65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, novembro 25, 2010
"Quem lucra com o pânico?"
O blog recebeu do Douglas da Mata, que está no que ele chama exílio virtual, uma interessante reflexão sobre os problemas do Rio de Janeiro que vale a sua conferida. Aliás, o Douglas sempre abordou o assunto com olhares mais amplos que a maioria daqueles que pelo senso comum reduzem as complexas questões de segurança pública, a chavões repetidos pela grande mídia. Insisto que o texto vale a sua leitura:
"Quem lucra com o pânico?"
"É pouco provável que nós, sociedade, imprensa, partidos e outros entes saibamos, de verdade, as causas dos ataques perpretados na capital do RJ.
É pouco provável que exista uma só causa, pois um tema tão complexo como a violência e a criminalidade não podem ser resumidos a três ou quatro frases de manchetes ou 2 minutos de editoriais televisivos.
Mas cada parte da sociedade, a seu modo, e devido a seus interesses, vai procurar respostas, que quase sempre serão incompletas, quando não totalmente equivocadas. Aqui, na questão da segurança pública, o melhor é saber fazer as perguntas certas.
Quem sabe assim possamos escapar a lógica que nos domina há tempos, de procurar "culpados", ou "inimigos números 1", para encaixar a perspectiva que apenas serve para manipular a opinião pública, e cumprir os desígnios obscuros de algumas agendas políticas.
Não se trata de síndrome da conspiração, ou de reeditar o "roteiro tropa de elite 2".
Mas se há uma virtude no olhar arbitrário(atenção: isso não é uma crítica do filme) do diretor em relação a temática:polícia-crime-sociedade, foi lançar luz sobre a zona cinzenta dos poderes e como a sociedade legitima práticas que depois se voltam contra ela mesma.
Esse é o caso que assistimos na tela da vida real.
É possível que aja uma coordenação de ações de reação de criminosos a política de segurança pública do governador? Sim, é possível, mas pouco provável.
Primeiro, é preciso desmontar o mito de que tráfico de drogas, EM SUA ESCALA DE VAREJO (bocas nos morros), é crime organizado.
Não é, nem nunca foi até agora. Pode ter certo domínio territorial, as "bocas" funcionam com certa hierarquização e divisão de tarefas, e assédio das forças policiais com a corrupção, o popular "arrego".
Mas nada que permita encaixar esses eventos na estrutura de crime organizado, com infiltração no aparato estatal, nos eixos decisórios, como fizeram o Jogo do Bicho, a máfia dos caça-níqueis e agora, as milícias.
O nível de organização do tráfico se restringe a sua esfera "atacadista". Lá não há disputas, o sangue não transborda das telas e jornais, nem choca a opinião pública.
Onde há guerra, não há estabilidade e organização.
O tráfico não se organiza porque ainda não se legitimou como atividade paralegal, como fizeram os bicheiros nas Escolas de Samba, clubes de futebol, etc, e as milícias nas esferas de poder parlamentar e executivo, com sua escalada eleitoral e política.
Na verdade, historicamente, quem "organizou" o tráfico foram as polícias, imprensa e sociedade.
A polícia porque não dava conta de combater o problema em onde era necessário (lavagem de dinheiro, tráfico de armas e redes internacionais de distribuição atacadista), e por isso superdimensionou "o inimigo local", o gerente e dono do morro, que passaram assim, a serem "maiores" do que eram. Era preciso pescar sardinha, e falar que pescou tubarão.
A imprensa pelos motivos óbvios: sensacionalismo, e disseminar o pânico na classe média para reverberar preconceitos e chancelar o extermínio e a violência policial. Enquanto "gente de bem", dos degraus mais altos do jetset, banqueiros, comerciantes de artes, carros de luxo, advogados, etc, e todos os ramos ligados a lavagem de dinheiro passavam longe das páginas policiais.
