segunda-feira, outubro 17, 2011

Impactos da implantação do Complexo do Açu!

O blog recebeu, há cerca de dez dias, uma série de fotos (um total de 42 imagens) feitas nas imediações da área em que está sendo implantado o Complexo do Açu.

Durante este tempo, o blog apurou a veracidade e a autoria das mesmas. A área objeto das imagens é onde era a antiga Fazenda Caroara (fica entre o Balneário de Grussaí e o Açu), antes da área do porto, mais especificamente na área que acompanha a Lagoa de Iquipari.

Esta área é a que está destinada para ser uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) como uma das contrapartidas ambientais, pelos impactos da implantação do empreendimento logístico-industrial.

Por esta exigência, nesta fase de ocupação, se esperava um esmero na maior neste trabalho, que pelo visto não está existindo, conforme previa o EIA e o Rima (Estudo e relatório de Impacto Ambiental) entregue pelos empreendedores e aprovado pelo Inea.

A autora das fotos é a designer gráfica e fotógrafa, Ana Vasconcellos, que atua profissionalmente na Revista Visão Socioambiental.

Pelo que se vê nas fotos, há uma grande distância entre o que se se discursa e escreve, e o que se tem praticado, em termos de cuidados com a preservação ambiental e a ocupação do solo naquela região. As reclamações dos impactos sociais com as desocupações já são conhecidas de todos.

O blog tem acompanhando com dedicação todo este processo, visitando a região, analisando documentos, ouvindo gestores, técnicos/pesquisdores, enfim, as diversas partes.

É com esta mesma atenção que traz estes fatos aqui para este espaço, na certeza de estar contribuindo com a nossa região, como debate e com medidas que necessitam ser tomadas por quem de direito.

Desde já, o blog abre espaço para a manifestação das pessoas diretamente envolvidas no empreendimento e pelos que têm o dever de ofício de fiscalizar e regular esta ocupação.

Veja abaixo algumas fotos com as legendas enviadas pela própria autora das fotos. Analisem e tirem as suas conclusões:

Árvores cortadas e empilhadas em área destinada à preservação.

Queimadas na Fazenda Caroara destinada á preservação.

Lagoa de Iquipari sendo atingida pelo aterro hidráulico, sem respeito ao seu entorno, como determina a lei.

As margens da Lagoa de Iquipari, sua delimitação com cerca, o avanço do aterro hidrúlicofeito pela LLX, com a areia retirada do fundo do mar pela dragaque prepara o canal de aproximação do terminal do porto.

Máquinas trabalhando na área do entorno da Lagoa de Iquipari espalhando a areia do aterro hidráulico.

Espelho d´água da Lagoa de Iquipari, seu entorno e a a proximidade do aterro hidráulico.

Esqueleto de um tamanduá que, segundo o relato da fotógrafao era um guia, antigo morador da região.

Identificação do buraco de um tatu, na área da restinga e localizado, junto à onde está o aterro hidráulico. Na outra foto, penas de uma garça, também na área de restinga da futura RPPN.

Uma garça, parte da fauna da região do entorno da Lagoa de Iquipari.

Outra imagem do entorno da Lagoa de Iquipari.

Cancela e guarita de segurança no local em que a RJ-196 foi interditada para a construção do canal de 300 metros de extensão e 18 de profundidade para instalação do estaleiro da OSX e do terminal TX-2 do Porto do Açu.

13 comentários:

Anônimo disse...

Se essa galera que foi ao Rio de Janeiro ficasse por lá nossa cidade, Campos, ficaria 99% melhor. Cambada de mamadores.

Anônimo disse...

Parece que a população gosta de ser enganada não é possível.
Em época das eleições em Campos eu fui capaz de jurar que a prefeita baderneira não seria eleita.FOI e DEU O DIPLOMA PARA O NANICO:BEM FEITO para a população que rejeitou ele mas foi traída por ela.
Com relação ao porto , está na cara de quem deseja ver que é um empreendimento para enriquecimento de poucos.Para satisfazer a ganancia de um midas que faz tudo virar ouro para ele .
Seremos uma região sem infraestrutura, violenta e de grande densidade demográfica e com sérios prejuizos ambientais.
Mas parece que as pessoas precisam ver para crer.
Pior é que TODOS pagamos o preço por um desenvolvimento sem a menor intenção de sustentabilidade.

Anônimo disse...

infelizmente nao vai dar em nada... quem vai se opor ao homem mais rico do brasil? sera que vao querer agradar a produtores rurais pequenos? se eu for no mato retirar uma casca de arvore para remedio eu posso ser preso condenado e multado ao contrario desse mega empreendimento no qual ele chamou na entrevista na band que " SJB é como se fosse o nordeste dentro do Rio" um esculhaxo...

