quinta-feira, janeiro 06, 2011

Em busca da popularidade perdida...

A nota de ontem, no blog do Noblat, suscitou reflexões deste blogueiro, sobre a interpretação que FHC faz comparativamente da sua atuação com relação à do presidente Lula, no exercício domandato de presidente da República. Observe: "A sacada de Lula que FHC lamenta não ter tido" "O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confidenciou a um amigo que uma das sacadas de gênio de Lula foi a de falar para o país diariamente e sobre todos os assuntos. Assim, não só se tornou mais popular como ofereceu sua própria versão para fatos que embaraçavam o governo e pautou a imprensa sempre que quis. Lamentou não ter feito isso durante seus dois governos." É evidente que a diferença na popularidade de um e outro, não poderia estar só no debate das questões do dia-a-dia. Outras questões sobre a origem de um e outro, sobre a forma muito mais que o conteúdo das falas, da sinceridade passada na observação como cidadão e não como governante, e acima de tudo as políticas de inclusão social é que fizeram a diferença... A veracidade do comentário demonstra como FHC ainda sente a comparação entre os dois mandatos de um e outro...

8 comentários:

douglas da mata disse...

Caro Roberto,

Infelizmente, creio que não é só isso, embora o comentário de ffhhcc possa até ter acontecido.

Se foi dito, encerra uma visão aravessada sobre seu papel como presidente, as escolhas políticas, o processo político em si, e como são construídas imagens, mitos, símbolos, enfim: ideologia e poularidade.

O "dilema" de ffhhcc é falso, pois ele teve a imprensa a seu lado como quis e quando quis. ffhhcc seguiu e implementou uma agenda política na qual acreditava, e não foi "enganado" ou "pautado".

É lógico que o "antídoto" que Lula tomou contra o "siége" (cerco) da mídia foi formular seus conceitos e diluir os grandes temas com sua linguagem. Mas eis aí a diferença entre os dois que ffhhcc desdenhava, e agora lamenta: Lula fala com o povo e não pelo povo, porque, simplesmente, é povo, coisa que ffhhcc, por mais que se esforçasse (com todas as buchadas de bode no Nordeste), nunca seria.

O que o país esperava de ffhhc e de Lula era diferente, e parece que ffhhc não e não enxerga, turvado pelo ressentimento que o ostracismo causa, ainda mais quando de trata do "ex-príncipe da sociologia".

Mas o que ffhhcc poderia ter feito pelo país era entender e agir com TODO seu saber, e ter feito a escolha pelos mais pobres.

Não quis. Escolheu a agenda do "mercado" e deixou a mediação com os pobres para a "mídia" e seus parceiros demotucanos.

O que Lula fez não foi só um "insight" de marketing, como querem fazer crer o ressentido ffhhhcc e toda mídia por motivos óbvios: é preciso diminuir o símbolo que Lula representa, e para a mídia faz-se mister reduzir todo o fenômeno político a uam questão de "comunicação".

Mas todos sabemos que não é só isso, e esse é um dos "joguetes" preferidos, jogados à exaustão pela mídia com ffhhcc: reduzir toda a complexidade do período Lula a questões simplistas, pintados com verniz pseudoacadêmicos que se contrapõe as escolhas populares, como se essas fossem menos legítimas, só porque não reproduzem a realidade que imaginam.

Um abraço

Anônimo disse...

coitado do lulinha se nao fosse toda politica social e economica Do verdadeiro Herói que salvou esse país de uma economia falida! FHC merecei muito mais que toda ingratidao que recebe por parte desta imprensa e internet podre... infelizmente o povo prefere um popstar marionete como o Lula que um verdadeiro Estadista!

Helton

Anônimo disse...

