sexta-feira, fevereiro 11, 2011

A reforma política

José Serra está defendendo, na proposta de reforma eleitoral, a implantação do voto distrital, já para as eleições de 2012. Nela, estes municípios já seriam divididos em distritos e os vereadores disputariam os votos, não mais no colégio eleitoral de todo o município, mas apenas nos distritos. Serra considera que assim, a população vibraria ainda mais com o processo de disputa. É fato que a discussão da reforma política deve ser mais ampla e não pode deixar de discutir o fim das coligações, o financiamento de campanha e o sistema eleitoral, onde, além do voto distrital puro, misto ou em lista fechada, são pontos onde há maiorias, mas não consenso. Ainda sem aprofundamento, vejo que o voto distrital oficializa o poder dos governantes e das máquinas sobre o processo eleitoral, seja no nível dos estados e ainda, de forma mais intensa nos municípios. Porém, quem teria coragem de dizer que isto já não ocorre hoje? Qual dos vereadores se elege sem o apoio direto do candidato majoritário? Ao debate!

4 comentários:

Ralf disse...

Roberto,

Analisando rapidamente e especificamente Campos, acho que o voto distrital poderia ser positivo.

Em Campos hoje, a maioria dos vereadores eleitos se elege no seu reduto eleitoral.

Não há eleitos por classes (profissionais/sociais), e na região central a chamada "pedra", bem como a região em torno da central, que concentra a maior parte de um eleitorado mais "letrado", ou seja, a classe média campista, nessa região as votações tradicionalmente são bem divididas, pois ela costuma ser um espelho que reflete um pouco da votação geral na cidade. Os candidatos a vereador (acho que todos) dão mt importância pra essa região na campanha.

Assim, nenhum candidato consegue se eleger só com os votos da região central e o "poder" de escolha dessa região torna-se mitigado e por conseguinte enfraquecido.

Com o voto distrital, essa região estaria elegendo seus próprios candidatos.

Seria preconceito achar que a classe média ou a dita intelectual, sabe escolher melhor, porém, tratando-se de Campos, acho que o nível dos nossos vereadores é baixissimo e o voto distrital poderia provocar a entrada de vereadores um pouco diferentes na casa. Às vezes um ou dois vereadores bons, fariam mt diferença na casa e isso sinceramente n temos.

Outras vantagens: Ora, fazer campanha em um ou alguns bairros é mt mais fácil e menos oneroso que fazer campanha em toda cidade, por isso, pessoas não endinheiradas teriam chances reais de serem eleitas. Além disso, mt mais fácil para o cidadão, escolher na eleição e acompanhar/cobrar/fiscalizar o desempenho do vereador de seu bairro.

Sorella disse...

Reforma política, vejamos:
1) Se eu tenho que ir com meu carro trabalhar, pq os nobres políticos têm direito à carro oficial? Eu sou concursada, eles não...
2) Se eu tenho que trabalhar anos e anos seguidos para me aposentar (mal), pq político se aposenta com tão pouco tempo?
3) Se eu, que trabalho todos os dias da semana, jornada integral, recebo muito pouco de salário, pq os políticos ganham tão bem trabalhando tão pouco?
4)Ah, se eu falto ao meu trabalho, levo falta e ainda sou descontada, fora a dor de cabeça na hora de aposentar. Político falta às sessões plenárias numa boa...
5) etc
6)etc
7)e mais etc...

Mendel disse...

Complementando o que disse o Ralf eu destacaria como ponto positivo do voto distrital a representação que cada distrito teria na câmara de vereadores.

É certo que hoje só se elegem aqueles que possuem um maior poder econômico e que podem fazer uma campanha com mais recursos financeiros que podem muito bem ser usados indevidamente.

Ainda, acredito também que o voto distrital retrata mais fielmente a realidade de cada lugar, pois através dele seria eleito uma pessoa conhecida de todos e que, em tese, saberia mellhor das necessidades particulares daquela localidade.

Barreto disse...

Prezado Roberto. Há meu modesto ver, o que falta, é o povo COBRAR dos governantes, zêlo com a coisa pública. Para não adentrar em outras searas, vamos falar da mal aplicação dos recursos públicos, em todos os níveis. Obras e serviços de péssima qualidade, como se o bem público, não fossem pagos por todos nós contribuintes. Enquanto não houver, uma conscientização de que o dinheiro "Público" é de todos, o Brasil, continuará com as gestões que salta à vista, só não vê quem não quer ou é deficiente. Se alguem souber, de alguma área do Serviço Público, que seja eficiente, na prestação de obras ou serviços, para o povo, que é quem paga, favor me indicar, pois, de repente, o deficiente possa ser eu. Em tempo: Vejam, a força de um povo, quando quer ou se "liga", no caso de agora com o dirigente Egipcio. Ainda que demorassem, 30 anos, acordaram e botaram para fora, o Presidente "Perpétuo", que segundo o The Guardian, amealhou, durante o seu "Reinado" cerca de US$ 40.000.000,00 (Quarenta bilhões de dólares)de um povo pobre e sofrido. Oportuno acrescentar que, lí a pouco, que o governo da Suíça, bloqueou todas as contas do aludido e asseclas, naquele País. Vamos acordar, como fizeram os Egipcios. Político, só teme uma coisa: Povo rebelado. Até a próxima.