domingo, junho 20, 2010

Leitora questiona comportamento de jovens na Pelinca em Campos

Por e-mail o blog recebeu na quinta-feira, da leitora Maria de Jesus dos Santos, o seguinte relato:
"Caro Roberto: Como vc tem o poder de ser lido por muitos campistas, quero te contar uma história que merece ser conhecida pelo maior número de pessoas para que possamos juntos refletir sobre a situação e, quem sabe, modificar alguma coisa para melhor na maior cidade do estado, mas que se mostra tão pequena, tão provinciana e tão medíocre, quando percebemos o caráter de alguns moradores...Pois bem, ontem ( dia 17/06), uma fria noite de quinta feira, estava eu caminhando pela Pelinca com minha cadelinha e minha sobrinha, por volta de meia -noite, quando presenciei a seguinte cena: um jovem, magro, franzino mesmo, sendo espancado por um bando de jovens (tipo pit boys) em frente a um famoso bar ( onde inclusive estava tendo uma gincana cultural, ou seja, algo divertido e inovador - que todos deveriam aderir...). A covardia era tamanha, que o menino caiu no meio da rua, quase sendo atropelado por um carro que vinha correndo. O motivo da covardia não sei e não interessa. O que interessa aqui é que os jovens brutamontes ( todos meninos de classe média alta da cidade e que vivem saindo em colunas sociais, ex alunos de uma escola cara e elitista) "arrebentaram a cara" do rapaz ( expressão deles mesmos) com o maior orgulho, sendo assistidos por uma plateia inerte e passiva - como se aquilo fizesse parte da rotina de muitos dali. Uma menina ainda saiu chamando todos para entrarem no bar e voltarem a beber tranquilamente, enquanto o pobre rapaz era socorrido por uma menina e um amigo em um táxi. A cena foi tão chocante e rápida, que não tive nem como agir, mas sentimentos de revolta, repulsa e pena dos pais desses mal amados e mal educados jovens, me fizerem te escrever para refletirmos sobre essa situação. Tem sido comum, no mundo inteiro, um movimento de aceitação dos diferentes. O preconceito tem sido amplamente combatido em todos os lugares, mas nessa cidade, vemos claramente que existem redutos da elite ( como é o caso da Pelinca), em que se as pessoas não condizem com o modelo esperado, elas não podem ousar entrar. É muito mais comum do que se imagina esses pit boys ( jovens tão esmeradamente malhados nas nossas academias de ginástica, frequentadores de missas nas igrejas de bairros nobres, estudantes univesitários, filhos de famílias reconhecidas por aqui) "barrarem" os diferentes exibindo comportamentos conhecidos como BULLYNG ou arrumando brigas covardes para expulsarem essas pessoas do seu reduto. Sei disso por minha sobrinha, jovem também(linda por sinal), que prefere namorar rapazes de outras cidades a se envolver com esses jovens socialites (muito bonitos fisicamente, até mesmo educadinhos, mas totalmente vazios de caráter e humanidade). Te escrevo para te pedir: será que não existe uma maneira de combatermos esse comportamento, antes que ele cresça ainda mais e tome conta dessa cidade, que tem tudo para crescer em uma boa direção tanto quanto seguir em direção oposta... Obrigada por sua atenção."

15 comentários:

Manoel disse...

Aposto quanto quiserem que os pais desses valentões enriqueceram ás custas dos royalties que deveriam melhorar a vida de todos...

Anônimo disse...

O inconsciente se expressa na fala à revelia da intenção do sujeito

Excelente comentário de Maria de Jesus dos Santos.

Porém, a citada autora, ao escrever, revela que o ser humano não tem tanto valor assim:

"(...)estava eu caminhando pela Pelinca com minha cadelinha e minha sobrinha".

Anônimo disse...

Até que enfim foi publicado um comentário do leitor que não é falar mal da Prefeitura.
Só falta dizer que a culpa é de Rosinha e Garotinho

Rudy Klug disse...

Tem sim, continuar educando os jovens como a sua filha bem longe dos socialites. Pessoas dessa estirpe sempre existiram e sempre existirão. O rapaz que apanhou tem que dar um jeito de punir legalmente os agressores dele e se educar longe do meio em que compartilhava com os pit boys.

