terça-feira, outubro 12, 2010

O caso da Vale dentro do esquema de privatizações de FHC/Serra

Quem escreveu ao blog sobre o assunto foi o professor Hélio Gomes Filho: "Amigo Roberto, Comprei no sábado, como faço todo mês, a edição brasileira do jornal Le Monde Diplomatique. É a edição de outubro que está nas bancas, ano 4, número 39. O jornal não fala da eleição presidencial, mas traz uma matéria sobre os conflitos provocados pela Vale (antiga Companhia Vale do Rio Doce) mundo afora, já que agora ela é uma multinacional. À guisa de esclarecimento do leitor, o autor da matéria – o jornalista Philippe Revelli – conta, em poucas linhas, a história da Vale. Incluída na sua trajetória encontra-se a sua privatização que é de dar náuseas em Al Capone. Segue abaixo uma transcrição do texto: "Em 1997, quando a Vale do Rio Doce figurava entre as empresas mais rentáveis do país, o governo de Fernando Henrique Cardoso decidiu privatizá-la. A operação foi realizada dentro de condições duvidosas – para dizer o mínimo – e é questionada até hoje. Liquidada por US$ 3,14 bilhões, a empresa vale atualmente 40 vezes mais (US$ 139 bilhões). As suas reservas em minério de ferro, que estavam estimadas em 2 bilhões de toneladas às vésperas da venda, triplicaram nos dias que se seguiram como num passe de mágica. Além do mais, cerca de 60 filiais não foram levadas em conta na avaliação dos ativos da companhia, realizada com ajuda do grupo Bradesco(*), que se tornou um dos principais acionistas da nova sociedade privada." Mais a frente, ainda sobre a história da Vale, o texto cita que em 2008 o lucro da empresa foi de US$ 13,3 bilhões e que a distribuição desse lucro entre os acionistas atingiu a cifra de US$ 2,75 bilhões. Imaginem que só essa distribuição de lucros é quase o valor de compra da empresa – US$ 3,13 bilhões. Isso não é história inventada, está tudo registrado em documentos públicos e na imprensa nacional. Será que alguém que defenda ou interesses nacionais, com um mínimo de lucidez, ainda é capaz de acreditar no Fernando Henrique Cardoso e votar no seu herdeiro José Serra? (*) o pessoal do Bradesco deve estar torcendo por Serra de olho na privatização do pré-sal e da Petrobrax. Acho legal divulgar. Um abraço, Helinho."

3 comentários:

AngelMira disse...

Muito oportuna a mensagem do leitor Hélio. Obrigada por compartilhar essa informação tão importante, na oportunidade certa.
Seria bom que ele escaneasse a matéria para todos os blogues do bem divulgarem.
Abs

Anônimo disse...

“No poder, o tucanato – não vale chamá-los de social-democratas porque é uma ofensa à social-democracia – lançou-se ao assalto, reduzindo, de novo, a política à economia, como no tempo do celerado Médici. Manejando maiorias parlamentares confortáveis, embora a Nação saiba, hoje, o preço dessa confortabilidade, “reformou” a Constituição, transformando-a num clone de sua própria clonagem [...] Não é necessário revisar ponto por ponto das chamadas “reformas” constitucionais. [...] Uma porcentagem impressionante da base material da produção mudou de mãos em seis anos, sobretudo por meio das privatizações das empresas estatais e, ainda, pela formidável concentração de capital, de que a globalização é sua forma, hoje. Setores inteiros foram transferidos do Estado para poderosos oligopólios internacionais, e o engraçado, se graça houver nisso, é que muitos destes são, em seus países de origem, empresas estatais! A petroquímica, inteirinha, foi privatizada; a distribuição de energia, idem; a telefonia fixa e móvel, nem se fala; a siderurgia inteira, com uma enorme concentração em alguns poucos grupos econômicos, industriais e financeiros; e a sempre lembrada mineração de ferro, com a Vale do Rio Doce sendo vendida na “bacia das almas”. Esse processo estendeu-se, por imposição do governo federal, a todos os estados, indo no pacote todos os bancos estaduais, de que o caso Banespa é o emblema maior. Restam como estatais apenas a Petrobrás, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste do Brasil, o Banco da Amazônia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e uns 80% da geração de energia elétrica. Tudo isso, vale lembrar, com a utilização dos poderosos fundos de previdência das próprias estatais, tendo o Previ, do Banco do Brasil, na liderança.

Anônimo disse...

Mas,o que não se pode esquecer,é que a Vale servia de cabide de empregos para políticos,portanto,é preciso ver os pos e contras,visto que,não entendendo de economia,quem sabe não estamos lucrando mais agora.Não é por essa informação que daria meu voto a Dilma.