“O que move a política no Brasil são as empresas”. O vaticínio é do pesquisador da USP, Wagner Pralon, um dos cientistas políticos que participaram, nesta tarde, do debate sobre financiamento de campanha, no 35º encontro anual da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), que ocorre em Caxambu, Minas Gerais.
Em trabalho com o professor Bruno Speck, da Unicamp, Pralon analisa a arrecadação dos partidos e, depois de filtrar as chamadas doações ocultas, chega à conclusão de que 75% dos recursos utilizados em campanhas vêm de pessoas jurídicas. As doações ocultas são a maneira encontrada pelas empresas para financiar candidatos sem que elas se vinculem diretamente a um político. O partido é que recebe o valor e repassa internamente para o beneficiado.
“Com esse cruzamento de dados, minimizamos o problema de contar o dinheiro duas vezes, o que levava a um peso maior dos partidos no cálculo”, diz.
Wagner Pralon estima que mais uma parte, 15%, venha de doações de empresários, como pessoas físicas, e que os 10% restantes são recursos próprios dos concorrentes, o que também pode incluir a figura do candidato-empresário.”
Fonte: Valor.
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