Não precisa ser forte para ser covarde, eu já vi o mesmo acontecer com o caso contrário. O forte apanhar dos fraquinhos, pois era forte mas não era dois. E ele não tinha feito nada... Apanhou de graça.

Ou seja, covardia acontece o tempo todo numa cidade nojenta como a nossa. As escolas particulares estão cheias desse tipo de comportamento há, pelo menos, quinze anos. Nas públicas isso não acontece porque os perigosos vão armados para a escola. Atenção: falo por experiência própria.

Não tem como resolver isso na cidade inteira, de uma hora para outra. Resolva na sua casa e está bom demais.

Anônimo disse...

Pof. Roberto Boa tarde,olha está havendo uma blits aqui perto do host. são josé na baixada. Eu acho q isso é uma vergonha, uma covardia q faz com o povo da baixada, pq n faz blits ai na Pelinca? Só faz com o povo humilde. Nao seo se é do conhecimento do Batalhão. Houvi dizer q está proibido de fazer isso. Vc poderia ajudar professor, ligr ai p o batalhão para saber se houve esta ordem. Afinal pq só com o povo da baixada? e outra, eles só fazem na hora do almoço. Eu desconfio q eles estão fazendo escondido, q é justamente em frente onde eles apanha almoço deles.

Anônimo disse...

Manoel
será que não foi pessoas ligada a prefeita?
É tantos comentários sem noção

Agora vamos ao assunto, os pais tem certas influências nesses casos.

Anônimo disse...

O comentário inicial tem procedência porque moro na Pelinca, num apartamento bem localizado e, depois de uma certa hora você só vê coisas desagradáveis. Filhos de ricaços,em seus carrões, que frequentam rodas sociais, escolas renomadas altamente drogados e fazendo covardia com os humildes que passam pelas calçadas.Esse é um comportamento típico desses jovens. Não se vê só em grandes centros as barbaridades aqui descritas. Nossa Campos, infelizmente, é palco para tudo isso e muito mais.De policiamento estamos a pé, Guarda Civil Municipal, ai..., dispensamos comentários: nunca vi tanta gente incapacitada numa área só.
Prof. Roberto, agora com essa da possível interrupção do governo Rosinha, o senhor verá quantas coisas podem acontecer. Olha que não sou a favor do casal, nunca fui. A quem apelarmos???

Marcelo Bessa disse...

É a certeza da impunidade que gera isso: nossas leis são fracas demais.
Um abraço.

Anônimo disse...

Educai as crianças e os jovens hoje para não punir os adultos de amanhã

Roberto Torres disse...

Triste episódio, mais infelizmente corriqueiro,nao só em Campos, vale lembrar. Lembremos o caso da empregada doméstica espancada num ponto de onibus na Barra da Tujuca. Os jovens justificaram o ato dizendo que achavam ser uma prostituta.

É bem possível que a certeza da impunidade seja a razao desse comportamento, como disse o Marcelo Bessa. Mas DE ONDE VEM E PARA QUEM VEM está certeza?

Observando o corte de classe/raca no sistema prisional brasileiro (o dos EUA é bem parecido com o nosso)é impossível nao concluir que esta CERTEZA DA IMPUNIDADE tem endereco certo, é um privilégio dos "bem nascidos". "Ah, dirao os "espíritos de porco", mais entre os pobres também há violencia, talvez até mais. Voce esta procurando chifre na cabeca de cavalo com essa coisa ultrapassada de classe social, é tudo uma questao de caráter pessoal".

Eu nao acho que classe social seja uma explicacao para tudo no mundo. Inclusive as classes sociais mudam, como parece ser observáveö no Brasil atual. Mas existem algumas coisas que nao sao explicáveis sem observar que ninguem está solto no mundo, que nao é por acaso ou por uma mera "questao de caráter" - este é sempre um produto de nossas relacoes sociais - que um "pit-boy" de família rica e influente, embora imbecíl em vários aspéctos, tenha a certeza de sua impunidade. Como nao ver que esta certeza da impunidade é produto do privilégio de classe assegurado pelo funcionamento da lei se a punitividade com os pobres e negros é absurdamente elevada quando comparada com a dos "bem nascidos"?

