, de onde foi retirada a imagem ao lado, do professor Fernando Peregrino junto com Garotinho e sendo cumprimentado pela Rosinha.

Como fica o quadro eleitoral sem a sua participação ainda é uma icógnita. É inegável que suas chances eram muito remotas, mas, também é inquestionável, que o ex-governador seria um concorrente de peso, pela sua experiência nas disputas majoritárias, e na fala direta para o povo, a quem consegue sensibilizar em ondas, jogando ao centro, quase sempre, a disputa do pobre contra o rico.

É provável, que tenha vislumbrado, após a concessão da liminar de ontem (para o bom entendedor, a sentença era testemunha) o quadro que se avizinha em termos de cumprimento do rodo da "Lei Ficha Limpa".

Sua desitência em cima da fita faz um estrago, em termos de prejuízos aos candidatos que apostaram na sua liderança, como candidato ao governo do estado. O caso dos candidatos locais é apenas uma parte deste iceberg que a medida provoca.

Mais que nunca o aceno é para a luta pela preservação do mandato da esposa Rosinha no cargo de prefeita de Campos. É consequência natural a observação de que esta luta se tornará uma obstinação, da mesma forma, que começa a apostar em sucessão política, embora, possa ter atirado na sucessão do adversário que se tornou ferrenho, o atual governador Sérgio Cabral.

Não há mais como lançar mais candidatos. Difícil acreditar que o professor, candidato de última hora, possa, impedir, agora a vitória no 1º turno de Cabral. O voto útil, Cabral ou Gabeira, será feito irreversivelmente.

É evidente, que pela paixão que o ex-governador promove, na forma de fazer política maniqueísticamente, comigo ou contra mim, que a disputa agora tenha ficado menos emocionante, mas nem por isso, interessante.

O ex-governador assim como todos nós, colhe na vida o que plantou: amizades e inimizades, apoios e resistências, isto não é o problema, porque quem não age assim, não vive e a sociedade muitas vezes, tende a ser assim muito hipócrita e desejosa de pessoas, insosas e sem posição.

O problema não são as causas que abraçamos, mas os limites que impomos ou não impomos à prática política que se escolhe seguir. Isto fez Garotinho mudar a sua tática. As pistas do caminho que ele vai seguir já começaram a ser indicadas. É só saber ler e ouvir.

PS.: Atualizado às 21:48: Leia aqui a postagem em que Garotinho explica a sua desistência.