domingo, agosto 29, 2010

Riscos com internet e tarefas simultâneas

E-mail, iPod, jornal, celular, TV, leituras soltas, fragmentadas, múltiplas e simulâneas podem gerar problemas para a saúde mental. As primeiras conclusões são de um estudo da Universidade da Califórnia, EUA.
Os pesquisadores estão descobrindo que quando as pessoas mantêm seus cérebros ocupados, elas deixam de lado um tempo ocioso que poderia ser mais bem usado, para melhor aprender e lembrar as informações e ainda ter novas ideias.
"O tempo ocioso permite ao cérebro revisar a experiência, solidificá-la e transformá-la em memórias de longo prazo. O cérebro constantemente estimulado impede este processo de aprendizagem diz o professor Loren Frank do Departamento de Fisiologia da universidade."
A observação se dá a partir do uso intensivo destas novas tecnologia que invadem todo o tempo livre das pessoas, misturando trabalho e não trabalho, incluindo, o espaço que seria do lazer e do descanso.
Outro estudo citado na mátéria do New York Times desenvolvido na Universidade de Michigan revelou que as pessoas aprendem melhor se, depois de uma aula, forem dar uma caminhada num bosque, em vez de irem andar num ambiente agitado, sugerindo que o bombardeio de informações deixa o cérebro fatigado.
Realizar tarefas simultâneias, como ver um vídeo no celular enquanto espera no ponto de ônibus, pode estar forçando a mente. "As pessoas pensam que estão relaxando, mas na verdade estão é cansando seu cérebro" é a opinião do neurocientista Marc Berman da Universidade de Michigan.

4 comentários:

MauricioFaez disse...

Citaçao igualmente interessante sobre o tema está no jornal O Globo, sobre o uso da internet.

Entitulada "Falha na conexão", pág. 49, Ciência/Saúde, a matéria aborda sobre as dificuldades que as novas geraçoes terão no futuro por conta da grande dedicação ao tempo on line e a criaçao de sua vida paralela virtual, mas cheia de vícios reais.

Um ponto que destaco citando o psicanalista Fábio Barbirato (que estará em evento na UENF nos dias 22, 23 e 24 de setembro:

"A nova geração acaba tendo dificuldades de interagir socialmente. Na internet, se você está irritado com alguém, fecha a janela do bate-papo e não fala mais com aquela pessoa. na vida real, essa possibilidade quase sempre não existe".

Isso demonstra o quanto estamos pecando na formação desses jovens, levando-os a crer que não é preciso enfrentar seus problemas: apenas a abrir uma nova janela e navegar por outros temas, sempre deixando pendentes responsabilidades e assuntos que deveriam ser realmente resolvidos.

Preparemo-nos.

Roberto Moraes disse...

Caro Maurício,

Bom e oportuno cometário. Eu também li esta matéria e, como você percebeu, elas se complementam, num debate interessantíssimo.

A ferramenta é hoje cada vez mais interessante e democratiza o acesso a diferentes opiniões, mas traz no seu bojo, como não poderia deixar de ser, uma série de outros problemas.

Uma bo parte deles como professor e usuário sistemático da internet vou, cada vez mais percebendo no dia-a-dia.

A que mais me incomoda é a fragmentação de tudo, das ações, das opiniões, da superficialidade de tudo...

Enfim, devemo snão só nos preparar, mas traçar os antídotos que deverão ser usados para que a humanidade possa ser no futuro, melhor, ou menos pior, que no presente.

Abs.

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Excelente postagem e abordagens. É isso mesmo.
Antigamente tínhamos a história ùnica e que até hoje estão nos livros. Mas hoje, todos nõs podemos vir e contribuir. Independente de quem somos e qu~e viemos. Cada um tem sempre algo bom a acrescentar, ou algo novo, ou algo inesperado. E a discusssão sadia com respeito e verdade pode bem trazer a resposta que tantos buscam.

É mesmo... Maurício, a interação de uns com outros em internet é coisa muito difícil, o que não deveria ser, haja vista o esrever e ler estar ali à disposição, não é uma imposição. É para isso a internet. Interação e troca.

Eu tô falando que o negócio é caminhar no Jardim com Jesus... kkk

Bom início de semana para vocês

MauricioFaez disse...

Pois é, professor. Mas acredito que nosso maior defeito cultural é não sermos como os japoneses: lá, as pessoas procuram os médicos antes de adoecer, como num tratamento preventivo; aqui, só depois de muito nos automedicarmos, procuramos os médicos, já bastante debilitados.

A analogia se aplica à este caso cibernético: precisamos prever os "antídotos" e os aplicarmos rapidamente para que evitemos os efeitos colaterais que sentimos na pele desde muito.

Alguns especialistas atribuem os comportamentos agressivos e "sem limites" de alguns jovens de classe média alta justamente a essa liberdade da web, associada a uma realidade virtual paralela.

Exemplificam isto com os pavorosos casos de acidentes de trânsito por alta velocidade; agressões gratuitas a outrem, como no caso daqueles que espancaram uma doméstica indo trabalhar, alegando "terem a confundido com uma prostituta" há cerca de 5 anos.

Ora, o que é isso senão a sensação de que todos os atos são descartáveis como a "energia" ou a "vida" dos personagens de seus joguinhos eletrônicos? Aqueles que tomam tiros, batem, apanham, colidem e se estapeiam e voltam ao normal assim que pressionam o botão "start"?

É hora de ampliarmos aquele papo de pais e filhos, que antes se resumia à vida sexual. Mostrar que o mundo é muito mais que a web, o playstation e a televisão. Que os nossos atos ecoam no coletivo, sendo passíveis de PUNIÇÃO e que a vida, ela mesma, é uma só. Essa vida que pra alguns jovens só importa a própria (quando importa, ne).

É preciso, sim, dar conhecimento à sociedade do problema (E TAMBEM DAS SOLUÇÕES) e capacitar quem nos vá atender, uma vez que muito comum é termos ciência dos problemas mas nossos "profissionais" tratam sempre como "uma virose" passageira.

A Internet é a "língua" do futuro. Com ela podemos fazer o bem e o mal. Construir e, principalmente, destruir. Aprendamos a lidar com ela e nossos jovens desde já.

Sds, mestre.