E a sociedade para corroborar suas escolhas políticas representandas nos seus governantes eleitos, que respondiam seus "anseios" combatendo a violência com mais e mais violência.
Assim, criamos o mito moderno do supervilão da favela.
No entanto, a prova disso, de que não há organização nas redes de varejo de drogas é a "guerra" que travam entre si para demarcar seus pontos de venda.
Essa etapa já foi superada há tempos pelas atividades que descrevemos como organizadas (jogo do bicho, maquininhas, transporte pirata e por último, as milícias), e que lhes permitem centrar fogo na sua atividade-fim, salvo os períodos de sucessão e de redivisão de territórios, provocados por morte/prisão dos "capo famiglias", como vemos há pouco tempo no Rio.
Sendo assim, é pouco provável que traficantes "gastem" tempo e dinheiro para atrair a atenção da polícia, a ira e a sede de sangue da classe média, o "apetite" do governo em demosntrar que "não tolera" afronta com repressão violenta, quando nada ou pouco tem a ganhar com tais ações terroristas.
A definição clássica de terrorismo é apropriada para definir os eventos: Uso de dano ou lesão a pessoas/patrimônio, sem que estejam relacionadas com os agressores, e sem resultado patrimonial ou qualquer ganho logístico(território, armas, etc), com intenção de disseminar pânico e desafiar a ordem estatal.
Traficantes do RJ, depois de vários anos, já demonstraram que raras vezes recorreram a tais métodos para "tocar suas empresas", muito embora sempre estivessem associados a outros ataques ocorridos.
Hoje, a política de UPPs é um importante agente regulador do mercado de drogas ilícitas no RJ. Se a venda cai, é verdade, também caiu o risco de invasão "inimiga", o que libera parte do "capital" empregado na compra de armas, e diminui a necessidade de mão-de-obra para "contenção".
Eu já me referi a esse fato há muito tempo, desde o início da implantação dessas Unidades de "Propaganda" Pacificadora, e dias desses um colunista do JB online concordou, e foi copiado por uma página eletrônica de um jornal local.
Mas voltemos a pergunta inicial: Quem lucra com o pânico?
Há quem sempre deseje desestabilizar secretários de segurança, fato corriqueiro em transição de governos, ainda que este tenha sido reeleito.
Mas há outros setores que lucram DEMAIS com a indústria de (in)segurança pública:
Os setores que vendem armas, carros e todo o tipo de material e serviços para órgãos públicos, que já estão de olho na recolocação de seus aliados em postos-chave, tendo em vista que o "grosso" dos contratos serão celebrados em 2011 e 2012, com vistas a Copa de 2014.
Por fim, não é demais lembrar: No PAN 2007, de acordo com investigações da CPI das milícias da ALERJ, essas "organizações" cresceram no entorno das instalações pan-olímpicas e nos seus corredores de transporte, e pelo jeito com que foram tratadas pelo então secretário de segurança (Marcelo Itagiba)que foi o deputado eleito em 2006 que, justamente, distribuiu sua votação nesses redutos e teve 18,6% dos votos concentrados em Rio das Pedras (ver Carta Capital, coluna Maurício Dias, dessa semana), esse fato não foi mera coincidência.
Como agora as milícias se transformaram em um estorvo, pode ser que o "argumentos" para forçar mudanças de "rumo", e incremento do "combate ao terror" tenham "se incendiado" novamente.
Afinal, quem mais lucraria com o pânico, senão quem o disseminasse para oferecer proteção?"
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24 comentários:
Pronto, ninguém mais sabe de nada sobre a violência que está assolando o rio, diz douglas no início do texto, e nós outros somos apenas uns tapados tapuias, diz robertenrique em sua apresentação do texto, já que formamos nossa mentalidade pelo senso comum.
Então, conclui o texto, douglas é o cara, o que sabe, o tal, o que resolve o problema da violência que hoje vemos no jornal. e mais, ele sabe, inclusive, qual deveria ser a pauta da mídia brasileira.
