65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
segunda-feira, dezembro 13, 2010
Do publicitário
Hayle Gadelha é jornalista, publicitário e especialista em marketing político, além de blogueiro. Conhece a política de Campos e algumas de suas principais lideranças. Em março de 2006 foi entrevistado aqui por este blog. Veja abaixo o texto sobre o embate eleitoral de Campos que ele postou ontem, o que indica, que são grandes as possibilidades de participar de alguma campanha:
"Campos e a arte da política: um por todos? todos por um?"
"Campos dos Goytacazes é o maior município (4.031,91km²) do Rio de Janeiro. Tem cerca de 460.000 habitantes e de 335.000 eleitores, é o que tem a maior arrecadação de royalties do petróleo e, segundo o IBGE divulgou nessa semana, foi o município que apresentou “maior ganho de participação percentual do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2008, entre aqueles que contribuíam com pelo menos 0,5% do PIB nacional”.
Apesar de todos esses números, o maior destaque que Campos costuma receber é na política, onde todos os seus personagens apresentam grande habilidade – e ao mesmo tempo têm grande capacidade de embaralhar tudo. Desde 2004, quando foi eleito Carlos Alberto Campista, nenhum prefeito consegue completar os quatro anos de mandato. O próprio Campista (que coordenei a campanha no segundo turno) não durou 5 meses. Nos últimos 10 anos, tivemos no cargo Arnaldo Vianna (PDT), Campista (PDT), Pudim (PMDB agora deputado federal não re-eleito pelo PR), Mocaiber (PSB), Roberto Henriques (vários partidos, agora PR), Rosinha (PR) e Nelson Nahim (PR), além da presença permanente de Garotinho, duas vezes eleito prefeito (88 e 96) e que também é marido de Rosinha (atualmente afastada do cargo pela Justiça eleitoral) e irmão de Nahim (atual prefeito temporário). Isso já seria suficiente para comprovar que existe algo diferente na política de Campos. Mas existe muito mais. Garotinho, em 92, elegeu o seu vice, Sérgio Mendes, e tentou ser governador em 94. Rompido com Sérgio Mendes, elegeu-se novamente prefeito em 96. Em 98, elegeu-se governador (coordenei sua campanha) e deixou no lugar o seu vice, Arnaldo Vianna, que se re-elegeu em 2000. Em 2004, rompido com Arnaldo Vianna, Garotinho apoiou Pudim (vice de Arnaldo) contra o candidato oficial, Campista. Derrotado nas urnas, Garotinho venceu Campista na Justiça Eleitoral, mas não conseguiu fazer o sucessor. Mocaiber, com o apoio de Arnaldo, derrotou Pudim (apoiado por Garotinho), em eleição suplementar. Em 2008, Arnaldo tentou nova eleição (coordenei sua campanha no segundo turno), mas estava sub-judice e acabou sendo derrotado em eleição apertada para a ex-governadora (e esposa de Garotinho) Rosinha Garotinho. Acontece que Rosinha também foi afastada pela Justiça Eleitoral – e quem ficou no seu lugar foi exatamente Nelson Nahim, que era o presidente da Câmara dos Vereadores. Dizem que Nelson Nahim e Anthony Garotinho não se dão muito bem, apesar de serem irmãos e de pertencerem ao mesmo partido. O curioso é que no site do PR, dirigido regionalmente por Garotinho, não encontrei uma única referência a Nahim.
