65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, julho 16, 2010
As eleições, a contradição, o dever de bem informar e, acima de tudo, o direito do povo no acesso aos candidatos que desejam ter a sua representação
Ao me dirigir hoje, de Campos para o Rio, para reduzir o stress da estrada (sempre muito cheia) e entreter o tempo, sem perder o cuidado com a direção, o blogueiro veio ouvindo notícias pela CBN. Entre 17 e 19 horas diversos flashs produzidos pelos repórteres da rádio que acompanhavam o evento político foram ouvidos.
Era marcante e perceptível a má vontade, a confrontação e a repetição de que o evento provocava um congestionamento monstro e aí citavam o nome dos candidatos e diziam que eles eram os reponsáveis por ocupar a avenida Rio Branco, da Candelária até a Cinelândia com um comício político.
Saía um e daí a cinco minutos voltava outro e a cantilena era a mesma. O mais estranho era a afirmação contraditória de que o público seria de "mais de 6 mil, segundo a PM". Primeiro porque ninguém se refere a público de evento desta forma, "mais de..." ou "menos de...", se ainda fosse de "cerca de..."
Em segundo lugar, porque seria contraditória a informação, de que a caminhada e o comício causavam um "congestionamento monstro com repercussões em vias, para além do centro da cidade", se o público era tão restrito como tentava demonstrar a informação da jornalista que informava ser de "mais de 6 mil".
Tem gente que pensa que o ouvinte, leitor, etc. são bobos e não percebem as mensagens subliminares (ou nem tanto) que os veículos, ou mesmo seus profissionais, tentam passar para o receptor da informação. Por isso, cada vez mais eles (nós) preferem as mídias interativas nas quais podem contestar, corrigir e debater a informação que está sendo veiculada.
O blog não sabe quantas pessoas (ou cerca de...) compareceu ou passou pelos eventos (caminhada mais comício). Li rapidamente na rede números bastantes díspares como já imaginava. Infelizmente não pude estar presente para passar a minha própria avaliação.
A chuva na estrada a partir de Casimiro de Abreu foi intensa e permanece aqui no Rio de Janeiro. Por conta disso, há que se imaginar, que não é algo simples reunir gente nestas condições.
De qualquer forma, este fato ou suas versões, sobre o número de pessoas pouco importa, diante do que o blog desconfia sobre as pressões que tentam jogar a população contra manifestações populares e democráticas, num processo eleitoral, em que a população pode, ter o direito de ver e ouvir seus candidaos.
Tem gente que parece querer impedir isto. Não me refiro apenas a impertinência da observação dos jornalistas da CBN, já que li agora pouco pela grande rede, que candidatos também usaram artifícios e argumentos semelhantes sobre o evento político.
O local, da avenida Rio Branco da Candelária até a Cinelândia, é um local tradicional de manifestações políticas e é bom que continue ser a assim, usada pelos diversos candidatos, hoje Dilma e Lula, amanhã Serra, depois Marina, etc. O que não é aceitável é esta impertinência de que não pode isto, não pode aquilo, atrapalha e etc.
A democracia tem que ser elegre e participativa. Imagino que tenha quem queira que a gente só veja os candidatos pelas TVs, rádios, jornais, internet, etc. com intermediários e interesses, muito interesses...
O uso destas mídias para chegar ao grande público é interessante, mas não devemos afastar os eleitores dos candidatos que pretendem ser seu representante, tanto no legislativo quanto no executivo.
A Justiça já está presente demais nesta área da Política, quando deveria ser apenas árbitro nos descumprimentos legais. Não queremos a Judicialização da política e das eleições.
"O poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido", mas para isto ele tem que ter o direito a todo o tipo de acesso ao candidato e depois ao representante escolhido. Fora daí, estaremos falando de qualquer outra coisa e não de democracia. Salve o debate, as eleições e o direito do povo escolher seus representantes.
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3 comentários:
Caro Professor, bom dia!
Infelizmente a Judicialização da Política terá que ser cada vez mais exigida...veja no link abaixo um video em que um carro a serviço da Prefeitura do Rio transportava material de campanha da candidata do PT para o comício de ontem no centro do Rio:
http://www.youtube.com/watch?v=L5PhYCqX6_U&feature=player_embedded
Caiu no esquecimento...
O Diário(17/10)
“A menina foi torturada”. A informação é do delegado titular da 146ª Delegacia Legal (DL/Guarus), Márcio Caldas, se referindo à criança que apareceu com ferimentos no corpo no último sábado (10).
Segundo o delegado, o laudo oficial do exame de corpo de delito do Instituto Médico Legal (IML/Campos) esclareceu que a garota sofreu lesões por ação térmica, vindo a ser queimada em várias partes do corpo.
Márcio Caldas disse que vai apurar o caso para que chegue ao autor, que irá responder por crimes de tortura (Lei 9.455/97), cuja pena é de reclusão de quatro a 10 anos.
PS
E o caso "Meninas de Guarus"(pedofilia envolvendo vereadores)?
Na minha avaliação não foi uma manifestação do povão, e sim uma passeata a onde estiveram diversos partidos políticos o que é bom para a nossa democracia,mas infelizmente não conseguiram atrair um bom público,uma coisa é certa quando o povo quer professor, não tem chuva e nem sol de quarenta de graus, exemplo: diretas já e outros movimentos... sem o apoio da Globo lembra disso,resumindo foi um fiasco o Cabral levou tinta um forte abraço professor.
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