Pressão contra os acadêmicos de medicina

Os abusos que algumas clínicas estavam cometendo ao usarem dos estudantes de medicina como mão-de-obra barata na área de saúde, não justifica a pressão e a campanha que de certa forma, a mídia comercial está fazendo, ao jogar a população contra os acadêmicos de medicina. A lei determina que os acadêmicos têm que ser acompanhados pelos médicos, responsáveis diretos pelo atendimento. Porém, faz parte deste processo de aprendizado, o atendimento inicial acompanhado do acadêmico no atendimento e no diagnóstico do problema do paciente que depois será conformado pelo médico. Segundo relatos de diversos acadêmicos, os seguidos problemas divulgados pela mídia comercial desta distorção, em que acadêmicos agiam e atuavam na prática como médicos criaram este apavoramento, onde o paciente não quer nem ser abordado pelo acadêmico. Uma distorção acabou gerando de outra anomalia e nenhuma das duas é boa para a sociedade. O futuro médico não tem como aprender sua profissão só com o estudo dos livros e observação do que faz um médico formado. O futuro médico precisa atuar na prática, com a orientação do professor-médico e não há, em nenhum outro lugar do mundo, alternativa para o desenvolvimento deste aprendizado real e prático baseado na relação médico-paciente. Não é preciso ser do setor de saúde, ou mesmo médico, para perceber que a radicalização deste tipo de posição gerará, num futuro próximo, médicos despreparados e aí o prejuízo da sociedade será enorme. É bom refletir sobre isto.