segunda-feira, agosto 09, 2010
Entrevista no JN
Na edição de hoje a entrevistada na série com os presidenciáveis foi a candidata do PT, Dilma Roussef. A participação dos apresentadores, especialmente o William Bonner merece sua análise.
É natural que os jornalistas perguntem, apertem os candidatos tirem posição deles que normalmente não sai numa entrevista comum. Porém, salvo engano deste blog, nos 12 minutos de entrevista hoje com a Dilma, o jornalista exagerou, não apenas, em criar dificuldades para ela usar o seu tempo de resposta, até o ponto em que a própria esposa, a Fátima, interveio aparentemente preocupada com a repercussão que este encaminhamento da entrevista poderia ter.
Ainda assim, a candidata se saiu melhor do que o que poderia se esperar, embora o tiroteio, aparentemente era para ver se a candidata se alterava para dizer que ela é dura no trato pessoal, símbolo que parecia estavam querendo imprimir.
Pior do que a forma as perguntas foi a escolha das perguntas. Não é difícil identificar que todas elas trataram de temas que não são do dia-a-dia do cidadão comum, a maioria sobre política, sobre número de PIB, BRIC, etc.
Vamos ver como será com os demais. Para Dilma foi ótimo. Abaixo posto o vídeo da entrevista que eu deixo para você analisar e também comentar:
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14 comentários:
Enviado por luisnassif, seg, 09/08/2010 - 22:10
Essa campanha vai entrar para os anais do humorismo brasileiro.
Na entrevista com Dilma Rousseff, William Bonner apresentou como fato comprometedor o apoio de José Sarney, Jader Barbalho e Fernando Collor de Mello, apontados como "coronéis" políticos.
Esqueceu de um detalhe: além de coronéis políticos, são coronéis eletrônicos. E todos fazem parte da Rede Globo de Televisão.
Enviado por luisnassif, seg, 09/08/2010 - 21:18
A entrevista de Dilma Rousseff ao Jornal Nacional foi laboratório amplo de como o jornalismo pode utilizar estereótipos vazios em uma campanha eleitoral.
Não se vá exigir de William Bonner e Fátima Bernardes – dois ótimos apresentadores – conhecimento que vá além dos bordões das televisões. Quem detém mais conhecimento são comentaristas, especialmente os que passaram pela imprensa escrita, antes de chegarem à TV.
TV aberta não privilegia conteúdo. Trabalha sempre em cima do bordão, em geral repetitivo para poder alcançar a faixa mais ampla de público. Como tal, há um nivelamento por baixo. A arte na TV aberta consiste no apresentador falar uma banalidade em tom grave e convincente.
Mais que isso, em emissoras partidárias – como é o caso da Globo – cria-se um mundo à parte, força-se a reportagem sempre em uma mão única. E aí sucumbem vítima de um problema bastante estudado na sociologia da comunicação: acreditam que o mundo real é aquele espelhado em suas reportagens; e, como não há o contraditório interno, acredita-se na eficácia de bordões que, na verdade, só são eficientes quando não existe alguém do outro lado para rebater.
William Bonner estreou as pseudo-sabatinas do jornal nacional com Dilma Roussef.
A primeira pergunta dá o tom do preconceito elitista do PiG(*).
Tentar desqualificar Dilma do ponto de vista intelectual e político faz parte da ideologia pigo-tucana supor que os trabalhistas são despreparados e o Serra e o FHC uma combinação de Albert Einstein com Winston Churchill.
O Bonner tentou também vestir Dilma a marca do “temperamento difícil”.
Trata-se de uma observação que se baseia em elementos factuais indiscutíveis:
O que é difícil e onde ela demonstrou que tem um temperamento difícil?
O que diria William Bonner do temperamento dócil, suave, simpático, leal do candidato da PiGlobo, José Serra.
Aliás, prevalece a dúvida, quem terá sido o Espírito Santo de orelha das perguntas do casal vinte: José Serra ou Ali Kamel?
Observe-se a generosidade conjugal de Fátima Bernardes que salvou o marido quando Dilma lhe disse: você deveria me perguntar onde o que o PT acertou.
Bonner perdeu o prumo.
Quem mandou não ter bagagem para entrevistar a futura presidente do Brasil?
Aí, Fátima entregou a bandeja à Dilma e perguntou sobre saneamento básico e Dilma falou do pavão-pavãozinho alemão-Rocinha e calou a boca desses pálidos representantes de um PiG moribundo.
Quem mandou não chamar a Regina Duarte para a bancada ?
Quem mandou não chamar a Miriam Leitão ?
Quem mandou não chamar o Jabour ?
Para enfrentar a Dilma a Globo tem analistas isentos e equilibrados de outro calibre.
Este ordinário blogueiro aguarda ansioso as perguntas do casal vinte ao José Serra.
Paulo Henrique Amorim
Dilma foi muito bem,diferentemente do debate na Band. Mostrou que nao tem medo de cara feia.
Pra variar, o Bonner foi ridículo. Ficou interrompendo o tempo todo, embora a Dilma nao tenha deixado ele lhe tomar a palavra hehehe, ao contrário de mulheres submissas.
A questao dos "maus tratos" da Dilma foi uma piada. O cúmulo da falta de caráter de um jornalista pegar um termo que o presidente usou metafóricamente e explorar o sentido literal.