Eita povo sabetudo esse.
Dessabedor da Sil.
Roberto,
Parabéns ao Douglas pelo excelente texto, com reflexões tão bem contextualizadas e superando a forma superficial e pouco investigativa, que a maioria dos meios de comunicação vem divulgando os fatos.
Ana Maria
Será que os hipócritas e os pelegos de plantão, famosos "PT de boutique", não estavam refastelados confortávelmente em seus sofás, assistindo pela tela de LCD as trânsmissões exclusivas da realidade brutal da bandidagem no Rio, pela tela da GLOBO? Qual a idiotice que alegaram agora? A globo quer tombar o governo do Rio? A Globo armou o circo para dar ibope e ficar mais rica? Cenas fortes ao vivo para todos...Quem pagou para assistir o filme Tropa de Elite, jogou dinheiro fora.
Não podemos esquecer que são os usuários de droga que alimentam esse caos. a pior ainda os criminosos estao vendendo a maconha misturada com o crak. de acordo com os medicos com o uso de 2 vezes do crak o consumidor fica viciado.
Professor Roberto,
Muito interessante a reflexão. É uma pena que as pessoas banalizem a situação a casos pontuais. Esperamos que o Estado supere essa situação, com todo o arcabouço necessário, pelo bem da coletividade.
Tem coisa mais escrota que " casos pontuais". Pontuais de que? A anos vivemos com este tipo de barbaridade, até esquecemos quando uma outra pior aparece nos telejornais. É tudo pontual!. Vamo que Vamo!
Caro Roberto,
Grato pela oportunidade.
Dessabedor, meu caro, douglas não sabe tudo, muito pelo contrário. Mas douglas sabe o que não dá certo em segurança pública, e apenas quis oferecer uma visão multifacetada para um problema que é multifacetado, ou seja, não tem apenas uma causa, ou um efeito, embora, durante todos esses anos, tenhamos sido doutrinados a achar que bastava ocupar morros e aumentar a escalada da violência para obtermos "paz".
Os episódios do RJ demonstram que se eu sei pouco do assunto (o que é normal, afinal sou apenas um leigo) os especialistas e os que detêm o mandato para resolver o problema (ao menos é isso que nos prometem) FALHAM fragorosamente.
Ou você acha que Força Armada na rua é símbolo de sucesso de política de segurança pública? E lembre-se, ao arrepio da Lei Maior, a CRFB, que prevê a forma e a situação do emprego de Força Militar em solo urbano.
Nem sempre o senso comum está errado, o senso comum faz escolhas, e apenas pondero que as escolhas que temos feito não tem dado o resultado que esperamos, logo...
Bom, mas o debate está aberto, e salvo as vociferações vazias de alguns, a proposta é pensar o problema sob diversos ângulos.
Infelizmente, todas as críticas (que respeito)não apresentaram um argumento que fosse para substituir ou combater a visão de quem escreveu.
Uma pena.
Mais uma vez, Roberto, grato pelo espaço, e creia: é por essas e por outras que volto ao meu "canto".
Parabéns ao Douglas da Mata, mais uma vez dando sua brilhante contribuição para a blogosfera campista. É uma pena que alguns incautos tentem incessantemente esvaziar a discussão, sugestionados pelo discurso senso comum e pequeno-burguês.
Afinal, tal debate gera polêmica e suscita o raciocínio... e pensar dá trabalho!
Quem alimenta o tráfico de drogas é a classe média e alta que assiste hipocritamente "horrorizada",na sua imensa tv de plasma ou similar, a onda de violência no Rio, como se não fizesse parte disso tudo!
Maria José
Filmes como Tropa de elite só serve para fomentar a onda de violência!
Só hoje fui ler, assistir e tudo mais sobre as operações das polícias no Rio. Acabei de assistir no JN um "especialista" concluir, mediante as imagens da fuga desordenada, que o tráfico e os traficantes não compunham um crime tão organizado assim.
