65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, dezembro 06, 2011
Sobre o Complexo de Barra do Furado
Matéria hoje, de Francisco Góes , no jornal Valor:
“BR Offshore planeja estaleiro no norte fluminense”
“O Canal das Flechas, entre os municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã, no norte fluminense, pode se transformar, em dois anos, em um dos principais polos de serviços logísticos para as atividades na Bacia de Campos, principal produtora de petróleo do país. O impulso nessa direção vai ser dado pela BR Offshore, holding de investimentos para o setor de óleo e gás. A empresa está estruturando projeto, com desembolsos previstos de R$ 450 milhões, para instalar no local estaleiro de reparos de embarcações offshore, uma base de apoio operacional para esses barcos e um condomínio industrial de serviços e logística.
A BR Offshore foi em criada em 2010 por sócios da Aggrego, consultoria especializada em finanças corporativas fundada pelo ex-ministro da Indústria e Comércio, Álcides Tapias. Ele é sócio minoritário no projeto. Os sócios controladores são Ricardo Vianna, que acumula a presidência-executiva, Paulo Salles, presidente do conselho de administração, e Carlos Eduardo Veiga, que entrou no negócio trazendo experiência de atuação na área de petróleo e gás.
O projeto da BR Offshore será instalado no Complexo Logístico e Industrial Farol, de Barra do Furado, localidade onde passa o Canal das Flechas. O canal foi construído na década de 1940 como principal conexão do mar com a Lagoa Feia, uma das maiores do país.
Há obras de infraestrutura em andamento, com recursos do poder público nas três esferas, inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para melhorar o acesso ao Canal das Flechas e tornar viáveis os projetos industriais na região.
Nos últimos anos surgiram vários projetos candidatos a se instalarem em Barra do Furado e diversas empresas compraram terrenos nas cercanias do canal. A BR Offshore foi uma delas. A empresa adquiriu terreno com 611 mil metros quadrados para desenvolver seu terminal, que vai contar com 950 metros lineares de cais. O empreendimento está a cargo de uma subsidiária integral da empresa chamada Terminal de Serviços e Logística de Barra do Furado.
Além desse projeto, a BR Offshore pretende criar outros dois centros logísticos para o setor de petróleo e gás na costa brasileira: um para a Bacia de Santos, em lugar ainda não anunciado, e outro para a região Nordeste do Brasil. O mais avançado dos três projetos é o de Barra do Furado.
Ricardo Vianna, presidente da BR Offshore, disse que a expectativa é começar a construção do projeto em Barra do Furado em abril de 2012. A operação daria a largada em 2013. Ele previu que a licença de instalação, a cargo do Instituto do Ambiente do Rio (Inea), pode ser concedida até o fim do primeiro trimestre do ano que vem. A expectativa, afirmou, se apoia no fato de já haver licenciamento para as obras de dragagem do canal.
Segundo Vianna, as obras de infraestrutura, sob responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal, estão calculadas em R$ 133,5 milhões e incluem dragagem, obras de enrocamento e extensão de um píer. Um consórcio, formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e OAS, foi contratado para fazer as obras, informou Vianna.
O estaleiro de reparos de barcos de apoio marítimo da BR Offshore vai ocupar 115 mil metros quadrados, cerca de 20% da área total da empresa no local. A unidade, equipada com elevadores para tirar navios de até 6 mil toneladas da água, terá capacidade para fazer manutenção em quatro barcos docados em seco de forma simultânea em uma primeira fase. Em 2014, o estaleiro poderá atender, segundo previsões da empresa, 72 embarcações, algo como 25% da frota estimada para aquele ano.
A base de apoio do terminal permitirá atracar 10 barcos ao longo do cais considerando a existência de uma área coberta para ancoragem dos navios. O terminal também vai se ligar a um heliponto com estação de passageiros. No condomínio de serviços, a empresa pretende atrair entre cinco e seis empresas fornecedoras da indústria de petróleo que poderão criar 5 mil empregos diretos e vão contar com terminal alfandegado. Paulo Salles, presidente do conselho da BR Offshore, disse que quando o projeto estiver operacional deve gerar mil empregos diretos.”
