domingo, novembro 14, 2010

"Onde foi parar nosso tempo?"

O título da nota é o mesmo de um livro do jornalista mineiro Alberto Villas com belíssima ilustração gráfica. Entre as diversas perguntas que ele visita, fazendo remexer nos túmulos de nossa memória, as "vivências" de um passado mais ou menos remoto há algumas já descritas na capa: "Onde foi parar nosso tempo... apontando lápis; esperando o telefone dar sinal; procurando as três marias no céu; degelando geladeiras; lavando fraldas, etc... e segue pelos capítulos... esperando o leite ferver; lavando carro; engraxando sapatos; esperando a televisão esquentar; esperando foto revelar; desempelotando o toddy..." Além das palavras, o autor pesquisou e trouxe imagens dos objetos, propagandas e outras de décadas atrás que fzem rir qualquer cnquenão ou sessentona. Um excelente revival que além de divertir faz bem à saúde mental da gente. Não sei se isto pode ser chamado de literatura, mas de divertimento e lazer com certeza, embora, eu não tenha nenhum preconceito no fato de que a literatura possa ser tanto lazer e divertimento quanto cultura e educação. O fato é que o livro é uma das boas consequências e aquisições nos breves passeios que o blogueiro conseguiu fazer na 6ª Bienal do Livro. Entre os meus amigos mais diletos, há uma brincadeira sobre estas lembranças, imagens e expressões do passado que denominamos genericamente de "Calomeni". Apontamos genericamente quando elas surgem nas conversas: "isto é Calomeni" e todos riem. Eles se referem ao famoso Colégio do Jardim São Benedito em Campos, que, antes que me considerem mais velho que os 51 anos que possuo, fez história em Campos e merece esta referência. Para os mais novos que não conseguem sequer ligá-los no tempo, informo que apenas meu pai foi aluno aplicado do mesmo, mas, eu, quando criança, o mesmo já não existia. Enfim, nesta época de fragmentação, superficialidades, rapidez e poucas fixações naquilo que se faz e vive, o exercício propiciado pelo autor do livro é uma boa contribuição, inclusive para se debater o bom investimento que fazemos ou não com o tempo que cada um dispõe em suas vidas. Não tenho como deixar de confessar que muitas vezes, me questiono sobre o tempo gasto aqui neste espaço, embora, tenha com ele aprendido e me relacionado e conhecido inúmeras pessoas com as quais não faria, se não fosse com este consumidor de tempo que é a internet. Enfim, aqui na rede está uma das respostas para a pergunta do Villas.

7 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Ah, Roberto, abracemos o amanhã, pois ontem já foi, não volta. O nosso tempo não foi parar, ele ficou lá.
Nós é que ás vezes vamos parar onde nem sempre queríamos.

Vou ser sincera, muitas vezes me pergunto: O que se passa em Roberto, que ele, um professor consiente de seu tempo, não dá uma nota sobre os desmando deste Estado do Rio e Brasil? Eu me pergunto, apesar sei, de não ter nada com isso.Mas é que a internet acaba sendo portas abertas onde entramos, conversamos, dialogamos, ficamos zangados, mas na verdade, lá dento de nós, queremos todos dar o nosso recado.

Estou aqui para dar um recado. Um recado que nem todos querem receber. Sei.

E quanto a você, Roberto, eu me pergunto: Por que Roberto Moraes não dá uma nota sobre os desmandos tantos e claros e notórios nítidos, de tanta injustiça?

Sabe, Roberto, o que realmente nos assusta é esse calar dos "cinza" diante de um holofote.

Onde foi parar o povo do tempo passado que era tão buscador de justiça de verdade?

E onde vai parar nosso Brasil se continuar do jeito que está?

Onde vai parar cada pessoa se não se reconciliar consigo mesmo e com o Deus Todo Poderoso cheio de Amor?

Onde?

Abracemos o Amanhã enquanto é tempo, pois ontem passou, hoje está passando, mas amanhã... ainda virá?

Onde iremos parar amanhã?

Eis a pergunta para não rir, mas seriamente nos perguntarmos e refletirmos.
Ainda é tempo.
Ainda é tempo.
Ainda é tempo.

Um abraço, Rosângela

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Toda vitória que não é justa e honesta acaba amargando na garganta.

Roberto Moraes disse...

Mais uma vez você está misturando alhos com bugalhos.

O Brasil por opção da maioria continuará mudando. Há erros e problemas a serem superados, mas o caso é avançar.

Sds.

Anônimo disse...

Amigo Roberto, nem se preocupe, onde determinados comentaristas passam, deixam já suas reais impressões aos leitores. Confusão pura e, creia, daqui pra frente muitas visitas a esse blog e muitos outros.
"Sigamos em frente."

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Sim, sou uma "misturadeira".Quero ver o Brasil e mundo inteiros.

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Caro Anônimo, que bom que deixo minha real impressão e não uma irreal, ou surreal. Deixar impressões todos nós deixamos.

E cada um deve deixar a sua, autêntica, não?

Afinal, as impressões digitais são todas diferentes e nem por isso, deixamos de ser tão iguais em nossos sonhos. Ou você não quer vida para todos?

Onde está a confusão?

Tereza Cristina B. Calomeni disse...

Caríssimo Roberto
Li o texto "Onde foi parar nosso tempo?" em que você alude ao "Calomeni". Ao tempo e ao Colégio. De fato: outro tempo!!
O Instituto Calomeni funcionou de 1921 até 1971. Exatos 50 anos! Minha turma foi a última a fazer o tão temido exame de admissão! Até hoje -- quase 40 anos depois de fechado --, para minha alegria, muitos ex-alunos ainda retornam ao Casarão da Rua do Ouvidor. Emocionados, vêm rever o antigo Colégio, fotografar, mostrar para bisnetos, netos, filhos. Muitas vezes, sou surpreendida com a presença de algum deles aqui em frente ao Casarão, em silêncio, rememorando, voltando a um tempo! Fico sempre muito comovida e orgulhosa!
Não sei se você sabe: seu pai, Joênio, não foi apenas um ex-aluno mas também um amigo muito querido de minhas tias, Cecília, Francisca, Maria Isabel e Annita. Foram muitas e muitas visitas carinhosas e alegres! Ainda guardo, com muito carinho, dois livros dados de presente às tias Cecília e Francisca.
O Casarão, gentilmente, ainda me abriga e terá muito prazer em receber você, caso queira ver onde seu pai passou parte da infância!
Grande e afetuoso abraço,
Tereza Cristina B. Calomeni