Por coincidência, ou não, o blog do Noblat trouxe agora há pouco, a poesia do craque poeta nordestino conhecedor da realidade que persiste:
“O fogo no canavial”
"A imagem mais viva do inferno. Eis o fogo em todos seus vícios: eis a ópera, o ódio, o energúmeno, a voz rouca de fera em cio. E contagioso, como outrora foi, e hoje, não é mais, o inferno: ele se catapulta, exporta, em brulotes de curso aéreo, em petardos que se disparam sem pontaria, intransitivos;
mas que queimada a palha dormem, bêbados, curtindo seu litro. (O inferno foi fogo de vista, ou de palha, queimou as saias: deixou nua a perna da cana, despiu-a, mas sem deflorá-la.)"
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