Assim, Campos fica em pior situação, mesmo em números absolutos que Duque de Caxias que tem 1.711 domicílios sem banheiros, depois Nova Iguaçu com 1.257 casas sem banheiro e São Gonçalo, vizinho a Niterói que é o 5º município fluminense com mais domicílios sem banheiro com o quantitativo de 1.166, segundo a apuração do Censo do ano passado, cujos detalhes foram recentemente liberados.
Do total de 1.731 domicílios no município de Campos dos Goytacazes sem banheiro, 1.339 estão na área urbana e 392 na área rural.
Em números proporcionais ou relativos, quando comparados ao número total de domicílios do município, Campos dos Goytacazes, com o percentual de 1,2% dos seus domicílios sem banheiro, tem um percentual quase 3 vezes maior que o estado, cujo percentual é de 0,47%, mesmo com todos os problemas da região metropolitana incluídos aí a Baixada Fluminense e a região de São Gonçalo, considerado um dos maiores problemas de saneamento em nosso estado.
Na região Norte Fluminense, o município de Campos dos Goytacazes com 1,2% dos domicílios sem banheiro, só fica em melhor situação que o município de São Francisco do Itabapoana que tem 3% de seus domicílios sem banheiros.
Se a análise for para o número de domicílios sem sequer sanitário, em números absolutos Campos com 657, também só fica atrás da capital que tem 1.640 domicílios sem sequer sanitário.
Abaixo o blog publica para a melhor visualização duas tabelas. A primeira mostra os números dos 5 municípios com maior quantidade de domicílios sem banheiro e sem sanitário de nosso estado, o total de domicílios de cada um destes municípios, e a relação percentual de cada um deles sem banheiro.
Depois, o blog apresenta, uma outra tabela com estes mesmo dados, para os 9 municípios da região Norte Fluminense.
Com R$ 2 bilhões de orçamento anual, um dos maiores do Brasil, incluindo as capitais e ter quase o triplo do percentual estadual de domicílios sem banheiro é mais um atestado do desastre das últimas gestões municipais.
Difícil encontrar justificativas para estes números. Com a generosa receita dos royalties é possível identificar e investir para reduzir ao mínimo estes números, embora, não seja fácil zerar, por conta da mobilidade e do surgimento de novas construções e das chamadas ocupações irregulares em nossos municípios.
Ao observar estes números percebe-se que se avançou pouco em relação à última década. Com 1.731 domicílios sem banheiro, é possível estimar que quase 10 mil pessoas, ficam expostas diariamente, de forma quase total, a doenças de todo o tipo, o que ajuda a explicar a sempre alta demanda pelos serviços de saúde no município.
Porém, acima de tudo é uma crueldade sem fim para a população desta nossa cidade tão rica. Ter preocupação com a população é querer mudar esta realidade e não apenas discursar em favor dos pobres.
Recentemente, este blog já apontou dados e indicadores que mostram que o município de Campos dos Goytacazes, mesmo com o 20º maior orçamento do país para a área de Saúde entre as mais de 5 mil cidades brasileiras, incluindo as capitais, continua com um atendimento precário, e nada condizente, aos recursos destinados, superior a R$ ½ bilhão.
O caso dos domicílios sem banheiro, um problema fácil de ser resolvido, se imaginarmos R$ 2,5 mil para cada um destes 1.731 domicílios construírem seus banheiros, investimentos que teriam resultados imediatos em termos de economia na Saúde, custariam apenas R$ 4,3 milhões, ou, 1/20 (5%) do que está sendo gasto no sambódromo da avenida Alberto Lamego.
Vê-se, também neste caso, que a questão é de prioridades e, não é difícil intuir, que mesmo não sendo o descalabro do desgoverno, e agora aliado, Alexandre Mocaiber, o município continua sendo muito mal gerido, tanto em termos de eficiência, quanto de prioridades, sem considerar as verdadeiras e urgentes demandas, além dos altíssimos custos das intervenções governamentais.
Por fim, este blog desafia os impressos locais a darem em manchete esta notícia/informação que interessa ao cidadão e pode ser acessada nos dados do Censo 2010. O blog também aguarda o debate sobre estes dados extraídos do Censo 2010.
PS.: Para ver as imagens das tabelas em tamanho maior clique sobre elas.
8 comentários:
É muito lamentável, que um município tão grande, e que recebe tantos recursos, ainda tenha pessoas vivendo dessa forma. É até de se estranhas. Infelizmente Campos não está tendo um governo que merece. Mesmo porque a prefeita Rosinha está muito mais preocupada em tirar recursos de outro município, fazendo declarações absurdas em relação a isso. Ouçam as declarações dadas pela prefeita de campos acessando o link: http://portalozknews.com.br/v1/materia/saojoaodabarra/2011/06/08/rosinha-garotinho-fala-que-parte-do-acu-pertence-a-campos-e-quer-impostos-la-ouca
É professor, só aqui no seu blog para a gente saber destas coisas porque os jornai$ vão muito bem bem, obrigado!
Roberto o morar feliz entrega casas as famílias carentes, e acredito que boa parte dessas entregas contemplará tais residências que ainda não tem banheiro...
Nao concorda comigo?
Roberto, desde o ano passado a prefeitura disponibiliza, através da EMHAB o "Cheque-Construção", no valor de R$ 1.500, foca em pequenos reparos, mas grande parte das solicitações atendidas é justamente para construção de banheiros.
Lembrem-se que as 5100 casas tem banheiro, logo são mais 5100 banheiros. E nem me venha com essa estória que não vão ficar prontas. Aguardem...
tem q se levar em consideraçao q um banheiro aki em campos é muito cara. mais ou menos uns 30 mil ne?
NÃO RUIVO , SUA BESTA 70.000,00 É A CASA TODA...
Os milicianos da lapa não aprendem.
Ora, há de se considerar que boa parte dessas casas podem beneficiar quem já mora em casa que detenha tal "facilidade" doméstica. Logo, não se trata de "abater" o déficit do número de casa a serem entregues (se é que serão, na totalidade).
O número do IBGE retrata uma realidade (vergonhosa) e um fato: O dinheiro dos royalties serviu muito pouco a população por conta do modelo de gestão aqui implantado.
Agora, a "tese" dos milicianos pode (ou não) ser confirmada com outra pesquisa. Assim como a entrega das 5100 casas.
Sem exatidão, no entanto, tudo o que fazem é especular.
Em tempo: Com dois bilhões de orçamento não é aceitável que 1 casa sequer esteja sem banheiro.
Mas como disse o ruivo, o problema é que banheiro aqui é coisa de 30 mil ou mais.
Um abraço Roberto e parabéns pela série de posts relacionados a esses dados.
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