sexta-feira, novembro 26, 2010

Território: a palavra do dia!

É como disse uma jovem hoje no campus da UFF, em Niterói: "esta crise na área de segurança pública no Rio está obrigando a gente a se adaptar ao vocabulário da época". Nesta linha território é a palavrinha da moda. Muito usada na Geografia como um conceito mais sofisticado que espaço (que me corrijam os geógrafos e demais especialistas do ramo), no caso atual ela surge e ganha relevância como estratégia de guerra e como ideia de ocupação de terreno. Em conversa de elevador também ouvi território para lá, território para cá... ocupa território, toma território, etc. O blogueiro está na capital desde às 10 horas. Desde a manhã em compromissos diversos até o início da noite, eu usei carro de passeio, ônibus, barca e táxi. Tudo muito tranquilo, mas a conversa era uma só. Interessante observar que os mais apavorados são os da classe média para cima. Para a maioria a vida segue, mas é perceptível a redução do movimento nas ruas, assim como o apoio popular pela presença da força de segurança nas ruas. Resta saber, o que restará depois... Em meio ao espanto que suspendeu aulas nesta sexta em muitas escolas e universidades e adiou vestibulares, previstos para o final de semana, o carioca, com seu humor caracaterístico, brincou com outros mais apavorados. Numa roda alguém dizia: "a lagoa está fervendo..." Outro espantado perguntava o que estava acontecendo por lá. E o intelocutor respondia já na galhofa: "é que um caminhão de sonrisal caiu na lagoa". Sinceramente, estou como a maioria querendo acreditar que as coisas possam melhorar, mas, com o tempo, aprendi que só o trabalho constante e tenaz produz resultados, às vezes do tipo arroz com feijão e não de alaridos que também podem ser necessários, mas como complementos e não como espetáculos isolados, embora o simbolismo possa também ser útil, neste enfrentamento que é dever do estado e direito do cidadão. Neste caso, a variável a ser trabalhada seria também o tempo, e não apenas o espaço, cada vez mais chamado de território. Olhe a palavrinha mágica aí de novo...

2 comentários:

Anônimo disse...

Ai, palavrinha mágica.Agora você entrou no meu "terri-tó-rio" (e-he-he) professor.

Olha a palavrinha: terra-i-tó-rio.

Terra no Rio, área de confluência, de influências, de disputa.

Sacou?

Anônimo disse...

Qual é a palavra mágica?
ENGANAÇÃO!

O que há por trás desses ataques no Rio?

Por que o secretário de Segurança diz que é preferível afugentar os criminosos do que prendê-los. Fica parecendo que o governo fez acordo com os traficantes, antes das eleições, não cumpriu, e os traficantes agora estão dando o troco.


Curiosamente, a explicação que aparece com frequência para justificar os ataques de agora é que os traficantes não estão satisfeitos com a política de segurança do governador.

Se é assim, por que os bandidos não promoveram os ataques antes das eleições para tentar impedir a reeleição do Cabral? Também acho muito estranha a explicação do secretário Beltrame de que o importante é afugentar os bandidos e não prendê-los.

Esse episódio dos ataques dos traficantes está muito mal explicado. Verdadeiramente, qual é o motivo?

Tem de existir uma razão para essa onda de incêndios e vandalismos. Por que agora, logo depois das eleições?

Dizer que os bandidos estão retaliando por causa das UPPs (Unidades Policiais de Pacificação) é justificativa que não se sustenta. Existem 1.020 favelas no Rio e só foram instaladas UPPs em 13 delas.

Nos últimos dias, já foram feitas várias prisões, inclusive de marginais exibidos pela polícia como “chefes do tráfico”. Por que até agora nenhum dos presos explicou o motivo desses ataques? Os policiais não lhes fizeram essa pergunta, que não quer calar? Está tudo estranho, muito estranho. E o governo estadual fica em posição insustentável.

Vamos falar francamente. Está parecendo que o os ataques se deram porque houve algum acordo entre o governo e os traficantes, antes das eleições. E como acordo não foi cumprido, agora os criminosos passaram a retaliar, cometendo esses ataques insensatos.

Esta explicação do secretário Beltrame, de que “o importante é afugentar os bandidos e não prendê-los”, é mais estranha ainda.

O governador vai ficar inerte, não demitirá um secretário que faz uma declaração idiota como esta? Ou o secretário, ao determinar que os bandidos não sejam presos, está apenas obedecendo as ordens do próprio governador?

Essas dúvidas procedem, porque nas filmagens aéreas da fuga dos bandidos, eles estavam misturados aos policiais, até parecia que brincavam de apostar corrida. Realmente parecia que os PMS não queriam prendê-los.

Os “especialistas” que pululam na televisão, dando declarações a torto e a direito, fazendo comentários primários e absurdos, não se preocupam com o principal: o motivo dos ataques.

Nenhum deles se referiu a esse importantíssimo detalhe, levantou hipóteses ou abordou as notórias ligações do governador Sérgio Cabral com as milícias.

Recorde-se que, antes do Panamericano, ele deu declarações, orgulhoso de ter feito acordo com as milícias, para garantir a realização dos jogos. De lá para cá, o número de milícias só fez aumentar.