Começa a crescer entre os empresários da região, a percepção de que os negócios relacionados à implantação do Complexo do Açu são todos feitos no Rio, Belo Horizonte e São Paulo. Por aqui, quase nenhuma empresa, a não ser, perifericamente, conseguiu ser “sub-sub-contratada” para alguma obra ou serviço.
Estes efeitos são conhecidos em empreendimentos de grande porte como este, chamados de enclaves. (A palavra enclave origina-se do latim inclavatus, ou "clavis” chave, denotando algo fechado).
Se não houver um esforço do empreendedor em estimular, capacitar e organizar em associação ou consórcio estes empreendedores locais, eles ficarão, literalmente a “ver navios”.
Pior, é que nesta situação tenderão a não só não ganhar nada com a implantação do complexo, como a perder, com diversos novos problemas como aumento de custos com: localização, produção, mão-de-obra, congestionamentos, etc., sem participar e ganhar nada com a "festa".
A gestão pública, se eficiente, deveria estar realizando esta atividade e ampliando e organizando as entidades empresariais e os empreendedores locais já existentes, em mesas redondas com os empreendedores e especialistas no empreendimento, de forma a que eles possam descobrir, abrir espaços e se inserir competitivamente no processo.
Já aos gerentes superiores do empreendimento, caberiam, até para reduzir (mitigar) os impactos sociais e ambientais da implantação dos seus negócios, facilitar este processo de entrada dos empresários locais em serviços e obras do empreendimento. Nesta linha, seria desejável que já estivessem corporativamente instalados em Campos, importante base local dos empreendimentos. A conferir!
PS.: Atualizado às 19:00 horas com comentário:
"denis deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Vendo navios!": "Pois é professor, muitos desses não estão sendo contratados porque estão acostumados a trabalhar apenas para prefeituras,sabia que é mais barato alugar um gerador de MG ou de Macaé do que de Campos ou SJB?! Por essas e outras que os empresários locais estão perdendo e vão perder ainda mais. A falta de capacitação por parte parte dos empresários também é outro grande problema, os pequenos e médios vão sair perdendo se não começarem logo a se capacitar e a ver novos horizontes, pois além de terem que concorrer com possíveis grandes empresas (teoricamente mais estruturadas),estão atrasados em muitos outros pontos (informatização, gestão de pessoal, logísitica...). A tendência, infelizmente é vermos no futuro esses comerciantes fecharem as portas se não se adaptarem nas mudanças bruscas e imediatas, isso fatalmente será inevitável, pois o tempo é curto. Um exemplo, se abrem um grande supermercado em Atafona, Grussaí ou em SJB, os pequenos que estão "desunidos" só tendem a perder... Da maneira pela qual o poder público e os comerciantes locais estão encarando essas mudanças muitos terão seu fim a curto prazo. Postado por denis no blog Blog do Roberto Moraes em 4:05 PM".
3 comentários:
Pois é professor, muitos desses não estão sendo contratados porque estão acostumados a trabalhar apenas para prefeituras,sabia que é mais barato alugar um gerador de MG ou de Macaé do que de Campos ou SJB?! Por essas e outras que os empresários locais estão perdendo e vão perder ainda mais. A falta de capacitação por parte parte dos empresários também é outro grande problema, os pequenos e médios vão sair perdendo se não começarem logo a se capacitar e a ver novos horizontes, pois além de terem que concorrer com possíveis grandes empresas (teoricamente mais estruturadas),estão atrasados em muitos outros pontos (informatização, gestão de pessoal, logísitica...). A tendência, infelizmente é vermos no futuro esses comerciantes fecharem as portas se não se adaptarem nas mudanças bruscas e imediatas, isso fatalmente será inevitável, pois o tempo é curto. Um exemplo, se abrem um grande supermercado em Atafona, Grussaí ou em SJB, os pequenos que estão "desunidos" só tendem a perder... Da maneira pela qual o poder público e os comerciantes locais estão encarando essas mudanças muitos terão seu fim a curto prazo.
Professor, as pessoas tem que perder essa necessidade de "proteção", se nao forem capacitados, NÃO TERÃO EMPREGOS OU NEGÓCIOS. Isso é fato, trabalharão ou serão sub-sub-contratados, afinal, empresas de verdade querem qualidade, e não vão contratar ninguém nem nenhuma empresa apenas pra fazer favor a algum politico. Só sobrarão os capacitados, quem não se adaptar vai continuar chorando.
Caros amigos, tenho notícias de que o professor Alcimar Chagas - um economista da UENF morador de SJB - estaria realizando um acompanhamento detalhado do impacto do Porto na economia local de SJB constatando, por exemplo, que as compensações pelo impacro do projeto não estariam sendo acompanhadas de perto pela comunidade, e que a mesma não se sente, ainda, incluída no jogo do tal desenvolvimento alardeado.
Postar um comentário