Nosso país não tinha até então histórico deste tipo de violência mais freqüente nos EUA. 12 pessoas morreram e 18 foram atingidas no ataque ocorrido hoje pela manhã, na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.
O fato é lamentável. Mas, pelo histórico das ocorrências similares nos EUA, sabe-se que é pouco previsível. Porém, o pior de tudo que ele traz, logicamente para além das vítimas diretas, seus familiares, os servidores da escola, etc. é a paranóia que ele tende a desencadear daqui por diante.
Daqui para diante vão querer que se instalem detector de metais em todas as escolas. Vão surgir as propostas de acompanhamento da vida de estudantes, ditos ou considerados, anormais. As desconfianças tenderão a se ampliar, as divergências poderão tomar um rumo diferente do diálogo que busca consensos ou soluções, num ambiente, que precisa ser de construção para que a Escola cumpra a sua grande tarefa de formação de pessoas.
Enfim, o estrago feito sobre a Educação Brasileira com este ataque de hoje é muito maior do que a vista e os demais sentidos podem alcançar, neste primeiro momento de angústia, medo e repulsa.
A Escola mais que um processo entre alunos e docentes, para ser eficiente, ela necessita de uma ambiência construtiva. O saber e o estímulo à curiosidade, um dos importantes papéis da Escola nestes dias de conexão quase total, depende de tranqüilidade para que o intelecto e a emoção possam fluir e o crescimento humano possa se forjado.
Os tiros do ataque atingem a Escola Tasso da Silveira enquanto instituição, mas atingem a nossa sociedade como um todo. A discussão sobre a violência retomará com novos ingredientes antes ausentes. É compreensível que assim seja, até porque Escola que possa ser considerada como tal, nunca vai estar apartada da sociedade, porém, é preciso que não deixemos que as ações a serem desencadeadas por este fato lamentável, transponham os limites do razoável, sob pena de atingirmos valores que sem os quais a Educação valerá muito pouco.
Acompanhemos, pois, com interesse e disposição de enfrentar os desafios que a vida nos impõe, mas, estejamos, especialmente os Educadores, atentos, para não deixar que enclausurem nossas escolas Brasil afora. A Educação necessita de liberdade e ninguém está a salvo neste mundo, dos alucinados, que também estão sendo produzidos pela nossa sociedade.
PS.: Atualizado às 13:18: Corrigido o número de mortos e feridos em função das informações mais recentes.
10 comentários:
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Boa opinião! Compartilhado no facebook...
Bom colocamento da questão da liberdade... Compartilhado no facebook!
A violência dentro das Escolas já acontece não é de hoje, não com tamanha brutalidade, mas vou citar apenas dois fatos rececntes em uma Escola municipal, na primeira semana de aula um aluno de 13 anos agrediu uma colega a socos porque a mesma não estava dando confiança a ele e quando a professora interveio pulou o muro da Escola e disse que ia em casa pegar uma arma, a professora em prantos disse que não daria mais aula, semana passada uma mãe entrou nesta mesma Escola e deu dois tapas no rosto na menina do portão, a diretora não quis ser testemunha do fato quando a mesma deu parte e poderia contar aqui vários outros aqui mesmo em nossa cidade.
Nas escolas onde trabalho a entrada é totalmente franca para quem quiser. Quantas vezes minha aula foi interrompida por pAIS E MÃES com postura agressiva, para questionar cisas tipo: nota do aluno, falta dada ao aluno por ele estar matando aula, etc.
Fora vendedores das mais variadas bugingangas, que interrompem as aulas para propagandear seus produtos.
Infelizmente em nosso país se tem dinheiro pra investir em Copa do Mundo e Olimpiadas; mas infelizmente nunca tem pra investir em educação, saúde e segurança pública.
Embora já tenha ouvido muitos relatos e até presenciado casos de violência nas escolas nestes 14 anos de magistério,estou consternada e muito triste com esta terrível tragédia.A escola é o ambiente onde os pais apesar de tudo têm a segurança de deixar seus filhos e irem trabalhar.Agora "como consequência"passará a ser mais um lugar de temor.Como professora,cidadã e mãe me sinto impotente(neste momento)mas convicta de que de alguma maneira,como parte do sistema,como educadora,como mãe,preciso continuar tentando...Que Deus conforte o coração destas famílias.
Meus profundos respeitos aos pais das crianças assassinadas por um lunático premeditado que invadiu a escola municipal Tasso da Silveira, nesta manhã, no Rio de Janeiro, bairro do Realengo.
Sem querer fazer troça ou desrepeitar os dolorosos sentimentos dos familiares, alguém poderia me explicar o que a dona PresidAnta quiz dizer com "não é característica do País ocorrer esse tipo de crime", algo que escutamos em pronunciamento ao vivo nas "news" da vida, sem nos esquecer, porém, de que "esse tipo de crime" já ocorreu no interior de uma sala de cinema, em São Paulo, além de no espaço aberto de outros cantões? Qual o tipo de crime é característico do nosso País, o qual, aquela pessoa, deixou oculto em seu pronunciamento? Aquele, do qual, já não se tem mais vergonha de se praticar à luz do dia e aos olhos de outros? Aquele que tanto enlameia o País, e que sempre depende das togas superiores o cansativo esperar dos resultados punitivos, cuja ausência só reforça e anima a reincidência do mesmo crime, e outros correlatos, soando os interesses da sociedade como mero detalhe?
Uma outra coisa que intriga nesses acontecimentos é a capacidade que alguns tem em se aproveitar das tragédias para fins políticos.
Esse político deve ficar torcendo para que mais tragédias aconteçam para atacar o atual governo estadual. é a munição que eles usam.
Garotinho toma jeito meu filho, não seja tão malvado assim. Como dizem: Deus castiga. Confira: http://www.blogdogarotinho.com.br/lartigo.aspx?id=7668
Agora aproveito o espaço, já que ele não coloca comentários desfavoráveis em seu blog, e ele cita em seu ataque a Cabral a falta de médicos, pergunto: e o caus da saúde de Campos que é governado pela sua esposa?
Fala ae Garotinho.
Atirador de elite
Excelente texto:
http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/chico-alencar-a-matanca-na-escola.html
Maria José Gama
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