Pegada ecológica. Pegada Hídrica. Os dois termos relacionados a metodologias de avaliação ambiental estão cada vez mais sendo utilizados. Ambas buscam medir a dimensão crescente das marcas que deixamos no planeta.
A pegada ecológica, segundo os usuários desta metodologia foi criada para ajudar a população a perceber quanto dos recursos da natureza utilizamos para sustentar os nossos estilos de vida, a cidade que vivemos, a casa que habitamos, os móveis que possuímos, as roupas que vestimos, o transporte que utilizamos, o que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, etc. A tentativa é a de se avaliar os nossos padrões de consumo e se o uso dos recursos naturais seriam sustentáveis ou não. Na prática mede-se o uso de recursos de itens como papel, gasolina, carne bovina, gás, energia elétrica, águas e resíduos sólidos.
A pegada hídrica de um produto representa o volume de água doce usado ao longo de sua cadeia produtiva. Segundo os estudiosos desta metodologia, o consumo de uma xícara de café seria correspondente a 140 litros de água, quantidade necessária no plantio e produção da bebida. Já um quilo de carne teria uma pegada hídrica de 15.500 litros.
Esta metodologia pode ainda ser usada para avaliar a pegada hídrica média das populações de um país. Neste cálculo, o brasileiro teria uma pegada hídrica de 3.780 litros por dia, considerando o que consomem em casa (5%), em produtos industriais e agrícolas (95%). No Reino Unido, este valor é de 4.650 litros. Nesta linha, os produtos que consomem muita água (agrícola ou industrial) no seu processo de produção deveriam ser evitados.
A metodologia das pegadas ecológicas foi utilizada por pesquisadores do mestrado em Engenharia Ambiental do IFF, para avaliar a sustentabilidade ambiental na região do Açu diante da implantação do Complexo Logístico-industrial do Açu que avaliou 12 comunidades num raio de 20 quilômetros em torno do porto, numa população de cerca de 10 mil moradores no 5º e 6º distritos do município de São João da Barra.
O estudo aponta preocupações de que a sustentabilidade ambiental da Área de Influência Direta (AID) “parte de um superávit ecológico para uma posição de acentuado déficit ecológico”.
Além disso, a pesquisa concluiu que: “Para se evitar a insustentabilidade da região é necessário: a criação de programas de fomento à produção local de alimentos; a implementação de um sistema de gestão de resíduos urbanos; melhorias do sistema de transporte público; implantação de um programa de educação ambiental, que vise promover o uso mais racional de recursos energéticos; a implantação do sistema de coleta e tratamento de resíduos domissanitários; a implantação de um amplo programa habitacional, capaz de impedir, ou, ao menos, reduzir a formação de loteamentos irregulares, que ocupam principalmente áreas de risco e APPs (Áreas de Preservação Permanente).”
Quem quiser ter acesso ao artigo científico de autoria de Roger Coutinho, Luiz Pinedo, Ricardo Terra e Camila Pena, publicado no Boletim do Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, volume 3, número 2, da Editora Essentia do IFF é só clicar aqui.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Um comentário:
Roberto, postei um link da entevista com o João, aqui http://goytacity.blogspot.com meu velho amaigo desde os tempos da Cacomanga e da Federal também.
grande abraço
artur
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