Impressionante o maniqueísmo do petismo troglodita (livro, aí, o Douglas da Mata, por ser, por vezes, mais coerente!).
Tudo isso aí foi preparado no governo FHC.
Méritos para o governo Lula em ter conduzido e aperfeiçoado, dando continuidade, etc., etc....
Lula exerceu o poder em toda sua plenitude espiritual, tanto que não desencarnou e levará tempo para desencarnar. Enquanto isso vamos nós, o povo verdadeiro que anda de onibus em estradas péssimas, com pedágios caros, tendo que suportar férias familiares no Guarujá, passaportes diplomáticos para filhos e outras indecências mais que, parecem, não constrangem a "elite" que administra meu país.
Observador atento.

Roberto Torres disse...

Apesar de eu ver em fh um patrimônio importante da vida política nacional - basta para isso o fato dele ser um representante "autêntico" dos que se pretendem "modernos" e "ilustrados" no Brasil -, acho que ela jamais poderia ter feito uma escolha pelos pobres fundada em seu saber.

Pois na verdade o seu saber, sua visao teórica e científica do Brasil, comporta um entendimento muito mesquinho e pobre dos pobres. Talvez sua posicao social tenha cuidado de selecionar a heranca do professor Florestan Fernandes, de modo a deixar de lado a questao da exclusao social como problema maior do país.

Ele simplesmente nao vê os pobres como uma classe que, além de necessidades econômicas, também possui uma lingagem política específica. E é isto que Lula viu e formulou.

Basta lembrar algumas pérolas dele: ("hoje no Brasil há uma sensacao de dinheiro no bolso") para perceber que sua visao de mundo é impregnada por um desprezo em relacao aos de baixo e a seus interesses.

Por isso ela acha que o lulismo é somente uma questao de manipulacao comunicativa.

A comunicacao legítima, pra ele, deve ser outra.

O mais dramático, no entanto, é: enquanto FH sonha com o reconhecimento dos ilustrados, ainda que minoritário, o curso da história vai mostrando que seus reconhecedores vao se restringindo a imbecis tipo o Helton. Pobre FH.

douglas da mata disse...

Observador atento:

Eu pergunto, pois quero aprender, ou melhor, reler as estatísticas e dados que uso para fazer minhas comparações e escapar das simplificações:

O "grande argumento", que procura reduzir a gestão Lula a "mera repetidora" dos "acertos" da octaéride fernadista.

Mas veja:

Se ffhhcc nos entregou um país com dólar a 3.97, em "default"(de acordo com os técnicos), pois tinha menos de 20 bi de dólares em reservas cambiais, uma inflação de mais de 12% no fim de 2002, taxa de desemprego recorde, máquina estatal desmontada, tentativa de entregar a Petrobras e seu patrimônio, salário mínimo de menos de 100 dólares (hoje é cerca de 300), e pior, não se pode comparar nem de perto a crise de 2008/09 com as crises especulativas de 98/99 e 2001, que devastaram a paridade cambial artificial do real, feita para angariar a "popularidade" que se esvaneceu como um castelo de cartas.

Nem vou mencionar a taxa de juros, acima (selic) acima de 20%, hoje em torno de 10.75(ainda muitíssimo alto), mas essa é verdadeira "herança" que nos restou com o Meirelles (um tucano de lata cepa).

Eu lhe pergunto de novo:como cenários tão díspares pode estar entrelaçados, a ponto de você reivindicar a era ffhhcc como a que deu causa a era Lula?

Será que o combate a pobreza foi parecido?

O investimento em Universidades e vagas pelo Pro-Uni?

ffhhcc teve algo parecido com o PAC, ainda que considerermos todas as dificuldades de executar as obras, na medida que bao parte delas são contratadas em parceria com Estados e Muncípios?

Eu aguardo seus argumentos, e quem sabe assim, eu possa ter um olhar diferente, e passar a concordar contigo.

Um abraço.

douglas da mata disse...

PS: os pedágios mais caros do país foram instituídos na era ffhhcc, e no estado de SP, há vinte anos sob o mandarinato demotucano.

Anônimo disse...

FHC nem falando 24 hs por dia não me convenceria de nada!

Mariana Arêas

Anônimo disse...

Lula não só falou, ele FEZ!!!