65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, janeiro 25, 2011
Nissan aguarda mais vantagens para se instalar no Açu. Projeto pode ser decidido em 2 meses. Capacidade da fábrica seria de 400 mil carros/ano
As negociações com o grupo EBX prosseguem e entre as possbilidades está a do desenvolvimento do carro elétrico Nissan/Renault que já sendo testado. As perspectivas do desenvolvimento do Complexo Logísitico-industrial do Açu (CliPa) é um dos atrativos da montadora, de olho na possibilidade usar o porto para exportação dos veículos, além de acesso das vantagens da presença de outras indústrias fornecedoras no local.
Estas e outras informações constam da matéria "Rio vai oferecer incentivos para atrair Nissan" que está publicada na edição de hoje do Valor Econômico. Os grifos são do blog:
"Rio vai oferecer incentivos para atrair Nissan"
"Francisco Góes, Vera Saavedra Durão e Marli Olmos"
O governo do Estado do Rio está preparado para oferecer à japonesa Nissan os mesmos benefícios fiscais dados à PSA Peugeot Citroën, que garantiram, no início do século, a instalação da primeira fábrica do grupo francês no Brasil, em Porto Real (RJ).
Caso as negociações entre a Nissan e o grupo brasileiro EBX, de Eike Batista, para instalar uma fábrica de automóveis no porto do Açu, no norte fluminense, cheguem a bom termo, o governo estadual concederia vantagens fiscais, como o diferimento de ICMS, mas não chegaria a se associar à montadora japonesa como fez com a PSA Peugeot Citroën (a participação acionária do Estado depois foi comprada pelos franceses).
O Valor apurou que o governo do Rio ainda não trabalha no pacote de incentivos para a Nissan, pois espera por uma definição das negociações com o grupo EBX. Por enquanto, a direção da Nissan apenas admite estudos para ampliar a capacidade de produção, mas não confirma nenhuma negociação com o empresários brasileiro.
Em nota oficial, a direção da montadora no Brasil afirma que "está estudando diversas oportunidade para aumentar a sua produção no país, como suporte para o crescimento". "Entretanto, a empresa não comentará suas estratégias até que todos os estudos sejam finalizados", destaca em nota.
Mas, por trás do que pode ser uma inusitada estratégia da indústria automobilística no Brasil - a parceria de uma montadora que já produz no país com um grupo local -, pode estar o projeto do carro elétrico, em torno do qual o presidente mundial do grupo Renault/Nissan, Carlos Ghosn, tem se empenhado, num esforço que transcende a média da maioria dos executivos dessa indústria em todo o mundo.
Vale lembrar a relação de Ghosn com o país e com o Rio de Janeiro. Ele nasceu no Brasil e sua família mora no Rio. Recentemente, o executivo, visitou Açu e almoçou, no Rio, com o governador Sérgio Cabral.
Fora do Brasil, Ghosn já pôs em ação o plano de fazer testes preliminares dos veículos elétricos da Nissan e da Renault em várias regiões, o que inclui a própria França, onde fica o comando do grupo, além de Itália, Portugal e Israel. Esse projeto envolve o Leaf, o modelo elétrico com o qual a Nissan quer disputar o mercado de automóveis do futuro.
Eike Batista estaria interessado em desenvolver com a Nissan protótipos de carros elétricos. As tratativas entre as partes existem, disse uma fonte próxima da EBX.
Até agora, no entanto, todos os projetos envolvendo o modelo elétrico da Nissan em outros países estão atrelados a incentivos fiscais de governos locais. E é isso que o grupo busca, numa nova parceria no Brasil, em local distante de onde já atua. Hoje, a Nissan produz a linha de picapes Frontier e o compacto Livina numa fabrica compartilhada com a Renault em São José dos Pinhais (PR).
Qualquer incentivo fiscal no Rio teria que ser aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado, onde o governador Sérgio Cabral tem maioria. O investimento em uma nova fábrica da Nissan no norte do Rio poderia alcançar US$ 1 bilhão e, segundo fontes próximas às negociações, a fábrica teria capacidade para produzir 400 mil carros por ano.
Uma fonte que acompanha as negociações disse que o fato de Eike Batista estar disposto a se associar à Nissan na instalação da fábrica no Rio contaria favoravelmente para que a montadora optasse pelo norte fluminense para realizar um novo investimento no país. As expectativas são de que o negócio possa ser definido nos próximos dois a três meses.
Também pesaria na decisão da Nissan a perspectiva de que o porto do Açu, ligado a LLX, companhia de logística do grupo EBX, possa se consolidar como um porto-indústria, onde estão previstas a instalação de siderúrgicas e fábricas de cimento, entre outras empresas. A Nissan poderia vir a utilizar o porto do Açu para fazer exportações de automóveis produzidos em sua unidade instalada no local, no município de São João da Barra (RJ)."
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2 comentários:
Salvo melhor juízo, com todos estes investimentos efetivos (e os programados), São João da Barra chega a me lembrar Cubatão, em São Paulo.
Próxima ao porto de Santos, a cidade tem uma refinaria, uma siderúrgica e muitas outras indústrias de diversos ramos.
De qualquer forma, um incentivo oficial é uma forma valiosa de se atrair investimentos para uma região.
Mas e o gargalo? Quando vai ele vai ser eliminado?
Eu falo da BR-101. Quando ela vai ser duplicada? Estamos pagando pedágios e a obra não começa.
Todos esses empreendimentos anunciados para o Porto do Açu não serão viabilizados sem a duplicação da BR 101. A rodovia não suporta nem o volume de tráfego atual. Diariamente, ocorrem vários carregamentos, inclusive da indústria do petróleo, muitas de tamanhos fora do normal que demandam veícuilos batedores para a execução do transporte.
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