65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, março 09, 2011
Porto Suape, suas potencialidades e conseqüências e sua relação com o Açu
As características de porto-indústria de Suape, em Pernambuco, guarda similaridade com o que se projeta para o Açu e, isto já foi comentado aqui neste espaço.
Por lá, junto do porto projetado na década de 60, e já em funcionamento, estão sendo construídos um estaleiro, uma siderúrgica, montadora de automóveis (Fiat), etc.
O jornal Folha de São Paulo publicou durante o carnaval, uma matéria sobre o assunto que deve ser conhecida por nós que acompanhamos o que está sendo projetado para o Açu, no desejo de que o processo de regulação evite os problemas e aumente as potencialidades do investimento para toda a nossa população e não apenas para os seus investidores:
“Porto de Suape, de elefante branco a polo industrial”
“Idealizado como porto-indústria ainda na década de 1960, o Complexo de Suape chegou a ser apontado como um imenso "Elefante Branco" e um sumidouro de dinheiro público.
A história começou a mudar em 1997, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, quando a União se convenceu de que o velho porto de açúcar dos holandeses três séculos e meio antes poderia muda a história do Nordeste.
Duas obras são considerados hoje elementares para a mudança da história de Suape: a abertura dos arrecifes e a construção dos primeiros três berços para atracação dos navios.
Isso viabilizou a criação de uma estrutura portuária interna, antes dos arrecifes. Até então, a modesta estrutura de um píer avançado para o mar era tudo o que Suape tinha.
"Dos 12 governadores que assumiram o estado ao longo de 50 anos, cada um do seu modo e ao seu tempo apostaram em Suape. Foi essa insistência de vários governos que transformou Suape no que é hoje", disse Sérgio Kano, diretor do Terminal de Contêineres de Suape e ex-presidente do porto.
Os investimentos aumentaram na última década. Da idealização do porto até meados da década de 1990, Suape havia recebido apenas cerca de US$ 300 milhões.
A partir da obra nos arrecifes (abertura de uma faixa de 400 metros de largura e aprofundamento do canal até 16,5 metros), a aposta no porto começou.
O primeiro projeto foi o terminal de contêineres, que se prepara para alcançar capacidade para movimentar 700 mil TEUs (um TEU equivale a um contêiner de 20 pés).
Até 2010, as estimativas indicam investimentos de US$ 3 bilhões para dotar o porto de condições adequadas para receber grandes navios. Hoje, nem o Porto de Santos, o mais importante do país, tem condições de receber embarcações do porte que podem atracar em Suape.
"São esses investimentos públicos, tão criticados, que estão viabilizando aportes privados em projetos industriais de grande porte que já totalizam bilhões de dólares. Sem essa aposta, nada disso teria sido possível", diz Kano.”
Em setembro de 2010, a mesma Folha de São Paulo relatava alguns problemas identificados na instalação do empreendimento lá em Pernambuco que merecem observação:
“Crescimento desordenado desafia região”
“A rua principal da praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho (PE), está imprestável -esburacada, com montes de pedra, terra e sujeira.
Segundo moradores, a praça do lugar virou ponto de crack, e, com a chegada de trabalhadores de todas as partes para o polo de Suape, jovens se prostituem cada vez mais cedo.
O centro de Ipojuca, que, graças a Suape a ao turismo, tem o maior PIB per capita de Pernambuco (R$ 76.418, IBGE-2007) é degradado, feio e caótico.
Apesar de endinheirado, o município tem alta incidência de pobreza (62,8%, IBGE-2003). O crack também chegou a Porto de Galinhas, praia mais badalada da cidade.
O boom gerou um crescimento desordenado, numa região sem infraestrutura adequada ao salto.
Embora parte da solução pudesse vir de programas federais, os problemas estão longe de afetar o prestígio de Lula por ali.
"A situação está crítica, não há nenhuma segurança para sair à noite, e a pracinha virou uma cracolândia. Até o final do ano, vou embora daqui", relata o comerciante José Fernando dos Santos.”
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2 comentários:
Infelizmente, é o q vai acontecer com São João da Barra! Cidade rica e povo pobre.
queria saber quais sao as características que o tornam o porto de suape um dos melhores do mundo!
Pf preciso disso até semana que vem pf manda pro meu email:
babyjustin1961@hotmail.com POR FAVOR!
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