quinta-feira, julho 14, 2011

"A qualidade da força de trabalho no Brasil é excelente"

A declaração foi feita pelo presidente mundial da Rhodia, Jean-Pierre Clamadieu num semina´rio sobre a economia brasileira. "Os brasileiros são de primeira classe. A qualidade da força de trabalho no Brasil é excelente, fico sempre impressionado pela qualidade das pessoas. Os brasileiros são flexíveis, imaginativos, com capacidade de faze mdanças muito rapidamente. Nossa equipe brasileira é a primeira a se adaptar ao mercado. É muito específico do Brasil. Nossas unidades são boas em termos de eficiência, desempenho e com nível mínimo de investimentos. A contribuição do Brasil em termos de desempenho está ente os primeiros em nosso grupo". A declaração acima serve para mostrar o que muitos brasileiros não conseguem ver. A Rhodia é uma das líderes do setor químico no mundo e agora está interessada em usar o etanol brasileiro como matéria-prima renovável como elemento de base para sua cadeia de produtos petroquímicos. Para muitos, a declaração ela causou espantos, por conta do sentimento de inferioridade, que muitos ostentam diante de outros países. Clamadieu disse que os salários dos diretores brasileiros da Rhodia estão entre os mais bem pagos do mundo, maior do que na Europa, mas a seu ver, "este é o preço a ser pago". É evidente que no caso dos trabalhadores, sem ser os diretores os salários dos operários devem estar bem abaixo do que se paga na Europa, mas, ainda assim o registro sobre o diferencial da mão de obra brasileira, mostra o potencial que o país tem em relação a outros. É interessante ainda observar, que este setor químico exige um trabalhador medianamente qualificado. Também é possível observar que as competências dos trabalhadores brasileiros, realçadas pelo presidente da Rhodia, não estão ligadas necessariamente à escolaridade e formação escolar e sim à cultura do povo brasileiro, o que mostra que há um espaço enorme de desenvolvimento a ser atingido.

2 comentários:

Roberto Torres disse...

Muito interessante este depoimento. Principalmente por seu sentido ambivalente. Por um lado, como voce lembrou, a qualidade ressaltada nao se restringe à qualificacao formal. Tracos culturais do "povo brasileiro" como capacidade de mudanca, flexibilidade etc. fazem a diferenca. Ainda mais num mundo marcado pelo chamado "novo espírito do capitalismo", que mais do que a disciplina e a rididez do fordismo, exige e incentiva trabalhadores flexiveis, prontos para desafios, com jeitinho etc.

Por outro lado, nao podemos ignorar que essa qualidade toda também é resultado da precarizacao e do medo de ficar sem emprego, contribuindo para uma super-exploracao da mao-de-obra em países como o Brasil.

Seria interessante de saber se é possível combinar a nossa flexibilidade com a seguranca laboral que todo ser humano gostaria de ter.

Roberto Moraes disse...

É verdade Roberto,

Este seria um bom debate. Interessante ainda que o trabalho assim volta a ser um categoria de análise importante para se compreender o mundo, mesmo que este esteja cada vez mais complexo.

Vou postar mais tarde o artigo de ontem do Marcio Porchmann no Valor que trata do assunto.

Abs.