Mas ótimo, o globo nao poderia deixar de ser o que sempre foi e vai ser assim que vao perder mais essa, com brita e areia.
Caros colegas que postaram seus coments a favor de Dilma, inclusive o Roberto cujo o blog sempre foi pautado pela sua imparcialidade e que agora se mostra a favor da candidata Dilma,acredito que estejam dando suas opiniões pautadas pelo coração e não pela razão, pela vontade de ver a Dilma eleita e não sinceramente pelo desenpenho dela diante a bancada do JN, pois na minha visão, visão esta de quem ainda tem o seu voto indeciso, acredito que ela foi mal em todas as perguntas que lhe foram impostas, sendo sempre evasiva querendo enaltecer os feitos do atual governo, mais sem conseguir esplicar porque o pais crece meno que os paises visinhos de menor espressão, e não conseguiu nem mesmo convencer a respeito do seu temperamento.
Eu como aida não decidi meu voto, fico com a Impressão como o amigo ai me lembrou de Regina Duarte.
Eu tenho medo de Dilma
Principalmente dos valores cristão quero ver ela no debate da CN quando for perguntada a cerca dela ser a favor do aborto, quero ver se ela sera evasiva novamente.
Na eleição passado me lembro que o Bonner agiu exatamente igual com todos os candidatos e gosto dessa atitude.
Quanto a ele interromper Dilma, ficou claro que ela estava enchendo linguinça em diversas respostas, para passar o tempo e assim não se comprometer, estava bem orientada.
Não acredito que a Globo, que apoia Lula, teria tentado tentar prejudicar a Dilma.
A dupla do JN não fez perguntas óbvias e abrangentes como no debate da Band, mas focou e aprofundou. Ficou claro que Dilma, dando respostas evasivas, foi pega um pouco de surpresa. Sou simpatizante a ela,mas que as perguntas sirvam pra ela refletir assim como serviu para mim: será que dá pra comparar Brasil com Uruguai? Dá pra se governar este país sem alianças políticas? Em que o PIB afeta nossas vidas?, etc.
Acho muito interessante estes debates e opiniões adversas sobre a candidata Dilma, mas eu me perguntarias se o Shalon"Bloger",também não estaria se partidarizando com "Serra",mas vamos lá, quem?realmente deveria estar entrevistando estes candidatos a Presidência da República!que ao meu ver, 0 "Bonner “é dessa turma da “Globo “não deveriam,pois depois do caso parabólica "A Globo!deveria ser impedida de fazer tal evento,pois senão o povo voltará a ser enganado de novo!Ou será que estou errado?!
Samuel Talmai
Entao o globo apóia Lula Alexandre?
Porque voce isso?
Nao achei que Dilma tenha sido evasiva. Foi muito precisa na resposta sobre o nível de investimento em saneamento, sobre o papel da aliancas (concordem ou nao com elas.
Claro, todo discurso eleitoral é em grande parte evasivo, devido ao simples fato de que as questoes decisórias, onde nao se pode ser evasivo, só se poem mesmo na hora em que tem que ser decididas.
Por exemplo, sobre o tema do crescimento economico, é impossível nao ser evasivo numa questao que nao tem resposta correta, que é tema de disputa científica. Neste sentido Lula também era e é evasivo, assim como FH.
O decisivo, para mim, é se a candidata tem ou nao lado, se ela tem ou nao como prioridade o que eu acho que deve ser a prioridade dos governos num país tao desigual como o Brasil: a questao social.
Logo depois da entrevista, liga uma querida tia, que nem gosta de política, mas mesmo assim ia votar no Serra.
É... você tinha razão quando falava que a globo é tendenciosa.
Fiquei pasma ao ver o tom raivoso do Bonner ao se dirigir a Dilma e a entrevista se tranformar em um ataque!
Que bom que a Globo mesmo de maneira errada está ajudando Dilma.
Minha tia agora vota em Dilma!!
De que mundo veio sse anônimo das 12:17?
Falar que a Globo apoia Lula?
Deve ser algum ET desinformado!!
Com tantos assuntos relevantes para o povo brasileiro, o William preferiu insistir em disse-me-disse. Que coisa feia!
“A atitude dos entrevistadores da candidata Dilma no JN de ontem foi, no mínimo, desastrosa. Confundiram contundência com deselegância, informação com rumores, deixando explícitos mais os próprios interesses e sentimentos do que as propostas da entrevistada.
Como telespectadora, me senti desrespeitada. Como ser humano, fiquei envergonhada pela falta de civilidade demonstrada por William e Fátima.
Ao vê-los sempre tão bem vestidos e penteados na telinha, imaginava ingenuamente que fossem elegantes. Ontem não foram. O tom empregado nas perguntas destoou da imagem projetada.
Se a intenção era provocar uma reação intempestiva da candidata, o que se viu foi o contrário: elegância de Dilma e destempero dos entrevistadores.
O atropelamento (interrupção continuada e mal educada) da entrevistada sequer pode ser explicado pelo tempo da/na TV, que exige objetividade e síntese. Basta observar que, experientes no ofício, os entrevistadores capricharam na extensão das perguntas.
Não sou jornalista nem expert em TV mas me parece que, quando um entrevistador aparece mais do que o entrevistado, alguma coisa está errada.”
Estou até agora enojada com a grosseria e a falta de educação desse tal Bonner.
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