Não é preciso ser especialista na questão para dar alguns palpites. Posso estar errado, mas o choque de ordem e UPPs no Rio e o esquema semelhante ao programa tolerância zero em São Paulo, entre diversos outros exemplos nas regiões metropolitanas brasileiras, não darão conta da disputa de espaço, culturas e direito ao consumo que estão colocadas no seio da questão.
Há esforço e ao mesmo tempo ausência de diálogo. A divulgação exacerbada dos primeiros resultados e a dificuldade em assumir publicamente os erros da implantação de algumas boas intencionadas ações, por parte dos governos, estão criando fermentos que gerarão conflitos que terão nas redes sociais a sua amplificação, de forma semelhante, ao que estamos vendo em outras metrópoles, mundo afora.
O crescimento econômico e a geração de empregos, oportunidades e inclusão que o país vive não serão suficientes para absorver as demandas geradas pelos estímulos e direito ao consumo que parece não ter fim e, às vezes, nem lógica.
O caso do Morro do Alemão que mostra problemas no diálogo das cidades partidas é apenas mais um sintoma do que se imagina solução.
Há hoje, felizmente, muito mais consciência de direito que não se admite que sejam surrupiados e sobre os quais, o diálogo deverá ser permanente em busca de encaminhamentos que para uma parte da população parece apenas panacéias de amortecimentos e mitigações dos conflitos, para os quais, necessariamente, não se deseja soluções.
Ouvindo e lendo alguns estudiosos - espantou-me, sobretudo "Bombaim: cidade máxima" - é que se dá conta do enorme desafio.
8 comentários:
O Brasil está caminhando para o "modelo" da Índia: muita bagunça, cada um faz o que quer, comércios ilegais, enfim, uma zona.
Os grandes problemas dos conflitos urbanos no âmbito do uso do espaço público são a falta conscientização e a falta de educação em relação ao uso das vias públicas. Senão vejamos: um carinha não pode fazer das ruas e calçadas o que der na telha, sair por aí consertando carros, soldando chapas de aço, comercializando produtos. Ruas e calçadas servem para trânsiro de veículos e pedestres, não para comerciantes fuleiros prestarem seus serviços mal feitos.
Quando um cara faz reparos num automóvel na rua ou em cima de uma calçada não compreende o perigo que corre se um veículo desgovernado atingi-lo em cheio ou se o veículo que está "consertando" pegar fogo, por exemplo.
Outro tema importante é o uso de carros de som e mesmo o uso de som automotivo nas vias públicas. Ora, senhores, quem quer ouvir as músicas (muitas delas de tremendo mal gosto) que fulano ou cicrano ouvem ? Quem quer ouvir propagandas (muitas delas de tremendo mal gosto) aos berros e a qualquer hora do dia e da noite ?
Falta fiscalização e falta cultura nesse povinho tosco mas, infelizmente não dá pra exigir educação e cultura de um povo que teve, durante oito anos seguidos, um apedeuta boçal e mal educado como presidente da república. É querer demais...
Essa aí aprendeu a palavra "apedeuta" lá na importação do alho e agora fica repetindo toda hora!
O Lula foi um dos melhores presidentes que este País já teve. Você não entendeu nada Santa!
O assunto é a falta de diálogo entre as forças estabelecidas, normalmente truculentas, e a população.
Se identifique pelo menos!
Roberto,
Discordo do significado dado ao termo "direito ao consumo", pelo menos da forma como interpretei. Acredito que a sociedade caminha para o caos justamente porque acredita neste entendimento, formulado e estimulado pelo mercado, de que nós temos e devemos lutar por esse "direito ao consumo".
O consumo deve ser decorrente de uma necessidade, e ultimamente nossas necessidades são criadas justamente pelos mesmos que criaram o termo "direito ao consumo". Em outras palavras, acredito que eles estimulam o consumismo.
Abs.
Paulo Sérgio
Caro Paulo Sérgio,
É com este sentido mesmo que tentei expressar, e reconheço, que não deixei claro no primeiro parágrafo. Tudo para além do valor de uso, significa o "ter" como problema e não como solução.
Sds.
Eu creio que o consumo não é um direito, mas uma necessidade responsável.Vejamos bem, no morro do alemão, as demandas não são necessariamente de bens materiais, mas sim de felicidade, de paz, de harmonia, de poder andar tranquilo nas ruas, de ir e vir, de seguir suas crenças sem as limitações impostas pelo tráfico, dentre outras coisas.Mas para isso, é urgente, pari passo a política das UPP´s, um investimento mais agressivo em saúde, recreação, educação, capacitação profissional, abertura em caráter de parceria aos trabalhos sociais realizado por igrejas e sociedade civil organizada, empregabilidade, entre outras coisas.
A ascenção de Lulla ao poder foi um péssimo exemplo para a sociedade. Trata-se do maior engodo de todos os tempos. Mentirosos, fracos, entra e sai dos ministérios, corrupção, mensalão, tudo de ruim.
O consumo é algo maravilhoso. Gera empregos e renda. O problema é saber consumir e ter a consciência de que não podemos ter tudo aquilo o que desejamos. Isso requer uma cultura especial, uma conscientização coletiva, o conhecimento do eu. Mas como fazer isso valer numa sociedade onde predomina o funk como "cultura musical", o bolsa família como auxílio assistencial, o futebol como "esporte" nacional e igrejinhas evangélicas fajutas arrecadadoras de fundos monetários ?
Ugh !
Infelizmente tem muita gente ruim, torcendo para que essa inciativa,dê errado.
Aqui na nossa cidade, qualquer um sabe muito bem, que grupo está torcendo pelo desastre das UPPs, visando tirar exclusivamente tirar proveito político dessa situação.
Esses políticos pensam exclusivamente no seu bem estar e de seu grupo.
É aquele velho ditado:" Gostam da pobreza, mas não dos pobres". Porque se gostassem os tirariam realmente dessa pobreza em que vivem.Querem apenas,o voto desse povo sofrido e sem perspectiva.
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