segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Trem Campos-Macaé: projeto retomado

O jornal Valor trouxe em sua edição de hoje, a informação de que o Ministério dos Transportes, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Ferroviários) e a recém criada ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) se reuniram, na semana passada, em Brasília e retomaram a discussão sobre projetos para trens de passageiros que totalizam investimentos de R$ 85 bilhões. Alguns percursos seriam de metrô, outros de VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) e também de trens de passageiros. Há na lista dos últimos 14 projetos considerados “prioritários para análise de viabilidade financeira para trens regionais de passageiros” e entre estes está o percurso Campos-Macaé. O Ministério dos Transportes conceitua como trem regional aquele que é feito dentro do mesmo estado, com percurso regular e saídas diárias. O estudo envolve “um pente fino feito pelo BNDES em 64 trechos potenciais formados pela reativação de partes das estradas de ferro que não foram concedidas à iniciativa privada na década de 90 e que se encontram abandonadas”. O nosso caso o trecho da linha férrea entre Campos e Macaé está atualmente entregue em concessão para transportes de cargas à Ferrovia Centro Atlântica (FCA) ligada à empresa de exploração de minério Vale do Rio Doce. Comentário do blog:
É grande o fluxo de passageiros entre as duas cidades por conta dos trabalhadores que aqui moram e lá trabalham na cadeia produtiva do óleo e do gás. A retomada do transporte de passageiros em trens ajudaria a reduzir o fluxo na já tumultuada BR-101, e no futuro, permitir à interligação até Itaboraí, onde está sendo instalado o Comperj, que por sua vez, tem projeto de metrô, até o Rio de Janeiro. Antes, este assunto veio à tona em junho de 2006, ficando, quase cinco anos adormecido. Espera-se que, agora, diante, dos projetos e empreendimentos previstos para a região, assim como da proposta de um Plano Diretor de Transportes e Logística (Mobilidade) para a futura Região Metropolitana do Petróleo, com perspectivas de mais de 2 milhões de moradores, o projeto parece ser não apenas viável, mas necessário.

5 comentários:

Mendel disse...

Roberto,

Essa ligação de trem Campos-Macaé, posteriormente se estendendo até Itaboraí e de lá por metrô até o Rio me lembra muito a ligação que o Underground (o metrô londrino) tem.

Lá, de trem/metrô, se chega a qualquer lugar. Saindo de Londres pode-se alcançar com facilidade cidades como Liverpool, Manchester e outras.

Tomara que este projeto prospere mesmo.

Marcos Oliveira disse...

Professor Roberto, conforme seu comentário esse assunto vai e volta.
Parece que agora há um estudo mais sólido. Considerando os índices de crescimento do país e a necessidade de implementar melhorias na infra-estrutura de transporte, tanto de passageiros como de cargas, é bem possível que desta vez isso venha a se tranformar em realidade.
Só não sei quando.
É que por aqui existe a cultura de que projetos como esses tem que ser pensados em looooooooongo prazo, veja o exemplo da duplicação da BR-101.
No entanto, apostemos na capacidade gerencial da Presidente, de seus ministros e demais escalões.
Qualquer estudo de viabilidade técnico-econômico-ambiental destas ligações ferroviárias dão resultado positivo.
Estamos muito atrasados nisso. O caso da ligação de Londres com outras cidades, já citado, é um bom exemplo a ser seguido.
Abraço.

Ana Paula Motta disse...

Espero que se concretize,a retomada do transporte ferroviário é urgente. Eu, por exemplo, nunca andei de trem, a não ser pequenas viagens turísticas,porque nasci quando as ferrovias davam lugar às BRs.

Ana Paula Motta disse...

Espero que se concretize, a retomada do transporte ferroviário de massa é urgente. Eu, por exemplo, nunca andei de trem (apenas pequenos trechos turísticos), porque quando nasci as ferrovias começavam a dar lugar as BRs.

Mendel disse...

Roberto,

Pensando um pouco mais me recordei de um outro projeto férreo muito em voga: o trem-bala ligando 3 grandes centros e aeroportos: Campinas/Viracopos - São Paulo/Guarulhos - Rio/Galeão-Santos Dumont.

É sempre muito bom ver que estas idéias partindo das agências públicas que tem um maior contato com o círculo maior do poder governamental.
Uma obra como essa seria de grande valia para todos os que tem a necessidade de se deslocar de Campos a Macaé e também em direção ao Rio. A estrada ficaria menos movimentada, o que causaria um impacto reflexo em diversas áreas.

Entretanto, raciocinando politicamente, estas obras tem pouco importância pelo simples fato de que é um tipo de obra que é feita a longo prazo, coisa para 2 ou até mesmo 3 mandatos.
Como exemplo, cito a construção do Rodoanel aqui em SP. O partido que atualmente governa o Estado já está no poder há 16 anos, alternando-se governadores e, s. m. j., esta é uma obra que está pela metade, bem dizer.

2 trechos, oeste e sul, já estão feitos e dá gosto de andar por eles. Contudo, 2 trechos de grande problemática (principalmente no que diz respeito ao licenciamento ambiental), leste e norte, ainda estão em fase de pré-execução/compasso de espera. É coisa mui grande, para mais uns 6 anos de obra no mínimo.

Enfim, o que quero dizer com isto é que há a necessidade, mas em contrapartida não há interesse.

E essa falta de interesse repercute em todas as esferas da atuação da iniciativa privada, trazendo malefícios para toda a coletividade.

Justamente, esse interesse político "mina" o desenvolvimento de um país, o que nos faz pensar em uma reforma.

Parafraseando Rui Barbosa, "a base de todas as reformas é a seriedade dos homens", e infelizmente a médio prazo não vemos homens sérios para tanto no horizonte.