O grupo EBX, do empresário Eike Batista, pode ser sócio da taiwanesa Foxconn, que fabrica iPads e iPhones na China, na produção, em território brasileiro, de telas sensíveis ao toque para tablets.
O empresário tratou desta questão no encontro da última sexta-feira, com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Também participaram da reunião os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
A Foxconn já tem um fábrica no município de Junidaí, em São Paulo onde trabalham cerca de 3 mil pessoas. Lá são produzidos notebooks, computadores e outros componentes de informática para a HP e a Dell.
Sobre a intenção da EBX, Eike afirmou que o projeto é promissor. Segundo o empresário, já houve uma reunião com o presidente da Foxconn, Terry Gou, para tratar do assunto. "Vocês sabem que o grupo EBX adora trazer modernidade e eficiência para o Brasil, e esse projeto se encaixa perfeitamente nessa área. O Terry Gou é um grande empresário e existiu aí uma empatia, que é sempre importante. Estamos estudando. Queremos participar desse empreendimento", afirmou o empresário após a reunião com Dilma.
De acordo com Eike Batista, é preciso levar em consideração que há, no Brasil, demanda pelo produto. "O Brasil tem potencial de mercado, e mercado crescente. Um mercado promissor, é premissa básica para fechar qualquer negócio. E o mercado só de educação, são 70 milhões de jovens brasileiros nas escolas que podem ter tablet, isso é maravilhoso. Só educação aumenta renda, é um ciclo virtuoso", disse o empresário. A Foxconn já finalizou um estudo em seis Estados brasileiros para definir onde será instalada a fábrica das telas.
Até 2014, as empresas que fabricarem tablets no País têm que, obrigatoriamente, usar telas sensíveis ao toque produzidas no País para obedecer ao Processo Produtivo Básico e garantir isenção de impostos para o produto. Esse tipo de tela é, hoje, produzido em apenas quatro países asiáticos.
Atualmente, o salário inicial dos operários da Foxconn em Jundiaí está em R$ 1.080, podendo chegar a R$ 1.500. A Foxconn já enfrentou, problemas trabalhistas mais sérios. Em 2007, o Ministério Público do Trabalho (MPT) flagrou, em uma blitz, 21 trabalhadores chineses ilegais na fábrica. A companhia foi multada em R$ 56 mil, e os funcionários foram deportados. O MPT encontrou também péssimas condições de trabalho no local e 185 funcionários provisórios, que na verdade atuavam de modo permanente.
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