Procurei lá no Planície se esse exílio tinha terminado e algum comentário sobre e, depois, encontrei aqui. Acaba por focar justamente a conclusão do "especialista".
Não conheço coisa alguma de segurança pública, da minha rasa opinião acredito na necessidade da ocupação e acho as UPPs um projeto interessante. Porém, conversava hoje no trabalho da necessidade de se criticizar o debate que, até agora, acaba reduzido ao frenesi. Partir de perguntas básicas como: como e porque o tráfico se espraiou de tal forma, o que se escuda detrás da oportunidade da ação governamental e, principalmente, quais serão os rumos das comunidades pacificadas e o do modelo pacificador. Importante que não se redunde a discussão entre procurar o bem, o mal e estabelecer heróis. Já li, no twitter, e nao procurei me aprofundar, que locais onde já instaladas as UPPs permanecem com tráfico ativo. Não conheço da veracidade da informação, mas é grave, seria o passo final de um problema tratado pelo Estado com ações paliativas, crescido e engordado com grossas, coniventes e proveitosas vistas e, na cartada final, assunção na diretoria da empresa.
Tráfico com colarinho branco, em substituição ao pé rapado.
O Douglas nos deve outras análises. O tema é muito interessante. Caiu na rede é peixe, exílio é o cacete.
Bruno, meu caro, não poderia deixar de considerar uma última análise para responder seus questionamentos:
1. O comércio de entorpecentes se espalha porque há uma demanda de consumo de substâncias psicotativas, quer elas sejam lícitas ou não. Claro que essa constatação não basta para dizer sandices do tipo: Ah, para acabar com o tráfico é preciso que as pessoa parem de consumir. Isso é, como disse, uma idiotice, na medida que desde tempos imemoriais, a humanidade utiliza essas substâncias com várias finalidades: recreativas, terapêutica e rituais-religiosas (padres bebem vinho na missa, e não suco de uva, por exemplo).
Assim, não é difícil imaginar que o tráfico de expandiu para as comunidades por questões de mercado: mão-de-obra barata e permanente, proximidade com os consumidores, possibilidade de domínio territorial do ponto de venda pelo aspecto topográfico e por fim, subordinação econômica, e de classe para a parte suja do trabalho, afinal, nenhum filho da classe média vai ficar em pé, chova ou faça sol, em um ponto de venda de drogas, 24 horas por dia, em turnos de revezamento.
Isto tudo sem mencionar o aspecto estigmatizante da venda do produto, que sempre está associado a uma pré-condição social: Tráfico é coisa de favela!
Por outro lado, há estudos que mencionam ser o consumo de susbstâncias psicoativas uma importante ferramenta de "controle social", no binômio "pão e circo". Em determindas épocas, há certa permissividade com o uso dessas substâncias, e em outras, há um recrudescimento da tolerância com o uso, como por exemplo é o caso da nicotina, amplamente vendida como símbolo de status (já que o pobre não tinha a ferrari, pelo menos fumava a marca do mocinho do filme), hoje é praticamente banida do contexto social, e restrita a guetos de uso.
Outro aspecto são as UPPs. Não há nada demais em colocar unidades de policiamento ostensivo em qualquer lugar. O que não dá é para vender essa "solução" como panacéia de todos os males. Repito: Violência e criminalidade é problema de múltiplas causas e vários efeitos, e não podem ser enfrentadas com "magia e prestidigitação" do marketing político e de slogans eleitorais.
A própria concepção do projeto(policiamento de ocupação), já privilegia uma visão de que o epicentro do problema (compra e venda de drogas)está no morro, quando qualquer parvo, como nós, sabemos que não há a mínima chance de impedir esse comércio quando a mercadoria já está na "prateleira".
O "combate" dese comércio nessas comunidades só oferece oportunidades para governos alimentarem suas agendas políticas com os sentimentos que podemos enxergar em alguns comentários movidos pelo "frenesi", que você tão bem definiu. Isso sem falas na miríade de negócios que a indústria do pânico oferece.