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2 comentários:
Prezado Prof. Roberto,
Boa noite.
Gostaria de colocar algumas questões a cerca da obra do porto de Barra do Furado e alguns comentários e outros frutos de conversas com locais:
1) Inicialmente a obra tinha data, e se não me engano até hora para começar; conforme divulgado na mídia.
2) Posteriormente, segundo comentários de moradores na localidade de retiro, a obra foi paralisada pois faltava uma certa licença a ser dada pela Marinha.
3) Depois disso muito se propagou sobre a liberação de uma licença de instalação pelo INEA. Ora se lá por agosto, se não me engano, a obra tinha até hora para começar, como é que se vem á público afirmar quanto a uma data de início sem haver uma licença de implantação previamente aprovada?
4) A cerca de uns 45 dias os comentários em Barra do Furado já davam conta de dispensa de pessoal local que havia sido contratado pelas empresas da obra de instalação do tal porto.
5) a cerca de uns vinte dias, buscando na internet, descobri que há uma ação civil pública para investigar a concessão de licenças para o projeto; ação esta que corre no MPF, e as obras estariam paralisadas até a conclusão da ação.
6) Semana passada se falou em dado blog, que haveria demora da prefeitura de Quissamã em enviar certos documentos à Brasília, e por este motivo a obra ainda não teve sua licença liberada. Qual licença afinal?
7) Esta semana se veiculou nos blogs da região a ida dos prefeitos de Quissamã e Campos ao "Canteiro de obras", e a alegação é que as obras não tem visibilidade ainda pois se restringem a operações internas do canteiro de obras; e novamente se falou em uma data de início para o ano que vem.
De concreto nada mudou no cenário em Barra do Furado, exceto o canteiro de obras; e a ocorrência de muitas especulações nos últimos anos.
Parece que o que há de fato é um plano de desinformação. E como todo plano deve ter um objetivo a ser alcançado.
Com a palavra quem puder juntar as peças deste quebra-cabeça, e nos dar alguma conclusão esclarecedora a respeito.
Peço desculpas pelo anonimato, pois admiro o seu trabalho e a função social inegável do seu blog.
Vale aqui o ditado: "em rio que tem piranha, jacaré nada de costas"
Um grande abraço.
Dr. Roberto.
Mais uma vez me decepciono com esses casal da Lapa, em quem votei tantas vezes.
Espalharam placas gigantescas da Prefeitura ao longo da Rodovia Campos x Farol, sendo que existe uma(placa) no final da Av. 28 de MARÇO e início da Rod Campos x Farol,e outras tantas, nas quais, a Prefeitura torna público que está investindo sozinha R$133.500.000,00(Cento e Trinta e TRês Milhões de Reais), quando na verdade o Presidente da BR OFFSHORE, consorcio que irá construir o Complexo Barra do Furado, explicou que os R$133 Milhões de Reais, serão rateados pelas Prefeituras de Quissamã, Campos, Governo Estadual e Governo Federal, através do PAC.
Vejam abaixo trecho postado pelo seu BLOG, diante da conversa de Ricardo Viana, Presidetne da BR Offshore, falando do inrstimento de 450 MILHÕES DE REAIS, que sua empresa fará em Barra do Fuarado e os investimentos de 133 Milhões que as prefeituras, o governo do estado RJ e o Governo Federal, irão fazer também efetuar no Complexo de Barra do Fuarado.
"Segundo Vianna, as obras de infraestrutura, sob responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal, estão calculadas em R$ 133,5 milhões e incluem dragagem, obras de enrocamento e extensão de um píer. Um consórcio, formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e OAS, foi contratado para fazer as obras, informou Vianna".
Esse casal da Lapa precisa parar com essa mania de tentar enganar o povo. Precisam parar de praticar essa política populista e ultrapassada.
Porém Dr. Roberto, se não fosse esse seu BLOG, todos acreditariam na versão do casal da Lapa, devido a placa expoosta, que explicita que somente a prefeitura de Campos estaria investindo no Complexo de Barra do Furado,na parte de infra-estrutrura e dragagem.
Não tem jeito, para esse casal.
Caso seja necessário envio foto, da placa exposta pela prefeitura de Campos.
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