Nessa semana, o T.R.E. escolheu 6 de fevereiro para nova eleição suplementar em Campos – e aí começou nova confusão para alianças e escolha de candidatos. As duas principais lideranças políticas, Garotinho e Arnaldo, atualmente são deputados federais (o primeiro, eleito este ano; o segundo, em final de mandato) e correm risco cassação. Apesar disso, ambos declararam-se candidatos. Ninguém leva a sério a candidatura de Garotinho (que ao mesmo tempo tenta anular ou boicotar a eleição), mas Arnaldo disse que a dele é pra valer. Formaram-se imediatamente dois blocos – de um lado, a família Garotinho; do outro, a oposição, com diversos pretendentes, além de Arnaldo. O problema número 1 é tentar situar Nelson Nahim, que tem a máquina na mão e, como chegaram a pensar alguns, poderia ser candidato da união da oposição – mas acontece que ele só poderá ser candidato com autorização de Garotinho, que é presidente do PR (e pensa também em lançar seu filho, Wladimir). Ou seja – quem confiará em quem? Outro problema é a fraqueza local do PMDB, partido do governador Sérgio Cabral (desafeto do ex-aliado Garotinho), que evidentemente tem grande interesse no resultado eleitoral. Cabral luta para ter um nome de consenso, mas está difícil. Chegou-se a pensar em uma pesquisa para ajudar na escolha, mas parece que não foi avante. Os outros nomes:
Odisséia – vereadora do PT, o segundo maior partido do estado (o maior é o PMDB). O PT é bem estruturado em Campos, mas jamais teve sucesso nas eleições majoritárias. Segundo o senador eleito Lindberg Farias, o PT não abre mão de candidatura própria, com aliança apenas no segundo turno. Ao mesmo tempo, tenta garantir o apoio do PMDB.
Marcos Bacellar – foi o vereador mais votado da história de Campos e foi o terceiro deputado estadual mais votado no município. Não se elegeu porque sua legenda, PTdoB, não obteve os votos necessários para que ele chegasse lá. É candidato determinado.
Fernando Leite – é do PMDB, jornalista, muito próximo de Arnaldo (quem, no final de tudo, deverá apoiar) e já foi deputado estadual. No seu blog, ontem, apontou que “o vereador Rogério Matoso, do PPS, presidente em exercício da Câmara Municipal, pode ser alçado à condição de candidato a prefeito, com apoio da dissidência dos republicanos”.
Wilson Cabral – já foi tucano, mas seria candidato pelo PSB.
Professora Odete – é do PCdoB, teve algum destaque em 2008 e (fala-se) poderia ter apoio do cacique peemedebista Jorge Picciani.
Os representantes do PT, PDT, PMDB, PT do B, PPS, PC do B, DEM, PCB, PV, PSC, PRP e PSL têm se reunido em busca de solução única, mas o nome de consenso está cada vez mais difícil. O que está mais consolidado no momento:
• Odisséia (PT), com possibilidade de ter Odete (PCdoB) como vice;
• Arnaldo (PDT) com Bacellar (PTdoB) de vice e apoio de pelo menos mais 4 partidos. No caso de Arnaldo ser impedido de se candidatar, Bacellar será automaticamente o candidato.
Cabral e Garotinho ainda não estão inteiramente definidos. E o povo inteiro, que cada vez deseja uma solução de paz e que seja definitiva, prepara-se para mais uma grande exibição desses exímios esgrimistas políticos. En garde!"
"(a ilustração acima foi copiada do Portal São Francisco)"
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3 comentários:
Adoro as especulações!rs
Convenhamos que o PT não chega a ser bem estruturado em Campos... Pulando essa parte, é muito engraçado ver a encenação petista.
O PT possui uma pesquisa em mãos e a partir desta, apesar de falar em aliança preferencial com o PMDB, tem corrido atrás de outras forças, oferecendo a vaga de vice. Parece perdido no escuro! Entre esses outros partidos incluiria, após analisarem o resultado da pesquisa, está a tentativa de aglutinar a Professora Odete, fato difícil de ocorrer.
Odisseia esta "viajando", não tem estrutura nenhuma pra ser candidata,não tem bagagem e só fala e faz besteira o PT não tem representação relevante pra ter candidato proprio, essa vereadora esta qrendo aparecer e sabe q não tem chance nenhuma.
Resolução do TRE/RJ
A desincompatibilização dos candidatos ao pleito eleitoral deverá ocorrer no prazo de 24 horas
computadas a partir de sua respectiva escolha na convensão.
Não seria essa a solução para o Nelson?
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