O apetite para a política e a governança em SJB

O município de São João da Barra surgido no século XVII, mais precisamente, em 1676, tem um apetite grande para a disputa política. O fato é conhecido, desde que a cidade se espalhava do Açu, ao sertão encostado no estado do Espírito Santo. Na época a energia desta disputa tinha mais de 1,5 mil quilômetros quadrados para se dissipar e ser retomada.

A divisão do município em dois, no início da década de 80, pela Alerj e pelo Rio Paraíba o Sul, parece agora ter adensado a disposição para o enfrentamento, na antiga sede, na mesma proporção, que o “X” da multiplicação presente agora nos empreendimentos do Porto do Açu, que prometem oportunidades e riquezas, junto das ameaças e das preocupações com o cenário.

O quadrilátero quase perfeito, de 20 x 20 quilômetros, de Barcelos a Atafona de um lado, e Pipeiras/Barra do Jacaré ao Açu de outro, com 431 Km² parece que ficou pequeno, e assim, os espaços para a disputa política, que se relaciona ao tête-à-tête da conversa, se multiplicou. Assim, a eleição de 2012 chega mais cedo do que em todos os demais municípios. É desta forma que surgem em números também multiplicados, os blogs e outros espaços na internet, como novos territórios do debate político sanjoanense.

A disputa e o debate são desejáveis e compreensíveis na política, o que se deve evitar é a politicagem e o jogo baixo, que parece quase inevitável. Ainda assim, há que se compreender que uma nova governança, com debate entre contrários, seja quem for o vencedor e o vencido, só acontecerá se a sociedade participar de forma construtiva, participativa e exigente.

À gestão eleita caberá sempre, como cabe hoje à prefeita, o papel de articular o interesse coletivo e arbitrar as soluções entre as posições divergentes, e isto deverá ser cobrado de quem quer que venha a ser eleito em 2012.