A João Fortes Engenharia lançou no final de semana passado, 250 apartamentos de classe média, em frente à Rocinha, no Rio de Janeiro. Destes, 90% foram vendidos num único dia. A força das UPPs e da mídia gratuita obtida com a intervenção de segurança naquela comunidade explica o grande êxito da iniciativa. Teria sido apenas uma mera coincidência este lançamento?
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
5 comentários:
Roberto,
Você bem sabe que toda intervenção pública obedece a uma lógica, nesses nossos tempos de campanhas eleitorais milionárias e captura da Democracia pelo financiamento privado.
Sendo assim, as populações que hoje comemoram os supostas benefícios das invasões policiais, em breve amargarão outro conflito, pois serão empurradas para as periferias pela especulação imobiliária.
E assim, em outro canto, como no início e meio do século passado, na expansão da urbe carioca, se amontoarão os pobres, para reiniciarem outro ciclo de abandono, violência e criminalidade.
Como sempre, lá estaremos, policiais, mal pagos para manter a gentalha nos guetos e senzalas modernas, para que a elite e classe média durmam sossegadas.
Um abraço.
Todo mundo sabe que o mercado imobiliário no Rio, principalmente na zona sul da cidade, é uma verdadeira mina de ouro. Eu já ouvi histórias de amigos contando que as construtoras/imobiliárias conseguem vender 100% de imóveis na zona sul no PRÉ-LANÇAMENTO, e que os interessados para entrar na fila de espera deveriam dar um cheque em branco (!) para a empresa como garantia de negócio fechado no futuro com esse interessado. Portanto, nao me surpreende o êxito desse tipo de imóvel, mesmo em frente da Rocinha. Creio também que ascenção econômica dos brasileiros nas classes C e B impulsiona esse fenômeno.
Coincidência ou não, o que ouvi da boca de um policial militar amigo, que patrulha há tempos na Rocinha e participou da ocupação, foi de que, em breve, muitas mudanças acontecerão no local, bancadas por um grande empresário ("AI"!QUE'm sera?)
Especula-se que será instalado no alto do morro um grande (m)Hotel, feito basicamente de paredes de vidro especial (dando visibilidade externa com privacidade a quem usufrui), visando oferecer aos hóspedes a vista mais plena da "cidade maravilhosa".
Parte da mao de obra virá da própria comunidade, que será qualificada co centros de treinamento gratuito, bancados pelo proprio empreiteiro e, imagina-se que, parte ou quase toda favela da Rocinha seria dizimada, indo para um grande conjunto habitacional estuturado, ali mesmo, pela zona sul e o espaço outrora ocupado por barrasco, seria reflorestado.
Difícil de acreditar e mas difícil de duvidar tambem. Veremos.
Ah! E isso é pra 2014, viu?
Enquanto isso, aqui em Campos, uma área central intensamente arborizada está prestes a ser desmatada para que seja erguido mais um espigão.
Trata-se da esquina da esq. da rua Camara Junior com formosa (em frente ao Hortifruti, aonde a área fartamente arborizada com centenária arborização poderia ser desapropriada pelo Municipio, para ser criada uma área de lazer e relaxamento, mas infelizmente,parece que as moto-serras vão agir.
Ambientalistas e população de Campos vamos protestar por mais um absurdo e abuso de poder. MP neles.
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