65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, dezembro 27, 2011
Censo 2010: Pardos + pretos são maioria dos campistas
Pelos dados do Censo 2010 do IBGE, o percentual de 50,7% da população é parda (36,6%) ou negra (14,1%). Campistas que se declararam brancos no mesmo Censo foram de 48,5%. A diferença de 0,8% se declarou amarelo e ou indígena.
Num primeiro momento, que o blogueiro se recorde, é a primeira vez que isto ocorre num recenseamento em nosso município, nesta região com forte história ligada à escravidão.
Veja abaixo o gráfico das raças e etnias de toda a população do município de Campos dos Goytacazes. O quadro é próximo da relação em todo o estado em que 39,3% são pardos, 12,4% negros, num total de 51,7% e 47,4% de brancos.
Interessante ainda observar que a população parda e preta nos aglomerados subnormais (favelas) é muito maior que na média do município alcançando percentuais entre 70 e 80%. O que permite interpretar que a etnia parda e negra tem baixa renda e mora na periferia e favelas do município.
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5 comentários:
Na minha certidão de nascimento está escrito pardo. Nunca entendi que cor é essa. Nos Estados Unidos, Barack Obana é negro. Se fosse brasileiro, acho que diriam que ele é pardo. Quando olho um homem branco europeu, não tenho nenhuma dúvida de que sou negro.
Brasileiro só acha que é branco até pegar o primeiro vôo internacional. Darcy Ribeiro sabia das coisas...
Faltaram as "cores": Marrom bombom, sarará, roxinho, moreno, mulato, branquelo, azulão etc... Assim cada um escolhe a sua.
O que se escreve na certidão de nascimento normalmente é mera indicação. Não se trata de "preconceito", nem de vontade de "esconder" a população negra: é falta de conhecimento técnico mesmo (tanto que hoje em dia isso nem vem escrito mais nas certidões).
Trabalhei na área de identificação por alguns anos no Gabinete de Identificação Regional do Exército (RJ), onde estudei que a cor parda é uma característica da miscigenação dos brasileiros: aqui quase não há brancos (Europa e EUA) ou negros (África) e temos mais pardos, até porque mesmo quem é branco no Brasil fica com a pele naturalmente queimada de sol (branco é o "esvaído").
Tanto as características da raça branca quanto as da raça negra no Brasil se mostram mais abrandadas, exatamente em razão da mistura entre índios, brancos e negros (orientais também, hoje em dia), que é nossa marca registrada.
Daí que não podemos no Brasil ignorar essa imensa variedade de tons de pele que fazem parte de nossa sociedade.
Lá nos EUA eles não usam esse meio termo "pardo", talvez porque até a década de 60 - lá sim - o racismo lá era marcante na sociedade.
Aqui não: usam-se para identificação, além de outros, os termos "moreno" ("branco queimado de sol, ainda que com poucas marcas), pardo claro ("moreno"), pardo ("jambo" e "mulato") e pardo escuro ("negro"). Repito: "branco" reserva-se a quem tem características americanas (chega a ser possível ver as veias) e "negro" a quem tem características africanas.
É por isso - e não por qualquer outro motivo - que no Brasil Obama seria pardo e nos EUA ele é negro: lá eles têm menos divisões que aqui (falo em termos de trabalho técnico de identificação).
Para que ninguém fale besteira, Roberto, destaco que o disse acima é ciência, técnica, estudo, ok?
Um abraço.
OBS: quando trabalhei na área usava-se o termo "negro" referente à cor da pele. Hoje em dia há quem use o termo "preto".
Detalhe, Roberto: qualquer das maiores frações somada a uma das outras perfaz a maioria absoluta...
Assim, pode-se dizer também que brancos + pardos (ou brancos + negros) são maioria dos campistas...
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