É urgente a discussão de um novo plano diretor tanto para SJB quanto para Campos. Porém, diante da realidade já posta do Complexo Logístico-industrial do Açu, será uma incoerência, e até irresponsabilidade, a discussão separada dos mesmos.
A realidade atual demanda a discussão sobre política fundiária e um plano diretor regional e integrado entre os dois municípios.
Neste processo, um dos principais temas certamente será a mobilidade dentro desta nova região, com o desenho de uma nova rede de transporte de massa que atenda aos novos fluxos econômicos e de pessoas nesta nova região.
Nesta linha, o blog propôs o uso das linhas férreas do corredor logístico para esta finalidade, mas, isto é apenas uma parte, de um plano mais complexo e amplo de mobilidade regional.
A questão habitacional, o planejamento de uma rede integrada e complementar de saúde, o redesenho da ocupação da Baixada é uma tarefa para ontem e dever do poder público, e não como tem sido, simples análises e autorizações dos projetos e desejos dos empreendedores que ocupam a área do porto e ocuparão, dentro em breve a área do distrito industrial.
O governo estadual tem papel importante nesta tarefa que precisa ser exercido, independente dos problemas políticos entre os gestores dos municípios.
A inconseqüência do permanente debate eleitoral, em detrimento das necessidades de gestão, é mais um dos estragos que os royalties e a disputa irresponsável pelo poder têm trazido para o nosso povo.
O Ministério Público Estadual e Federal têm poder de arguir os municípios sobre estas necessidades que são atribuições dos prefeitos.
E não menos importante, é urgente o diálogo da sociedade para desatar os nós, superar a passividade, arregaçar as mangas e avançar.
9 comentários:
Acho importante tentar identificar:
Campos será uma cidade dormitório, que atrairá a grande maioria dos trabalhadores do Açu?
Ou São João da Barra, por ser um município com praias (teoricamente mais agradável de se viver), acabará por atrair a grande maioria dos trabalhadores dos empreendimento do Super Porto do Açu?
Campos conseguirá atrair outras indústrias?
Se Campos não tiver muitos atrativos, acho que não crescerá tanto, como estão dizendo por aí. Será uma cidade de passagem.
É bem complicado professor, não temos muitas pessoas (políticos) a frente com inteligência e, sobretudo com vontade de mudar de fato a realidade não apenas por conta do porto do Açu, pois não será apenas dele que viveremos, há tantos outros importantes e maiores meios da economia local que empregam e geram renda, há de se repensar muitas coisas, citadas pelo senhor e outras tantas. Precisamos pensar em uma alternativa para a produção de alimentos, pois mais pessoas morando aqui, vamos precisar de mais ofertas, então a agricultura tem que ser pensada também, enfim,tem muita, mas muita coisa para se fazer, pois hoje já estamos atrasados!
Temos um meio acadêmico privilegiado em nossa região, basta unir os estudos e as pesquisas com a vontade política e a conscientização da população, não é um trabalho fácil, mas com força de vontade poderíamos alcançar outro nível!
Este comentário postado pelo anõnimo das 11:35 AM é o X da questão. O quanto este complexo do Açu irá impactar a Cidade de Campos.
ainda não está claro para mim o quanto Campos irá se beneficiar com a Mega estrutura do Superporto. Seremos apenas uma cidade dormitório ou efetivamente teremos ganhos com as empresas que virão pra cá ???
O que será a Cidade X que está sendo planejada ???? Ela ficará em SJB e se sair do papel reduzirá em muito os possíveis ganhos que Campos teria.
Sem dados mais concretos não dá para cobrar muito ações do poder público. Em minha opinão Campos será apenas uma cidade de passagem, ganhará dividendos com aqueles moradores que continuarem a morar aqui e consigam trabalho no complexo, mais ou menos o que ocorre hoje em relação a Petrobras em Macaé.
Vamos ao debate:
Campos, pelo porte, nunca será uma cidade apenas de passagem. Pela estrutura de comércio e serviços que dispõe Campos terá um papel maior neste processo.
Não se deve fazer a distinção entre SJB e Campos. Elas estão muito próximas e tenderão a se integrar, naquilo que os urbanistas chamam de conurbação, quando uma cidade entra pela outra e seus limites não são mais claramente definidos.
Independente da Cidade X, que será um condomínio de grande porte, instalado próximo ao Distrito Industrial de SJB, no Açu, as demandas por habitação serão grandes.