Anônimo disse...

La vem o chororo....então nunca viram isso no norte fluminense, né? daqui a pouco vão dizer que nunca viram uma queimada na região..tsc tsc tsc...

E outra: SJB e Campos tem IDH nos mesmos níveis das piores cidades do nordeste, então sim, é verdade que SJB é um nordeste dentro do Rio, uma cidade rica (milionária) e pobre, muito pobre.

Anônimo disse...

Recordar é viver, professor:

"Ao discursar para a delegação brasileira que participa da COP-15, a ministra-chefe da Casa Civil disse que "o meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável".

denis disse...

Gostaria de saber quem garante que com o porto o IDH das cidades vai melhorar, temos milhões nos cofres públicos e serviços capengas, geração de empregos, nem sempre é dar melhor condições a população, principalmente se a população aumentar drasticamente e as cidades manterem os atuais níveis de serviços. Teoricamente teremos muito mais habitantes e bem menos renda per capita.

Outro erro é que algumas "autoridades" andam dizendo que com a perda dos royalties o porto vai resolver, acho que esse pessoal não tem a mínima noção do que falam.

Ah, tem um tal de Sr. Gustavo, que outro dia mesmo disse que os cursos dados pela cidade de SJB não adianta quase nada e que é para dizer que estão fazendo alguma coisa. Tem gente que ouvir isso vai acabar sendo demitido (a).

denis disse...

Em relação aos problemas ambientais e sociais, eles existiram e existem, tanto no porto quanto na cana, nas cerâmicas e em outras atividades, mas dizer que porque eles existem podem permanecer e agora estarem em escala industrial não é brincadeira, coisa de gente irresponsável e que não assina o que escreve, ai depois vem dizer que Campista é chato, que é encostado... Bom seria que falasse isso em público no meio de um grande show cheio de campista em.

Os órgãos ambientais do Estado nem se dão o trabalho de ir a campo, no caso do aterro hidráulico, muitos bichos estão morrendo e ninguém fiscaliza nada, caso contrário não teríamos essas fotos. Agora imaginem se a moda pega, todos vão começar a fazer praias particulares e tornar as lagoas áreas exclusivas, isso é porque tem Responsabilidade (no DNA) e paga a conta antes, imaginem se fosse o contrário.

Parabéns pelo Blog professor, sempre a frente de várias questões.

Anônimo disse...

E a Delegacia da Polícia Florestal?
Foi desativada mesmo em Campos?
Engraçado que foi só começar as obras do SuperPorto que o governador mandou acabar com a Polícia Florestal (PM)de Campos que atendia à região.

O empreendimento (LLX) é todo cercado e vigiado para ninguém entrar e ver essas coisas que estão acontecendo por lá.

Prof. Isaac Abdalla disse...

Professor Roberto,

A verdade é uma só e pode até mesmo soar mal, mas a mesma é impactante diante desses fatos e outros mais que sempre afrontam a legalidade e bem comum:

O Brasil, historicamente, não é um país sério.

Caso haja alguém que tenha provas de algum "surto" de seriedade, que se pronuncie, por favor, pois achar seriedade em nosso país é tarefa Homérica.

Gustavo disse...

Ola Sr. Denis, tudo bem?

Acredito que o Gustavo ao qual se refere não seja eu, mas caso voce ache que seja, em primeiro lugar, gostaria que voce colocasse o link de onde eu afirmo que "que outro dia mesmo disse que os cursos dados pela cidade de SJB não adianta quase nada e que é para dizer que estão fazendo alguma coisa."

Como eu tenho certeza de NÃO ter dito nada disso, tenho certeza que se refere a outro Sr. Gustavo, correto?

Enfim,eu entrei aqui no blog do Prof. Roberto, porque sempre acompanho as noticias de Campos aqui. O motivo? O Prof. Roberto foi diretor da escola que me deu uma ótima formação básica, a antiga ETFC. Pois é, quando eu disse em outro post que não aguentava mais o comodismo campista, eu falei com propriedade de quem viveu na cidade, se qualificou inicialmente nela, e saiu em busca de novas oportunidades em outros locais. Isso sim qualifica alguem, não apenas fazer uma faculdade caça-níqueis e achar que ja pode entrar pra uma empresa de ponta apenas por "ser da região".

Meu comentário no outro post sobre o comodismo campista não foi direcionado a voce, mas sim a todos que sempre que visito campos reclamam dizendo que o grupo x não contrata pessoas da região. É ÓBVIO que não irão contratar alguem apenas por ser da região, e é isso que a maioria das pessoas que conversei não entendem. As empresas não existem pra fazer caridade, e sim pra gerar LUCRO. Como subproduto a empresa gera empregos, desenvolvimento, qualificação, etc, mas o fim sempre será o LUCRO.