Fiz esse comentário grande e chato rs porque nao creio ser razoável explicar os modelos e tendencias da acao (ou o caráter, se prefererirem) sem pensar na formacao/construcao social da pessoa.

O relato levantou o debate sobre o que foi feito com esses rapazes em casas para que se comportem de tal maneira. Talvez um dos dilemas das classes privilegiadas no Brasil é que, mesmo quando tentam educar seus filhos para que aprendam que todos sao iguais - pelo menos perante a lei - nao consigam se livrar da tarefa de indicar o contrário, ainda que de modo silencioso e opaco.

Carla disse...

Resultado da educação que recebem em casa: tem tudo o que querem, quando querem, dinheiro, carro, boas escolas, roupas de grife. Se matam para sair nas colunas sociais da cidade, para ser O gato manda ver, o muybelo, ou o gato sei lá de quê de que jornal... Pessoas fúteis que de tão presas em seus mundinhos pequenos e círculos de amizade limitados se acham referencial, e quando vêem alguém que não corresponda ao "referencial", o tratam dessa forma.
A exemplo do que já foi feito em outros municípios brasileiros, o juizado da infância e juventude daqui poderia baixar a lei do toque de recolher para menores de 18 anos. Isso tiraria da Pelinca aquela pirralhada sem noção que quase congestiona a rua e lota os bares, faria com que ficassem um pouco mais distantes das brigas, do cigarro, das bebidas alcólicas. As vezes, quando vou a Pelinca tenho a impressão de que estou em um playground...
O Conselho Tutelar deveria fazer umas visitinhas à área...

Anônimo disse...

Família: primeira ação educativa!

Segunda necessidade: policiamento...
noturno!!! Ação educativa...com interferência real!

Os grupos que trabalham con dependência química afirmam que essa juventude terá um quantitivo alarmante de alcolistas quando estes estiverem na faixa dos 30-40anos!!!!

Educação!!!
Investimento ainda não efetivo no Brasil!!!!!

Anônimo disse...

As Escolas de classe média alta não dão conta do recado porque esses adolescentes chegam em seus carrões contando as noitadas e os "educadores" que se dizem de ponta nada conseguem fazer.Tudo fica reduzido a sorrisos amarelos e jogam logo para a família a boa parte da culpa. A Justiça não se preocupa porque o fato não está consumado. Só trabalha com a concretude no papel, nos " Boletins de Ocorrência" e essa juventude não visita Delegacia e, por ai a história vai se desenrolando. Os jovens que frequentam Pelinca e adjacências já estão acostumados a dominar a área, a desfilarem com garotas de programa universitárias, muitas vezes. Nossa crítica se esvazia a medida em que não sabemos onde se encontra o fio da meada.Infelizmente, a verdade é essa.

Adriana disse...

Muita coisa estranha no relato dessa senhora. Sai de la depois de uma e vinte da manhã e não tinha havido absolutamente nada. Ela tb relatar que viu uma briga e identificou rapazes que saem em colunas socias e além disso identificar a escola onde eles estudaram é um pouco demais... de noite, no escuro, e vc consegue saber onde as pessoas estudaram? Incrivel!!!
Quanto á brutamontes e pitboys, só se sairam de algum outro lugar, pois o que tinha lá eram rapazes, moças e familias como a minha, onde inclusive haviam dois adolescentes com suas mães. Quanto ao fato de "barrarem diferentes" soa muito mal, pois realmente tinha uma mesa com uns jovens fazendo estilo "revoltados", onde um dos rapazes alcoolizado tentava a todo instante arrumar confusão... então essa senhora pra saber que queriam barrar diferentes (se fosse o caso) devia estar com seu cachorrinho passeando lá dentro do restaurante.Sou contra todo tipo de violencia,mais não se justifica inventar fatos pra emitir opiniões.
Fui uma das ultimas a sair do restaurante e até esse instante não houve nada, absolutamente além de um alcoolizado incomodando...
E o que é pior, dizer que a sobrinha namora pessoas de fora pra não namorar socialites beira o ridículo... é so escolher quem não sai em coluna social gente!!!

Anônimo disse...

São os famosos "colunáveis"!
ECA!