Vamos perguntar de novo:
A quem interessa o pânico:
Será que os traficantes dos morros queriam a polícia, forças armadas e toda a cidade sendentos por seu sangue, a ponto de que alguns sugerissem "uma solução final" como método de persecução criminal?
Será que a polícia e o governo que dizem ter sabido antes que a implantação de UPPs geraria esse "confronto" deixou que os "terroristas" queimassem 95 veículos, quando era possível reagir quando a pirotecnia iniciou?
A História está cheia de "lendas" sobre como governos e autoridades manipulam eventos para auferir "mandatos carta branca" para implementar suas políticas, sempre auxiliados por seus parceiros privados:
Pearl Harbour, 11 de setembro, Plano Cohen em 1935 (o falso plano comunista que deu "motivo" para o Estado Novo), e por aí vão...
Um abraço Bruno, e agora eu sumo para valer...
observe as fotos de politicos que aparecem aos fundos destes locais... só existe oposição ao governo federal...
tem uma no R7.com que é bisonha a foto do tucano apreendido... rs rs
Dessabedor assume sua ignorância e gostaria mais, de ter ignorado tal discussão infrutífera e a leitura de opiniões ignaras.
Só uma coisinha: a CRFB não "prevê a forma e a situação do emprego de Força Militar em solo urbano."
Fui.
Para o dessabedor, as REGRAS para utilização das forças armadas.
Ressalte-se que nenhum desses procedimentos foi observado, logo, aí a nosso PARADOXO, a título de garantir a lei, rasgamos a própria Lei:
"A matéria, como não poderia deixar de ser, insere-se no âmbito da reserva legal e tem suas diretrizes postas nos termos tanto da Constituição da República (art. 142, § 1º) quanto da Lei Complementar n.º 97, de 9 de junho de 1999, com alterações trazidas pela Lei Complementar n.º 117/2004.
A norma infraconstitucional referida encerra a seguinte dicção:
Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação:
I - diretamente ao Comandante Supremo, no caso de Comandos Combinados, compostos por meios adjudicados pelas Forças Armadas e, quando necessário, por outros órgãos;
II - diretamente ao Ministro de Estado da Defesa, para fim de adestramento, em operações combinadas, ou quando da participação brasileira em operações de paz;
III - diretamente ao respectivo Comandante da Força, respeitada a direção superior do Ministro de Estado da Defesa, no caso de emprego isolado de meios de uma única Força.
§ 1º Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados.
§ 2º A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no art. 144 da Constituição Federal.
§ 3º Consideram-se esgotados os instrumentos relacionados no art. 144 da Constituição Federal quando, em determinado momento, forem eles formalmente reconhecidos pelo respectivo Chefe do Poder Executivo Federal ou Estadual como indisponíveis, inexistentes ou insuficientes ao desempenho regular de sua missão constitucional. (Incluído pela Lei Complementar nº 117, de 2004)
(...)
§ 5º Determinado o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, caberá à autoridade competente, mediante ato formal, transferir o controle operacional dos órgãos de segurança pública necessários ao desenvolvimento das ações para a autoridade encarregada das operações, a qual deverá constituir um centro de coordenação de operações, composto por representantes dos órgãos públicos sob seu controle operacional ou com interesses afins.(Incluído pela Lei Complementar nº 117, de 2004)
(...)"
O endereço para pesquisa é esse aí, e tem outros muitos mais:
http://jus.uol.com.br/revista/texto/7203/emprego-das-forcas-armadas-na-garantia-da-lei-e-da-ordem-e-nas-hipoteses-do-sistema-constitucional-de-crises
já entendi...
esse texto e alguns comentários
fazem parte de um humor ácido...
tipo britânico?... não, não pode ser sério... ou é esquizofrenia mesmo???
Vamos aprofundar esse debate.
