65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
domingo, agosto 08, 2010
As duas fazendas da EBX: Saco Dantas e Caruara
O grupo EBX, do Eike Batista, quando decidiu investir no Açu comprou estas duas fazendas numa tacada só e a preço, na época, acima do mercado. Em seus projetos, a primeira fazenda, Saco Dantas, sediaria a unidade de beneficiamento de minério (pelotização), o porto e a termelétrica a carvão.
Na segunda, a Caruara, a EBX planejou implantar o seu distrito industrial. Ali outras empresas poderiam se instalar e para o qual ele ofereceria, terreno, luz, e logística de transporte se transformando em sócios destes novos empreendedores.
Ao fazer o licenciamento ambiental, as exigências feitas pelo Inea, na época Feema, a localização da fazenda Caruara próxima às lagoas da região e à necessidade de atenuação dos impactos ambientais que o empreendimento básico iria produzir na região, acabou escolhida para ser uma Unidade de Conservação Ambiental.
Por consequência disto, surgiu a necessidade de buscar outras áreas, que são estas que estão sendo desapropriadas e sob questionamentos de produtores daquela região.
Pois bem, pelas informações que o blog recebe é exatamente esta área que sofreu com o incêndio que começou no início da tarde de ontem. Fala-se que a sua dimensão seria de aproximadamente 100 alqueires. Nesta época a seca sempre produz este risco, mas será que um incêndio desta proporção já ocorreu em épocas passadas?
A foto abaixo mostra a fumaça registrada da área central de Campos na tarde de ontem, já por volta das 16 horas. Pelas informações, assim, depois do incêndio, a Unidade de Conservação terá que ser estruturada a partir do zero. Lamentável!
PS.: Atualizado às 13:04: Informação recebida da Ascom da LLX:
"Prezado Roberto
Segue abaixo nota sobre o incêndio
A LLX informa que:
- Por volta das 12 horas de sábado (07-08), foi registrado foco de incêndio na Fazenda Caruara, de propriedade da empresa, no 5º distrito de São João da Barra. A empresa acionou o Corpo de Bombeiros e equipes da Defesa Civil para o combate ao incêndio que atinge extensa área.
- Por se tratar de local de vegetação densa, as equipes encontraram dificuldades para combater o incêndio. A empresa não poupa esforços no combate ao incêndio e disponibilizou recursos - máquinas e equipamentos (tratores) - na tentativa de melhorar o acesso ao local.
- A LLX e o Corpo de Bombeiros vão averiguar as causas do incêndio.
Assessoria de imprensa LLX."
PS.: Atualizado às 17:14:
Por e-mail o blog recebeu o comentário relativo a esta nota:
"Sobre as informações dadas pelo seu blog me vem algunas dúvidas;
1) Os orgãos ambientais como a FEEMA/INEA fazem estudos e exige contrapartidas para dar licenças Ambientais aos empreendimentos, como citado na matéria e não foi feito por nenhum orgão um estudo sobre os impactos para os Agricultores esse busca por novas áreas.
2) Qual o orgão responsável pelo estudo sobre o Impacto da população sobre novos investimentos conforme os citados.
3) É mais fácil expulsar a população através de conchavos políticos ao inves de atender as exigencias do INEA.
4) Se tivesse pegado fogo em uma propriedade rurual nossa a polícia/IBAMA/INEA já estaria na busca do proprietário alegando ser queimada.
5) Nossas vidas valem menos que as dos bichos que vivem na região, pois para os amimais tem orgãos que impedem/embargam os projetos, mas contra a população ninguém se preocupa e ficou mais fácil não atender ao INEA e pegar nossas terras.
6) Como conhecedor da região e ciente da situação, qual sua opinião sobre a desapropriação em São João da Barra.
7) Se os bichos podem viver em paz, por que depois que do porto eu não posso?
Alerta...
Uma funcionária da MMX está passando de porta em porta no 5º Distrito para pedir autorização para medir as propriedades onde irá passar uma linha de energia para o porto e mesmo ninguem assinando para liberar (outra desapropriação), as terras estão sendo invadidas durante a noite por funcionários da MMX o que é invasão de propriedade privada...
A desapropriação para o asfalto até o porto, até hoje ninguém recebeu R$ 1,00.
O INDIO QUANDO ESTÁ SE SENTINDO AMEAÇADO METE A FACA...
Agropecuarista Saojoanense,
O Indignado!!!"
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2 comentários:
Boa Noite Roberto,
Existem pessoas la na regiao que moram la a mais de 50 anos, nunca aconteceu um incendio desse, isso e a maior armação do mundo. O fogo comecou sabdo meio dia + ou -, se eles quisessem apagar eles terriam apagado pois possuem muitas maquinas que poderiam ter feito aceros muito rapido impedindo que o fogo se alastrasse. Eles queriam mesmo e que o fogo acabasse com tudo.
Eles estao fazendo o que querem e a prefeita de la nao faz nada, estao fazendo uma maldade com o povo.
o pessoal da associacao tem as filmagens do incendio e de toda movimentacao deles voce tem que ver.
como faço para te mandar as fimagens?
abs..proprietario rural do quinto distrito de sao joao da barra
Só quem acredita em papai noel e saci pererê, acredita q esse incêndio foi natural, desse tamanho nunca aconteceu na região. O incêndio foi exatamente na região destinada a preservação, isso é muito estranho e ñ é difícil supor quem são os culpados.
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