O blog do Luiz Nassif foi à caça da diferença entre as "metodologias" usdas pelos dois institutos:
"Para dirimir de vez as dúvidas sobre as diferenças entre o Datafolha e o Vox Populi, enviei agora o seguinte email para Mauro Paulino, diretor do Datafolha.
Prezado Mauro Paulino,
Hoje abri uma discussão no meu Blog sobre as discrepâncias entre o Datafolha e o Vox Populi.
Com a ajuda dos leitores, resolvemos entender melhor o fator telefone. Depois, completei a análise com dados relevantes de Marcos Coimbira.
Em síntese, chegou-se à seguinte conclusão:
1. A amostragem do Vox Populi abrangeria o perfil definido pelo PNAD, através do sorteio de regiões e de casas. A entrevista é feita na residência do entrevistado. Já o Datafolha se basearia em questionários colhidos na rua.
2. Como toda pesquisa exige uma auditoria posterior, da próxima empresa, visando auferir a consistência dos questionários, no caso do Datafolha só entrariam pesquisados que tivessem telefone – fixo em casa, no trabalho ou celular.
3. Segundo o Marcos Coimbra, nas pesquisas do Vox Populi esse contingente representa 30% do universo pesquisado. E, aí, há uma votação maciça pró-Dilma. Segundo Coimbra, um corte nas pesquisas do Vox Populi, considerando apenas a população com telefone, o resultado seria semelhante ao da Datafolha. Confirmado esse dado, estaria aí a explicação para a discrepância nos resultados dos dois institutos.
Para tentar esclarecer os fatos, indago então:
Qual o tratamento dado pelo Datafolha aos pesquisados que não têm telefone?
As pesquisas são descartadas ou não?Poderia fazer um corte nas pesquisas e apresentar os resultados para presidente em dois cenários: apenas com os entrevistados com telefone; e os entrevistados sem telefone.
No caso dos entrevistados sem telefone, caso suas entrevistas sejam utilizadas, como é feito para avaliar a consistência das respostas e se o trabalho do pesquisador foi de fato realizado?Qual o número de pesquisadores utilizados na última pesquisa Datafolha?"
Abaixo Nassif traz à tona uma postagem de setembro de 2006, em que já se questionava a diferença que a questão dos entrevistados com e sem telefone poderia trazer enquanto distorção em relação ao eleitorado brasileiro:
"Desde 2006 Datafolha sabia diferença entre com e sem telefone"
Enviado por luisnassif, dom, 25/07/2010 - 18:07
Por Lauro Melo
15/09/2006 - 09h56
"Liderança de petista é menor entre quem tem telefone, diz Datafolha"
da Folha de S.Paulo
Cruzamento de dados feito pelo Datafolha mostra que é bem menor a vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Geraldo Alckmin (PSDB) entre eleitores que têm telefone fixo.
Enquanto no geral Lula lidera por 50% a 28% e venceria no primeiro turno, entre os que têm telefone, a diferença cai de 22 pontos para apenas cinco: Lula tem 41%, e Alckmin, 36%.
Dos entrevistados pelo Datafolha nos dias 11 e 12 de setembro, 45% declararam ter telefone fixo, e 55%, que não têm.
A maioria do eleitorado de Alckmin tem telefone: 58%. Já entre os eleitores de Lula, apenas 37% possuem o aparelho.
O cruzamento ajuda a explicar o fato de os levantamentos internos feitos diariamente pela campanha de Alckmin, por telefone, produzirem sempre resultados mais favoráveis ao tucano do que os apontados pelas pesquisas em campo."
Abaixo o cabeçalho que o pesquisador usa para a entrevista:
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