Tenho ouvidos comentários horrorosos, cheios de preconceito.
Vamos pensar em uma soluções que a longo prazo não produzam mais verdadeiros guetos em que seres humanos se transformam em verdadeiros animais.
Douglas da Lata, ocorre que essas regras que você colou não são da Constituição, conforme se referiu em comentário anterior, mas de uma lei complementar.
Além do mais, você é quem diz que as "regras", vg, "normas", não foram observadas. Foram, e você é quem não observou isso. Ou quer um recadinho pessoal do presidente e do governador lhe informando: olha, ativamos o plano. Rá rá rá.
Copiou e colou sem nem ler com atenção e saber do que se tratava afinal, né não?
Ou agora você entende de leis também?
Leia pelo menos o documento que você colou aqui, rapaz, e caso tenha alguma dúvida acerca dos conceitos jurídicos, não se avexe em pedir ajuda. Estamos aqui para explicar aos leigos do que se tratam determinados conceitos.
Dessabedor da Sil, jurisconsulto e boxeador.
Incrível é a lavagem cerebral que interesses excusos faz realizar manipulando o sistema social numa redoma corruptiva. Conceber as invasões aos Complexos da Penha e do Alemão como mecanismo utopico para romper com a criminalidade é falacioso. Cartas marcadas bem esquematizadas coadunam para que em um futuro ñ distante nuvas cúpulas corruptivas assumam territórios com aspecto legitimado. Sem uma reestruturação do cerne da Segurança e da Administração Pública fomentará a proliferação de preceptos mascarados que violam o Estado Democrático de Direito.
Afinal o que está por trás são a lavagem de milhões.
Débora
Dessabedor,
Como leigo em leis aprendi alguma coisa lendo orelhas de livro:
A lei complementar (infraconstitucional)que disponibilizei, e você pode ter lido no artigo ao qual o trecho legal se refere(pois era um artigo sobre constitucionalidade da presença da força armada como polícia), regulamenta justamente a previsão constitucional do artigo 142.
No artigo de onde pesquisei (embora fosse chame de copiar e colar) o articulista chama a atenção que o pacto federativo imposto pela Carta Magna em seus diplomas legais já seria suficiente para entender que uma vez determinada a atribuição das polícias estaduais e federal (artigo 144), estaria a previsão (impedimento) legal para tal "intervenção", salvo as exceções mencionadas no artigo 142 e na Lei Complementar de 99.
Ah, e antes que eu esqueça, esse "aviso" é justamente o que os juristas ensinam a leigos como eu de previsão legal e devido processo, sem o qual nenhum ente estatal pode "sentenciar", nem "executar sentenças", sem que incorra em um Estado de Exceção, que na verdade, nunca foi o caso, e é justamente esse o ponto sobre o qual girou a minha parva opinião.
No mais, e por derradeiro, toda lei é constitucional desde até que se declare o contrário, logo, tem pouca importância, a não ser se houvesse conflito de competências (e esse não é o caso) saber se o diploma, norma ou regra legal era "constitucional, ordinária ou infraconstitucional", pois o cerne era saber se havia ou não determinação legal a ser cumprida em cumprimento da lei.
No mais estou à espera de outros argumentos sobre a segurança e criminalidade que você poderia colocar no lugar dos que apresentei e que foram refutados por você, caso contrário, é só a velha e desgastada tática de desmerecer o interlocutor na falta de conteúdo para o debate.
Passe bem!
Desmerecer o interlocutor? Longe de mim fazer isso com alguém com tanta capacidade como você. Estou aparvalhado com vossa magnificência intelectual e intelectiva e já me ponho, desde já, de escanteio. Vossa sabedoria me comove até os ovos e já me encontro abstruso e liquefeito em tristes lágrimas de ignorante mesquinho.
Quem sou eu, ó céus!, para querer tecer debate com alguém que copia e cola artigo de técnico judiciário e vai internet adentro sobejando seus conceitos com lascívia de rã (sem desmerecer você, claro, ou a rã).