As imobiliárias de Campos já identificam uma demanda crescente por terrenos e casas no caminho entre Campos e SJB, especialmente, nos, condomínios já instalados naquela região, procurados por gerentes que estão atuando na construção do Complexo do Açu.
O Denis tem razão nas possibilidades que poderão ser aproveitadas e incentivadas como a de agricultura para atender à demanda que crescerá com o adensamento populacional.
Ocupação do solo, para onde se deve orientar este crescimento. O que poderá ou não ser feito?
Os planos habitacionais, o transporte público, o planejamento para um plano de saneamento e preservação dos recursos hídricos, etc. tudo isto deve estar entre as preocupações, dos gestores públicos.
Pelo porte do empreendimento, outras empresas montarão base na região.
A questão é a de se decidir para onde e como estas duas cidades, Campos e SJB devem enfrentar e orientar este crescimento, diminuindo ao máximo os impactos.
A qualificação da população é indispensável, mas, sabe-se que qualquer empreendimento trabalha, como pelo menos 50% dos trabalhadores com mais experiência e, isto, certamente, demandará a importação de muitos trabalhadores de fora.
Segue o debate.
Vejam como o assunto é complexo, abordo um outro tema muito ligado a estes projetos previstos para a região. Trabalho no Heliporto do Farol de São Thomé, e pelas perspectivas naquela região, com a construção do novo Aeroporto da Petrobras, o Superporto do Açú, e o Complexo Logístico Farol/Barra do Furado é terrível imaginarmos o quanto a falta do poder público vai comprometer as comunidades, seja da Baixada, seja as de SJB e Quissamã.
Imaginem um sinistro nestes complexos ou em suas proximidades. Qual o apoio que estas comunidades terão na resolução destas contingências. Qual o apoio, seja de Corpo de Bombeiros, seja de apoio médico de emergência, seja de minimizar um desastre ambiental.
É uma gama de possibilidades que me assusto quando vejo quem está no comando de nossos governos, sem a mínima capacidade de dar respostas a elas.
Acho que Campos será uma melhor opção de moradia para os trabalhadores (inclusive, deiretores e dirigentes) do Porto do Açu e demais empresas que lá se instalarem.
Primeiramente pelo porte e estrutura que já existe, bem superior à de São João da Barra.
E também porque tudo leva a crer que a região mais próxima do Super Porto do Açu será uma região muito poluída, por mais que se tente conter os excessos com as atuais tecnologias.
Quem conhece Vila velha e Vitória, no Espírito Santo, sabe como o Porto de Tubarão (que movimenta minério de ferro) pului aquelas cidades. Constantemente se percebe poeira de pó de ferro nas varandas e quintais das casas. Lá não é a fuligem de queimadas, mas o pó de ferro que se espalha por toda a cidade.
Se tudo que está previsto para a área do Porto do Açu se concretizar, certamente que a região será poluída e ruim de se morar. Quem puder, irá preferir morar em Campos.
Esse casal Rosa, sempre está preocupado, em ganhar bastante dinheiro em Campos, para finnaciar suas campanhas eleitorais, regional e até nacional. São ambições que esse sempre teve e sempre terá.
Caro professor,
Defendo que nesta análise deveria ser incluído o município de São Francisco de Itabapoana que também teria um impacto direto com o empreendimento. Digo isso porque o DER já enviou à prefeitura do município de SFI um documento reafirmando o compromisso de concluir a ponte João Figueiredo informando, inclusive, que os estudos geológicos e hidráulicos já foram concluídos e o processo de licitação para as obras ocorrerá até o fim deste ano. Em função disso, o Executivo Municipal está pleiteando uma reavaliação do EIA RIMA do Distrito Industrial que coloca São Francisco na condição de impacto indireto. Nós do Executivo Municipal sanfranciscano também estamos pleiteando a realização de uma Audiência Pública em São Francisco para discutirmos toda esta questão. Vale ressaltar que o EIA RIMA prevê uma população de 400 mil habitantes para São João da Barra e 800 mil para Campos até 2025. Com relação a São Francisco não há nenhuma projeção demográfica. Se quem licencia é o Inea e quem vai construir o Distrito é a Codim, ambos órgãos estaduais, como que eles próprios ignoram o cronograma do DER que também é estadual? É no mínimo um contrassenso.
Caro Aurênio,
Você está corretíssimo.
Com a conclusão da ponte a ligação entre SFI e SJB fica mais próximo que com Campos. Será um pulo até Cajueiro, um dos epicentros de todo o empreendimento.
Abs.
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