quinta-feira, outubro 07, 2010

Votos de legenda em nosso estado

O resultado de domingo comprovou o que pesquisas de opinião já vem constatando há tempo. O voto de legenda tende a favorecer os partidos mais fortes e com maior prestígio na população. Além disso, ele tende a crescer para o partido do candidato aos cargos majoritários nas eleições de presidente, governador e senador. Em nosso estado, na disputa para a Câmara Federal, os partidos que tiveram mais votos de legenda fora: 1) PT - 143 mil votos; 2) PMDB - 94 mil votos; 3) PV - 66 mil votos. Na disputa para a Alerj: 1) PT - 142,9 mil votos; 2) PMDB - 101 mil votos; 3) PV - 78 mil votos. O partido que teve menos votos de legenda para deputado federal foi o PMN com 2,1 mil votos. Para a Alerj, o PTC com 3,5 mil votos. O voto em legenda, é uma forma do eleitor, além de reconhecer o partido, ele admitir o voto em lista, onde o partido é que indicaria os candidatos, em ordem preferencial de eleição, conforme o número de cadeiras que fosse conquistado pelo mesmo, ou pela coligação que participa. Embora, nossa eleição, no sistema atual, já caminhe nesta direção ao definir o critério de quociente eleitoral, que estipula o número de cadeiras a que cada partido terá direito, no caso atual, ao contrário da proposta das listas, é o eleitor e não o partido, que escolhe seus candidatos, embora, ao fazer isto, acabe apontando um e elegendo outro, como cansamos de ver a cada eleição. Particularmente, embora, conceituralmente, defenda o voto em lista, tenho receio do controle que o partido, que será ainda maior, do que o que possui hoje, para definir suas escolhas, de forma aleatória da sociedade, ouvido apenas os seus filiados, e olhe lá, como já conhecemos as convenções montadas por caciques e donos de partidos políticos que acabam loteados Brasil afora. Enfim, uma boa discussão que o voto em leganda ajuda a provocar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado Roberto :

Este sistema vigente nos parece menos pior - embora com graves distorções - do que o por listas partidárias.
Acreditamos ser indispensável aplicar clásulas de barreiras - assim, por exemplo: nos Estados e Municípios a partir da segunda disputa - para evitar casuismos - o partido que não conquistar representação ficará fora da eleição subsequente.
Tudo isso, com voto vinculado é ainda obrigatório, pela precária conscientização e vulnerabilidade do eleitorado.
Talvez, deste modo eliminássemos a manipulação eleitoral e iniciaríamos um processo de assepsia política progressiva.


É, portanto, uma boa discussão, e que merece prosseguir!

Abraço!

Silva-Campos