quinta-feira, março 31, 2011

O marketing da EBX e a greve do Porto do Açu

No dia 28 de fevereiro o blog postou aqui, uma nota mostrando a forma como o grupo empresarial se vende ao grande público, com informações curtas e forte significado simbólico, que atrai a divulgação gratuita de todo o tipo de mídia.

Assim o grupo EBX começou com a informação de que a área do Complexo do Porto do Açu tem uma área de 90 Km² semelhante à ilha de Manhattan. Depois, a nova página da MPX disse que “as chaminés da MPX Açu I e MPX Sul serão mais altas que o maior prédio do Brasil – o edifício do Mirante do Vale em São Paulo, que tem 170 metros". Agora, por último, a informação de que o estaleiro da OSX terá o maior guindaste das Américas.

Incompatibilidade

Toda esta política, aliada a um discurso de que a Responsabilidade Social e Ambiental está no DNA dos empreendimentos do grupo, cai por terra (literalmente) com a informação que os trabalhadores que constroem o complexo, um dos maiores projetos em estrutura logística do mundo, ganham apenas R$ 935,00, menos que 2 salários mínimos.

Diante dos fatos, resta saber o simbolismo que a greve dos trabalhadores do Complexo do Açu terá sobre a proposta do grupo empresarial, tanto na sua estratégia de negócios, quanto, sobre sua proposta, para a comunidade da Área de Influência Direta (AID) do Complexo Logístico-industrial do Açu, para uma Gestão Integrada do Território (GIT). A conferir!

7 comentários:

Unknown disse...

Isso aí, Roberto. Sem falar na refeição (também terceirizada) oferecida aos trabalhadores da ARG que nem porco come.
Aí vem o PIG campista falar absurdos em editorial. - Ó! Esses trabalhadores estão atrapalhando o progresso ...

Anônimo disse...

Será que o fechamento do Batalhão de Polícia Florestal pelo Governador aqui tem algo a ver com os interesses do Grupo EBX, que evidentemente são conflitantes com a fiscalização e preservação do meio ambiente?

Roque

Anônimo disse...

Os empresários costumam reclamar da baixa qualidade da mão-de-obra no Brasil, mas quando encontram a mão-de-obra que lhes interessa, olha o salário que querem pagar.
E alguns ainda têm a cara-de-pau de anunciar, em tom de auto-enaltecimento, que dão empregos.
Ora, quem dá emprego é porque não quer ou não consegue fazer o que tem de ser feito, está se livrando de algum encargo e obtendo lucro com o trabalho de outrem.
Não conheço empresário que dê emprego e pague salário digno sem necessitar e tirar lucro daquela mão-de-obra, portanto o primeiro beneficiado e ele.
O problema é quando a exploração é abusiva, quando os empregados sofrem danos ou/e humilhação, em nome do lucro do empresário.
Esse empreendimento (Porto do Açu)não é melhor e nem pior que nenhum outro, fatalmente, precisa respeitar o direito e a dignidade dos outros, não só dos empregados, mas também das inúmeras famílias que estão passando por desapropriação.

Nascimento Jr
nascimento.jr@bol.com.br

Anônimo disse...

Roberto

Acho louvável a sua preocupação com os salários pagos aos empregados das empreiteiras contratadas pela LLX. Porém vamos trazer essa discussão para mais perto de nós. Por acaso você sabe qual é o salário pago pelas firmas terceirizadas do IFF aos seus funcionários? Em sua maioria não passa do piso salarial do estado, ou seja, quinhentos e poucos reais brutos. Um profissional de nível superior com experiência contratado por essas firmas, como um Nutricionista, ganha um salário mínimo e meio. O que é uma vergonha! Eu não sei qual é a solução, mas acho que a direção do IFF e de seus Campi, não deveriam aceitar esse estado de coisas, e exigir das empresas, melhor remuneração para os funcionários terceirizados que prestam serviço ao IFF.
Um abraço
Cláudio

Anônimo disse...

A questão das greves de nossa categoria tem por fundamento exatamente a falta de um reajuste salarial decente, haja vista nossos sindicatos que discontam suas taxas, mas, na hora da negociação não nos representam como deveriam. A hora é essa não há mão de obra para tanta oferta, sejamos firmes que nossa dignidade vence!

Cristiano disse...

Técnicamente existe uma coisa chamada Loby, seria como tentar influenciar o publico a tomarem certas decisões ou a acreditar em algo, confiar.

Eike Batista consegue muita coisa com seu loby, porque ele é ouvido, ele é o cara mais rico do brasil, mais conhecido que sua empresa, é um empresário digamos que "celebridade", como o Brasil nunca teve.

Quando ele abre a possibilidade de compra de ações em suas empresas, ele faz um loby, criar vídeos com suas obras já montadas em 3D, envia notas desse tipo "do maior guindaste", com isso ele vende muitas açõe se e ganha dinheiro com o que nem esta ainda construido.

Quando acontece uma notícia ruim, como por exemplo, a greve do porto, dependendo das proporções e duração que essa notícia rolar, pode desvalorizar suas ações, assim ele perde dinheiro. Como a LLX não queria deixar chegar ao extremo de perder dinheiro, foi logo tentando uma negociação com os trabalhadores.

Por ultimo, fazer loby é super normal, e vocês podem ter certeza que se a greve durasse mais, a LLX ia seder tudo e mais um pouco.

denis disse...

Pois é, a contradição é muito grande, o mesmo foi quando o Eick doou milhões para a Madona, mas faz com que o Estado façam desapropriações de pessoas humildes sem qualquer respeito... Por ai vai, a demagogia agora é onda no país.

Confiram os vídeos ai:
http://www.youtube.com/watch?v=cFO_XejeKnw
http://www.youtube.com/watch?v=jPoYgm4uR-Y