Os objetivos de Serra com o aumento dos ataques sucessivos a Dilma e ao PT

Não é gratuita e nem por acaso, o aumento do tensionamento empreendido por Serra contra Dilma e contra o PT. O caso da acusação da relação com a Farc. A acusação de que ela muda de posição, que depende de Lula para tudo, etc. é tudo um caso pensado e bem pensado. Serra sabe que ao fazer este tipo de acusação não ganha nenhum voto. Quem bate perde, todos os especialistas em campanha eleitoral sabem disso. Serra sabe disto mais ainda, já que sempre trabalhou alicerçado com pesquisas de opinião. A polarização com acirramento tende a afastar os eleitores, na medida em que Dilma, ao ser acusada por Serra, tende a ser procurada pelos jornalistas para responder as acusações de Serra, de seu vice e do PSDB. Mesmo que a candidata do PT não diga nada, não responda, sua “não fala” vira notícia do tipo: Dilma deixa sem resposta acusação de Serra, Índio, etc. O que Serra está de olho é na possibilidade de afastar de Dilma, mesmo que seja direcionando para Marina, o voto do eleitor que não gosta desta briga de palavras, mais ainda, os que estão em dúvida do seu voto, que não escolheu entre um e outro, e ainda dos que gostam de Lula, mas ainda não sabe que Dilma é a candidata do presidente mais bem avaliado da história do Brasil. Ou, por último, daqueles que por um motivo ou outro não simpatizam com a candidata do PT. No atual estágio de campanha o que Serra quer tentar evitar é a subida de Dilma nas pesquisas. Se isto ocorrer, o quadro para Marina ficará quase impossível e a tendência do voto útil se consolidará, e neste caso, a tendência é que o financiamento e as dúvidas caminhem cada vez mais para Dilma, junto daqueles que vão descobrindo que ela é a candidata do Lula. Aí está a verdadeira estratégia de Serra com os ataques que estão sendo considerados demasiados até por seus partidários: evitar um distanciamento de Dilma. Serra sabe que se Dilma colocar uma diferença próxima de 10% sobre ele o quadro ficará muito difícil. Assim jogar a decisão para a frente, para depois dos debates, do avanço da campanha é a única alternativa para o candidato do PSDB avançar com alguma chance na disputa. A estratégia contém uma dose de risco, mas, risco maior é ver a candidata do Lula se distanciar na disputa. Nesta estratégia, o DEM, que ofereceu o vice na chapa do PSDB, deve ter uma contribuição grande, até pela declaração do seu presidente que disse que se pode até perder a eleição, mas não o discurso. A conferir!