65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
domingo, outubro 17, 2010
Indicadores econômicos da instalação do Complexo do Açu
O economista Alcimar das Chagas Ribeiro, em seu blog "Economia do Norte Fluminense" fez uma interessante postagem sobre os reflexos da instalação do Complexo do Açu, na economia do município de São João da Barra. Abaixo este blog deu destaque a alguns pontos do artigo:
"A pedra fundamental foi instalada em 27 de dezembro de 2006 e as obras iniciadas no final de 2007, com um investimento previsto da ordem de US$1,6 bilhão.
Com quase três anos de obras e com investimento em torno de R$1,5 bilhão executado, os reflexos econômicos em São João da Barra estão muito aquém das expectativas. O fato de a aglomeração ter se concentrado em um espaço rural fora da sede do município, inibiu a possibilidade de uma melhor dinâmica do comércio local. Observa-se certa movimentação de trabalhadores do complexo portuário na cidade de Campos dos Goytacazes, já que a mesma cidade oferece uma boa estrutura de serviços de toda natureza, portanto mais atraente do que São João da Barra, com a vantagem da distancia de locomoção ser praticamente a mesma.
O indicador de emprego formal tem favorecido São João da Barra. Em 2006 existiam 3.994 pessoas trabalhando com carteira assinada no município, segundo o Ministério do Trabalho. Em primeiro de janeiro de 2010 este número passou para 6.383 trabalhadores, ou seja, um crescimento de 59,81% no período. Entretanto, há de se considerar que dos 2.500 funcionários lotados no porto, aproximadamente, 60% vem de outras regiões, fato que leva os mesmos a transferirem parte de suas rendas para a suas cidades de origem.
É ainda importante verificar que o salário médio dos trabalhadores da cidade envolvidos nas obras é baixo, enquanto que os trabalhadores com salários mais altos têm outra origem e buscam mercados mais sofisticados para o seu consumo.
Um outro indicador positivo em função dos investimentos é a arrecadação de Imposto sobre Serviço, o qual apresentou uma forte variação no período. Em 2006 o valor da receita somou R$919.528,75 enquanto em 2009 o valor se elevou para R$1.831.935,00 correspondendo a um acréscimo de 99,22%. É verdade também que o aumento de receita pública não representa, necessariamente, uma melhor dinâmica econômica local.
Finalmente, a transferência de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) representa, fundamentalmente, a dinâmica econômica local, já que o Estado distribui o valor correspondente usando, em maior representatividade, o critério de valor adicionado em cada município. Neste caso, quanto mais dinâmica a economia do município, maior a parcela de ICMS depositada pelo Estado. Numa avaliação temporal, pode-se observar que o município recebeu R$13,1 milhões em 2004 e R$16,4 em 2009, indicando um crescimento nominal de 25,19% no período. Considerando a inflação medida pelo IGP-M de 37,41% nesse mesmo período, pode-se afirmar que o crescimento real foi negativo em 8,89%.
Na verdade, não podemos considerar nenhum avanço na atividade econômica interna, considerando esse importante indicador. Essas avaliações comprovam que a consistente movimentação financeira executada em torno das obras de infra-estrutura para funcionamento do complexo portuário não refletiu no sistema econômico local na dimensão divulgada e esperada pela sociedade."
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Um comentário:
Garotinho rouco e isolado
O ex-governador Anthony Garotinho está ficando cada vez mais rouco e isolado no PR. Enquanto grita para atrair os olhares de Serra e Dilma, a bancada de deputados federais eleita pelo seu partido no Rio resolveu seguir a orientação da executiva nacional e entrou de cabeça na campanha da candidata petista.
Já a bancada de deputados estaduais do PR carioca optou por entrar na fileira de José Serra. O PR nacional, onde Garotinho não tem a menor inserção, faz parte da base aliada do PT.
Portanto, quando em Campos se noticia neutralidade do Partido da República na eleição presidencial, leia-se neutralidade de Garotinho.
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