A boa e sucinta matéria do jornalista Luiz Gustavo Schmitt está em
O Globo de hoje. Seu complemento está no caderno Norte Fluminense que saiu junto da edição deste domingo.
O Globo 14 anos depois encontrou o mesmo personagem de uma matéria de 1997, fazendo o mesmo trabalho. A reportagem fotográfica de Domingos Peixoto que pode ser vista
aqui pelos não assinantes, mostra o retrato do setor contada por uma ótica pouco comum. Ela começa assim:
"As mãos do boia-fria Antônio Luiz dos Santos, de 59 anos, são ásperas como a palha da cana. Ele tem os olhos fundos e tristes, de quem passou mais de quatro décadas no corte. E a voz, doce, é de quem aprendeu que o dia a dia no canavial exige o pouco que tem de alegria. Em 1997, a história de Negão, como é carinhosamente conhecido, foi retratada nas páginas de uma reportagem do GLOBO que fazia a radiografia da cultura canavieira no Norte Fluminense. No início deste mês, uma equipe do Caderno Norte Fluminense, do GLOBO, voltou à região para entender o atual quadro da economia sucroalcooleira e o reencontrou.
- A minha vida não mudou. A gente vive da cana. Se o corte for bom, trabalho a safra toda por seis meses. No período seguinte, tento receber auxílio-desemprego. Quando não consigo, me viro como biscate - conta o trabalhador, que é assalariado e vive sozinho num barraco de quarto e sala, sem banheiro nem água encanada, em Travessão, na zona rural de Campos"
4 comentários:
Cuidado Roberto,
Vão acusá-lo de subversivo ou contrário ao progresso da região, seja lá o que isso queira dizer.
A julgar pelas imagens e pelo relato, é um conceito estranho de progresso, não?
Um abraço.
É isso aí o "emprego"?
Essa é uma realidade que não é mostrada pelos que não tem interesse em divulgar! E pq. não cortar a cana crua? Eles recebem mais por esse tipo de corte, mas tb. não é interesse em pagar mais por isso...
Querem enganar quem? Porque noutras regiões de SP e Nordeste o crte da cana foi mecanizada ou readaptada atendendo legislação ambiental, social e trabalho, e aqui nesta planície, do vale tudo, nada pode ser feito? Desculpa furada. Não querem proteger trabalhador algum, querem sim é mão-de-obra barata e baixos custos de produção e lucratividade alta. Enquanto isso, enfermarias lotam com pessoas com problemas respiratórios, cada vez mais levando pessoas às ondições análogas a escravidão, a cidade imuda, e eu?.... todos os dias limpando a sujeira quem vem do céu campista.
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