Sobre o norte fluminense em geral ser um grande nordeste, concordo plenamente. Um porto não gera sozinho o aumento de IDH, mas as empresas que chegam juntas fazem sim um aumento a longo prazo. Por exemplo: pra operar, a empresa terá de trazer pessoas qualificadas de fora (não se ofenda, ok?), esse novo perfil de morador com o tempo muda também o perfil da cidade, que passa a oferecer desde serviços de maior qualidade até educação, etc.

Enfim, se opor a uma mudança é válido. Entretanto eu lhe pergunto: está bom do jeito que está? Voce não acha mesmo interessante o pool de empresas que podem se instalar em Campos e região, ao invés da cidade continuar sendo uma cidade dormitório de Macaé, e com grande parte da população vivendo direta e inderetamente através da boquinha da prefeitura?

sds

Anônimo disse...

Um país que só pensa em formar TÉCNICOS é um país que pensa em SUBSERVIENCIA.
Sem desmerecer a categoria, precisamos de incentivar a formação , não apenas de mão de obra técnica , mas de cientistas, professores em área humana , etc.
Não tem cabimento ficarmos SEMPRE como quintal do mundo, absorvendo o que países desenvolvidos não desejam para si.
Enqto lá fora primam por energia limpa, ufanizamos uma exploração de petróleo.
Um país de sol esplendoroso, com vento...precisa andar na contra mão da história?
Como faz falta a reflexão...
Seremos um país com braços fortes e sem cabeça?

Anônimo disse...

Tudo bem senhor Roberto, é um direito seu a moderação de comentário com o qual não concorde, mas me parece uma atitude antidemocrática ter impedido que meu comentário sobre o ¨país sem cabeças¨ que é o Brasil.
Sua censura só demonstra e ratifica o conteúdo censurado.
Duvido que um professsor de humanas, e não do ¨saber fazer¨,
não só concorde como assinaria em baixo.
Publicar este comentário não demonstrará espírito democrático senhor.
Pena estarmos, MAIS UMA VEZ,sendo o quintal do mundo , servindo aos grandes conglomerados e programando para que o Brasil seja uma horda de técnicos e nada mais.

denis disse...

Pois então estimado Sr. Gustavo, é um prazer ter um debate de alto nível. O Gustavo que me referi não sei o sobrenome, mas não foi escrito que ele colocou esse ponto, foi em uma visita no Centro de Visitação da empresa LLX, quando questionado a respeito de um curso recentemente concluído e oferecido por uma empresa X e prefeitura, ele sem querer acabou deixando escapar isso, mas infelizmente não foi possível gravar na hora, acredito que não tenha sido você, que de certo não falaria isso correto?! A questão é que dão os cursos, mas poucos são aproveitados, sei que não é responsabilidade da empresa, mas acredito que é um assunto que temos que avançar, com políticas exigidas a empresas que prestam serviços ao grupo X, como aprendizes e estagiários, já tive a oportunidade de colocar isso para uma das gerentes.

Concordo com você em parte em relação ao comodismo, mas da maneira que você colocou da ultima postagem ficou como uma coisa absoluta, o que não seria uma verdade diante do número de habitantes, e como você bem disse muitos que moram na nossa região enfrentam Macaé, Rio e outras cidades com níveis de empregos melhores.

Em relação ao IDH, concordo com sua colocação, mas ai teremos um índice meio que “falso”, pois será melhorado por fatores externos, enquanto o da nossa população, se nenhuma política séria for feita, principalmente em relação a qualificação profissional e educação de qualidade permanecerá quase que o mesmo, e lembrando que muitos que chegarem terão menos qualificações dos que aqui já se encontram, mas torço para que melhore sim (temos que avançar consideravelmente na educação, temos um dos piores índices nessa área de todo o Estado e o Estado do país).

Outro ponto levantado por você em relação a mais empresas e ofertas de emprego, sou um dos maiores torcedores por isso, somamos isso a maior capacitação teremos pessoas mais criticas e menos dependentes dessa farra existente hoje, mais arrecadação e consequentemente mais qualidade de vida.

No mais acredito que questionamentos levantados por nós só enriquecem o debate, bom seria que pudéssemos estar mais próximos e cobrar ações dos governos e também das empresas que estão por vir (nisso estamos andando a passos de tartaruga), acho que temos uma boa visão do que ocorrerá, por isso é importante levantarmos esses pontos.

Ah, Gustavo, pode tirar o Sr. Denis, só tenho 23 anos, estou dispensando o Sr.

Abs.