65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, março 10, 2011
“O operariado brasileiro se qualifica trabalhando”
A afirmação acima e outras postadas abaixo, foram feitas pelo economista, Carlos Lessa, num artigo que enfoca uma questão econômica a do aumento inconsistente do PIB nacional, mas que também acaba por tecer comentários interessantíssimos sobre as estratégias para se investir na Formação Profissional no Brasil, e, especialmente, como o povo brasileiro vai fazendo, pragmaticamente, a opção pela sua formação para o trabalho.
Destaquei os pontos que considero mais importantes e que, de certa forma, questionam a questão que os colunistas econômicos gostam de repetir continuamente como um mantra a demanda por qualificação que chegam a chamar de "Apagão da Mão-de-obra", quando muitas delas estão ligadas a não oferta de melhores salários e benefícios para os mais bem qualificados. Leiam e tirem suas próprias conclusões:
"Penso que a tarefa da educação é a reposição de uma nova geração melhor qualificada que a geração que a formou. O bom mestre quer que o discípulo o supere. A nação exige que cada geração esteja melhor preparada para a futura civilização nacional. O investimento produtivo gera empregos e a educação faz avançar o processo civilizatório.
O Brasil instalou em tempo de Juscelino o complexo metal-mecânico e o eletroeletrônico sem qualquer estrutura de ensino profissionalizante. O operariado brasileiro se qualifica trabalhando. É tão ávido em manter o bom emprego e nele prosperar que se autoqualifica.
... O jovem necessita emprego e oportunidade de trabalho. Se o Brasil tiver cursos de alta qualificação sem gerar os empregos correspondentes, será introduzida uma nova commodity nas exportações nacionais - o próprio brasileiro."
As opiniões do polêmico Lessa levam a inúmeras posições, questionamentos e debates que se relaciona não apenas com a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) mas, pode-se dizer, também e diretamente, à educação do trabalhador brasileiro.
Bom recordar que o Brasil é o recordista mundial em alunos estudando no período noturno, que caracteriza a maioria dos trabalhadores brasileiros que vão à luta por ascenção profissional e social, através da ampliação da sua escolaridade e qualificação profissional. Melhor seria que estas oportunidades de estudos se dessem no curso normal de suas vidas, mas, não é por isso, que eles abandonam os estudos, embora sejam pragmáticos, compreensivelmente.
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