quarta-feira, maio 18, 2011

“Responsabilidade social da Petrobras”

O título da nota é também de um artigo publicado na página de opiniões, do do jornal Correio Brasiliense na edição de ontem. Seu autor é o engenheiro Fernando Camara, pós-graduado em Negócio de Petróleo e Gás e assessor do diretor-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Fernando é um antigo companheiro de universidade e do movimento estudantil no Rio de Janeiro há trinta anos. Câmara faz um interessante relato sobre o país que emerge do pós-sal que o blog entende que vale a sua conferida:

"Responsabilidade Social da Petrobras" Fernando Camara "A Petrobras está em posição privilegiada entre as maiores petrolíferas do mundo. A descoberta de gigantescos reservatórios no pré-sal faz da empresa uma joia desejada. Observa-se que, cada vez mais, os negócios em torno do petróleo brasileiro geram emprego e renda, tecnologia local e fomentam um panorama favorável para o desenvolvimento do país. Será necessário grande número de equipamentos e serviços, além de tecnologia, o que levará a novos investimentos. A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) calcula que “o número de empregos na cadeia de petróleo e gás no Brasil pode atingir 2,5 milhões em 2020, caso seja implementada a Agenda de Competitividade”. Sem as demandas do documento atingidas, a projeção da Onip é a de que o setor tenha entre 630 mil e 860 mil empregos naquele ano. As previsões até 2013 sobre geração de emprego e renda no Brasil com a exploração de petróleo, diz Simone Schettino, são as de que “pelo menos 207 mil pessoas serão qualificadas para trabalhar na área de petróleo e gás em 185 categorias, sem levar em consideração as últimas e as próximas descobertas do pré-sal. Para explorar esses recursos, a construção de novas plataformas e embarcações deve gerar, cada uma, 500 novos empregos em estaleiros e 3,8 mil vagas para tripulantes que vão operar a nova frota”. Ações tomadas pela Petrobras e pelo governo brasileiro visando ocupar o parque industrial nacional com tais equipamentos são importantes para ajudar a manter a economia aquecida. A Onip estima que os gastos de capital para o setor de petróleo e gás, entre 2009 e 2012, totalizarão US$ 147 bilhões, ou 60% de todos os investimentos industriais no Brasil. Recursos de bancos estatais e privados serão imprescindíveis para desenvolver uma grande base de produção no país. A Petrobras sozinha não possui capital suficiente para os investimentos, mas tem um plano de negócios firme e desafiador, atualmente o maior do mundo. Embora a estatal domine seu mercado, a complexidade de operações em águas profundas envolve uma gama de fornecedores, entre multinacionais que oferecem serviços para a exploração do petróleo e companhias de pequeno porte que ocupam nichos tecnológicos e de serviços. Propagar essa enorme cadeia produtiva é um desafio. O Brasil não seria inteligente escolhendo apenas um molde de país exportador de petróleo, sem promover o crescimento da indústria local. Assim, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Soberano do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil são importantes fontes de recursos para investimentos no país por intermédio da Petrobras. Cabe à companhia usar esses recursos para financiar o plano de negócios e dar às empresas brasileiras competitivas o direito de preferência nas encomendas relativas aos projetos da estatal. Essas instituições financeiras já participam da capitalização da Petrobras. É justo e coerente que a estatal seja repassadora dos dinheiros públicos, de uma poupança nacional, para o efetivo incremento da indústria brasileira e do setor de serviços, geradores de emprego e renda. Esse é o caminho para o crescimento sustentado. O objetivo deve ser desenvolver uma indústria local altiva e competitiva, incentivando os fornecedores internacionais a investirem no Brasil, capacitando as empresas locais a atuarem como parceiras, gerando empregos e atraindo tecnologia para o país. Além disso, deve-se investir na qualificação de mão de obra, tanto de engenheiros, quanto nos níveis intermediários. Ao investir, a Petrobras expressa a vontade de seus acionistas em meio à sociedade brasileira. Acionistas geralmente querem a restituição financeira do investimento, assim como a sociedade quer que esse retorno ocorra melhorando os índices de felicidade. Essa sociedade quer que, no futuro, seus filhos tenham empregos no Brasil. Para isso o Estado deve oferecer recursos que gerem oportunidades de crescimento no país. Com o BNDES, a CEF e o BB financiando o setor de petróleo, o país poderá exportar soluções tecnológicas, insumos e serviços, abrindo a possibilidade de destaque no cenário internacional para além das commodities. Internamente, fortalecerá o mercado consumidor, gerando emprego e renda. A política de conteúdo nacional deve aproveitar as atividades da Petrobras como indutoras do crescimento da economia e a empresa, por sua vez, também se beneficiará desse processo. Assim, os presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, e da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, passam a ter muito mais responsabilidades do que já têm ao administrar as estatais e apresentar bons resultados aos acionistas. Devem pensar e agir em favor da nação. A grande lição dos dois governos Lula, o que aprendemos na prática, foi a de que o bolo deve ser dividido mesmo com o país ainda em formação."

Fonte:

https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/17/responsabilidade-social-da-petrobras

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