Agora, vamos discutir um pouco de física quântica, que eu prometo não utilizar "a velha e desgastada tática de desmerecer o interlocutor na falta de conteúdo para o debate".
Já aviso, não sei nada de necas disso e daquilo.
Dessabedor da Sil, Físico de Pugilista, Mente de Muhammad Ali.
Começamos aonde na física quântica, na teoria das supercordas?
E lembre-se:ao contrário do que dizia Einstein, "deus joga, sim, dados com o Universo".
Caro Dessabedor,
Perdoe-me por insistir comm polêmica tão infértil, mas veja:
Não hierarquizo saber. Se foi um técnico judiciário, gari, motorista de caminhão ou um dessabedor qualquer, não importa, desde que tenha sentido e coerência, ainda que não concorde com o que foi escrito.
Assim, um texto de um "técnico judiciário" tem, talvez, mais legitimidade do que brocados jurídicos de mendes & cia, sempre à postos para construir teses para livrar os seus, como daniel dantas, dentre outros. Deve valer a pena ler sua decisão sobre o famoso HC com supressão de instâncias. Um legado para impunidade, quem sabe? Nenhum técnico jurídico faria melhor...e nem se atreveria, pois arriscaria ser preso só por mencionar tal "indecência".
Mas voltemos ao nosso aprendizado:
Se a população (e o senso comum) quer invasão militar (intervenção ilegal) e violação de domicílios (buscas sem ordem legal), que votem e exijam de seus parlamentares que aprovem leis que permitam tais ações, pois só assim, nós policiais, poderemos entrar em outros endereços, e não só aqueles fragilizados e segregados pela miséria.
Dizem os entendidos em segurança, que é justamente nesses endereços(da zona sul, Barra e adjacências) que estão as causas desse nefasto comércio de drogas ilícitas, com seus sigilos intocáveis, fortalezas invioláveis, e bons contatos, mas que sempre ficam incólumes da aplicação da lei, que é sempre mediada pelo inevitável viés de classe.
Que se diga mais uma vez: Nenhuma pessoa que afronta a lei deve ficar fora do alcance do Estado. Nenhuma. Mas nada justifica rasgar a Constituição para cumprir as normas, nem muito menos, aplicar a lei de forma seletiva e classista.
Ah, e em tempo Mohamed Ali tinha um cérebro privilegiado, antes do Alzheimer, que inclusive lhe permitiu não sucumbir ao senso comum do estadunidense médio que babava por outra Guerra (essa sim, de verdade, a do Vietnam), e se negou a funcionar como peça de propaganda dessa máquina de propaganda que devora dessabedores, rãs, pugilistas, técnicos judiciários e até policiais.
douglas da mata,
nada mais me apavora, muito menos suas loas aos não graduados e que tais.
Obrigado por ter começado seu comentário ao meu comentário do seu comentário do meu comentário do seu - ó, senhor! - texto, citando a teoria das cordas; isso me fez ganhar uma aposta com outro sujeito aqui. Eu disse: aposto que ele vai começar falando obviedade. Pimba! Tomarei meu "red" pensando em suas ignaras parvoíces (óbvio, ulule, please!).
É chato, mas tenho que dizer, acho que ninguém lhe disse: você é abestado ou só mal estudante? Entenda antes de falar e aprenda de uma vez por todas: você não sabe tudo. Aliás, se tivesse ficado só no texto, eu acharia que você sabe mais do que vejo agora. E, só por isso, confesso: tenho aqui com meus botões que você, na verdade, não sabe é nada já que nada informou ou explicou ou retrucou ou... ou... ai, ai.
Cansei dessa brincadeira. Vou alí ouvir um pouco de ópera e maltratar meus servos.
Dessabedor de Sol-lá-si; Canoro da Cidade, Dançarino como Muhammad Ali.
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