domingo, janeiro 01, 2012

Jornalista campista faz matéria dos EUA sobre o Ocupa Wall Strret

O Carlos Alberto Junior, ex-aluno do Cefet e da Fafic, que reencontrei em Angola, como correspondente da TV Brasil no continente africano, junto da sua esposa e diplomata, Fabiana Moreira, está há mais de um ano em Washington, EUA, e por e-mail, informa sobre sua matéria tratando do movimento “Ocupa Wall Street” em Nova York, EUA. A ótima reportagem está replicada abaixo e pode também ser lida com foto aqui no site da revista Carta Maior. Há três anos este blog fez uma entrevista com o Carlos Alberto Jr. que você poderá reler aqui.

“Ocupa Wall Street planeja mobilizações para 2012”

“Três meses depois do início de um movimento que se define como sem líderes e sem demandas específicas, o "Ocupa Wall Street" continua forte em todo o país. Mesmo em Nova York, onde os manifestantes foram dispersados pela polícia, as atividades não pararam. Pelo menos 100 pessoas de diferentes organizações se reúnem diariamente num espaço público, também na região de Wall Street, para discutir pautas diversas. A reportagem é de Carlos Alberto Jr., direto de Washington.”

Carlos Alberto Jr. - Direto de Washington, Especial para Carta Maior

“Peter Jacobs tem 19 anos e nasceu em Brasília. Aos seis anos, foi adotado por um casal de americanos e levado para Nova York. Com o passar do tempo, o português e a cultura brasileira ficaram para trás. Na adolescência, os atritos com a família tornaram a relação cada vez mais difícil. "Fui expulso de casa porque meus pais não gostavam do jeito que eu sou. Passei a viver na rua e na casa de amigos", contou Peter à Carta Maior na última segunda-feira, na McPherson Square. Na praça localizada a poucas quadras da Casa Branca, Peter é mais um dos cerca de 350 integrantes do movimento "Ocupa DC" acampados em Washington. Numa conversa com amigos há dois meses, Peter soube que um grupo de pessoas no estado de Massachusetts havia começado "um grande movimento para mudar o mundo". Ele gostou da ideia. Pegou um ônibus para Boston e desembarcou na Dewey Square, no centro do "Ocupa Boston". "Quando cheguei lá, foi como ser recebido por uma grande família. Havia comida, um lugar para dormir e muita troca de ideias." Peter, que se considera um sem-teto e acha que o dinheiro só piora a relação entre as pessoas, chegou a Washington há duas semanas. Ele representa uma parcela dos milhares que aderiram ao movimento de ocupação de espaços públicos em centenas de cidades nos Estados Unidos desde 17 de setembro. Nesse dia, um grupo de ativistas fez em Wall Street, o coração financeiro do país, um protesto para chamar a atenção contra o que considera a ganância das grandes corporações, a desigualdade social e a influência cada vez maior de bancos e multinacionais nas decisões de governos em todo o mundo. A iniciativa marcou o nascimento do "Ocupa Wall Street" (OWS) e a ocupação do Zuccotti Park, em Lower Manhattan. O uso do twitter e do Facebook ajudou a divulgar o movimento e a coordenar as ações. O OWS espalhou-se rapidamente para outras capitais americanas e para mais de 1.500 cidades em 83 países, segundo Melanie Butler, uma das organizadoras do OWS em Nova York. Poucos dias depois da primeira ocupação, surgia o slogan "Nós somos os 99%" em textos na Internet, camisetas, panfletos e cartazes. A mensagem, criada por um grupo de ativistas do Zuccotti Park, carregava a mesma força do "Ocupa Wall Street" e, igualmente, alastrou-se com velocidade pelas redes sociais. O novo mote resumia a insatisfação com a disparidade econômica e social nos Estados Unidos, onde 1% da população detém 40% da riqueza do país. O rápido aumento do número de praças e parques tomados nos EUA virou motivo de preocupação. As autoridades passaram a reprimir as ocupações e a expulsar os manifestantes, muitas vezes por meio de ações violentas da polícia. Desde 17 de setembro, cerca de 1.500 pessoas foram presas em todo o país, a maior parte em Nova York, Boston e Chicago. "Os manifestantes expulsos do Zuccotti Park permanecem acomodados em igrejas e casas de simpatizantes na região de Nova York até conseguirmos autorização para ocupar outra área pública", explicou Melanie Butler. Três meses depois do início de um movimento que se define como sem líderes e sem demandas específicas, o "Ocupa Wall Street" continua forte em todo o país. Mesmo em Nova York, onde os manifestantes foram dispersados pela polícia, as atividades não pararam. Pelo menos 100 pessoas de diferentes organizações se reúnem diariamente num espaço público, também na região de Wall Street, para discutir pautas diversas. "Tenho encontrado gente totalmente transformada pelo que aconteceu. Elas estão levando o que aprenderam com o "Ocupa Wall Street" para as suas comunidades. Estamos nos espalhando para lugares em que as pessoas poderão realmente participar do processo político. A ideia é descentralizar a tomada de decisões e começar uma mudança global a partir das pequenas cidades", afirmou Melanie. "Quem diz que não alcançamos nada politicamente, porque não temos demandas específicas, apenas revela uma visão estreita da política. Se você olhar para as grandes transformações da história, verá que todas foram de longo prazo e nunca restritas a uma pequena lista de exigências ou plataforma política". Os estrategistas do OWS começaram a traçar as linhas de ação para 2012 com o objetivo de iniciar a segunda fase do movimento. "O elemento surpresa será nossa tática a partir de agora", disse à Carta Maior Kalle Lasn, ativista e editor da revista canadense Adbusters, crítica feroz da sociedade de consumo. "No próximo ano, os campi das universidades serão os grandes campos de batalha do movimento. Vamos passar menos tempo em parques e mais tempo em ocupações surpresa, com duração de um dia. Vamos ocupar a sede do Bank of America. No dia seguinte, tomaremos o quartel general do Goldman Sachs. Em universidades ao redor do mundo, vamos ocupar os departamentos de economia e discutir com os professores o tipo de economia estúpida que eles nos estão ensinando", afirmou. Lasn nasceu na Estônia, mas está radicado no Canadá desde a década de 1970. Ele e sua equipe da Adbusters criaram o slogan "Ocupa Wall Street" e convocaram as pessoas, por meio de um anúncio na revista e pela Internet, a ocupar espaços públicos e apresentar suas demandas. A inspiração veio dos acontecimentos da "Primavera Árabe". "Foi um momento muito excitante para o ativismo em todo o mundo, especialmente porque queríamos esse tipo de revolução há pelo menos 20 anos", disse Lasn, de Vancouver, por telefone. Ele conta que, quando viram um regime duro como o do Egito cair pela mobilização dos jovens do país, pensaram que algo semelhante também seria possível nos Estados Unidos. "Também temos um tipo de regime aqui na América. Não é um regime como o egípicio, mas ainda assim é um regime de megacorporações com poder para controlar Washington, o coração da democracia americana, e Wall Street, que controla o destino da economia na América. De certa forma, aqui também precisamos de uma mudança de regime suave".

