Manifestação está mais para campanha do que para luta de retomada do mandato

Antes que reclamem sem motivo, o blog não está condenando a manifestação pública. Na sociedade democrática em que vivemos, a manifestação pública, desde que ordeira, ela é um direito do cidadão, independente da justeza de seus motivos e objetivos. E ponto. Esclarecido de antemão a questão, a nota, quer apenas levantar a questão de que os objetivos da mobilização dos partidários de Garotinho e Rosinha é antes de qualquer outra coisa, uma estratégia de manter aliado seus apoiadores para a nova eleição da prefeitura e, ao mesmo tempo, para a Câmara Federal e para a Alerj, em outubro. O blogueiro não á advogado e nem um acompanhador das decisões do TSE, onde ainda poderia existir uma mudança do quadro político local, com o adiamento da decisão de uma nova eleição, ou, eventualmente, da decisão da permanência da prefeita Rosinha no cargo por uma decisão do Colegiado, contrária, ao colegiado do TRE-RJ, e ainda, da decisão monocrática do pedido de liminar de revisão da decisão do TRE-RJ, proferida pelo ministro Marcelo Ribeiro. Porém, quem acompanha mais de perto o Tribunal Superior sabe que o ministro Marcelo Ribeiro é tido como um como um dos mais conservadores, em decisões de revisão dos resultados eleitorais, emitindo a maioria de suas decisões, a favor dos recursos que garantam a permanência no cargo de representantes do povo eleitos para diferentes cargos, quando estes são arguídos de descumprimentos de normas e regimentos eleitorais. Sendo assim, se esta premissa estiver correta, considerando a posição do ministro, em relação à maioria daquela Côrte, inclusive, em casos de perda de mandatos de governadores de estado, pode-se perfeitamente especular, que são remotíssimas as chances da prefeita reformar a sentença que lhe destituiu do cargo. Considerando a experiência que o casal de políticos tem na seara e no ambiente da disputa partidária e ainda, nestas decisões da Côrte que rege os processos eleitorais, o blog não tem dúvidas, que ele já analisou o quadro e já deve ter concluído que as chances de Rosinha retomar a prefeitura são escassas. Desta forma a alternativa que resta a Garotinho e Rosinha é a luta para retomar o poder, observando que isto tende a ocorrer, num contexto misturado às eleições estaduais e nacional, em que ele é um dos candidatos à Câmara Federal e a filha Clarissa, à Alerj. Assim, embolar esta eleição e tornar a de prefeito, não tão próxima que aconteça antes da eleição de outubro, e não tão distante, que faça a população se distanciar do mandato de Rosinha com a indefinição sobre o mandato do irmão, seria uma das possíveis estratégias, talvez, próxima a de uma decisão de realização de eleições conjuntas em outubro. Por tudo isso, se aproximar da população, mostrar força, manter sob controle os militantes e aliados, é, em qualquer que seja o detalhamento do cenário, a estratégia primeira. Para ganhar da oposição e de um grupo significativo que hoje quer se ver livre destes dois grupos não será tarefa simples. De certa forma, o quadro atual, quando comparado à campanha de 2008, mesmo tendo sido esta muito acirrada, é mais complexa, porque a situação de oposição ao desgoverno de Mocaiber, não cabe mais no figurino de quem até aqui, ou mesmo com Nahim, é governo. Pois bem, diante de tudo isto a campanha para retomar o poder no município, terá o acréscimo do discurso de vítima perseguida e amanhã às 9 horas da manhã estará nas ruas. Enquanto isto, quem não lhe quer no poder, ainda não começou a conversar sobre o quê fazer.