3 comentários:

Anônimo disse...

E O KIKO

Anônimo disse...

PrezadaCaro Prof. Roberto,

Venho deixar registrada minha indignação com os enormes quebra-malas existentes na BR 356, em Cajueiro, em Barcelos e os últimos em Martins Lage.

Ontem quem saiu às 19 horas de Grussaí levou pelo menos uma hora e meia para chegar a Campos.

Só os sabidões que ultrapassam pelo acostamento levaram menos tempo.

Os engarrafamentos também provocaram batidas entre veículos, quando uns frearam outros incautos não perceberam e bateram na traseira.

Se alguém que esteja em Grussaí, Atafona ou São João da Barra tiver problema de saúde e precisar de socorro rápido em hospitais de Campos, certamente morrerá, pois os quebra-molas provocam enormes congestionamentos e punem as ambulâncias com a mesma lentidão que pune os motoristas respeitadores.

Quando será que alguém resolverá ter bom-senso para fazer alguma coisa para diminuir os transtornos?

Anônimo disse...

Servidor público passa a ter direito de escolher o banco para receber conta-salário

02/01/2012 - 10h43 | do UOL Economia
SÃO PAULO – Os trabalhadores da rede pública, que recebem conta-salário, passam a ter a opção, a partir desta segunda-feira (2), de solicitar transferência automática do dinheiro para o banco que quiserem. O servidor público foi o último a conquistar esse direito, já que os da iniciativa privada têm essa facilidade desde 2009.
De acordo com a Agência Brasil, o governo estabelece que para transferir o salário para outra conta, diferente da aberta pelo empregador, é preciso que a indicação seja feita por escrito à instituição financeira. O banco deve aceitar a ordem em até cinco dias úteis, sendo que os recursos devem ser transferidos para o banco escolhido no mesmo dia do crédito do salário até às 12h.
Conta-salário
A conta-salário se difere da conta-corrente por ser destinada ao pagamento de salários, aposentadorias e pensões e, também, por se tratar de um acordo feito entre o banco e a empresa empregadora, sem participação do empregado. Na conta-salário, o cliente não tem direito a talão de cheques e não pode receber outros depósitos além do salário.
O Banco do Brasil é a instituição que processa o maior número de folhas de pagamento de servidores públicos no Brasil. O diretor de Clientes Pessoa Física do BB, Sérgio Nazaré, afirmou que são 1,516 milhão de servidores federais, o que representa 71% dos pagamentos a esses trabalhadores