Na semana passada o blogueiro foi contatado por jornalista da Folha de São Paulo. Ela estava intrigada com o fato do grupo EBX estar escondendo a localização e os objetivos do empreendimento imobiliário de um dos braços da holding, a Real Estate X (REX), responsável pelo negócios com imóveis do grupo empresarial.
Em 16 setembro de 2011 o blog já havia tratado de maneira detalhada do assunto, inclusive, informando que a EBX havia definido que a empresa Sondotécnica seria a responsável pela gerência geral, supervisão e coordenação técnica dos projetos conceitual e básico referente à Infraestrutura da Cidade X e que esta havia divulgado três imagens sobre o projeto da Cidade X no Açu que foram replicada aqui pela nota do blog.
A jornalista disse ao blogueiro que viu diversos posts do blog sobre o assunto (ver aqui e aqui), que por ali pode identificar que a localização do empreendimento ainda estaria indefinida, se pela localização na fazenda perto do DISJB, ou em Grussaí, próximo à sede de São João da Barra.
A jornalista disse que em contato com a prefeita esta informou que o empreendimento imobiliário teria uma audiência pública nestes primeiros meses de 2012, que o projeto estava sendo elaborado pelo Jaime Lerner e que não seria nem uma cidade e nem um condomínio fechado para gerentes. Que o projeto previa residências mais simples e estaria vinculado a um novo plano diretor e viário para o município.
O grupo EBX nada confirmou sobre o assunto. Sobre as fotos divulgadas pelo blog (a mesma que abre esta postagem e as doutras duas) a holding EBX não quis confirmar e nem desmentir.
O blogueiro foi então indagado sobre suas opiniões. A conversa foi longa, por mais de meia hora. Resumidamente o blogueiro informou à jornalista e agora a seus leitores-colaboradores:
- O empreendimento imobiliário é mais uma atividade empresarial que visa lucros e rentabilidade, agora, não mais e apenas com os empreendimentos de logística e industrial, mas também com a comercialização de unidades habitacionais de significativo valor agregado;
- Pelo porte do projeto, ele teria que ter aprovação não apenas do município para aprovação de sua adequação ao Plano Diretor do município, mas também, do Inea com licenciamentos prévios e de instalação que seriam antecedidos por obrigatórias Audiências Públicas;
- O município não gosta do nome de Cidade X, porque o mesmo passa a ideia não estapafúrdia, de que este território poderia dar margem à decisão de uma futura emancipação, tal qual como ocorreu, por exemplo, com Cubatão, em relação a Santos, uma antiga cidade portuária.
- O município também não aprova a informação de que então se trataria de um condomínio porque este pareceria (corretamente) a ideia de algo apartado do restante do município, o que ampliaria as resistências aos empreendimentos e à distância entre os trabalhadores de fora e os da nossa região;
- A localização que já foi atribuída (inclusive em apresentações do grupo empresarial) ao terreno da família do desembargador Paulo Pinto, em área, entre os balneários de Grussaí e Chapéu de Sol com frente para o mar e fundos para a BR-356, na chegada à sede do município, e depois, junto ao Distrito Industrial entre as fazendas Pontinhas e Palacete, ainda não foram definitivamente confirmados, neste último, por conta dos problemas com as desapropriações rurais no 5º Distrito que poderiam demandar esta área para as atividades industriais, caso se ampliem os problemas com os pequenos produtores e que dependeria ainda, para maior valorização do empreendimento imobiliário da autorização do Inea, de uma estrada-parque, ligando a Cidade X, ao balneário de Grussaí, por dentro da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) que foi determinada como uma das unidades de conservação ao redor dos empreendimentos do Complexo do Açu, área de restinga a ser recuperada, na área da Fazenda Caruara com cerca de 5 mil hectares.
- Além destas questões, há outras, como a elaboração auto e tecnocrática da proposta do novo Plano Diretor e Plano Viário do município de São João da Barra, com a contratação feita pelo grupo empresarial EBX da consultoria e projeto junto ao arquiteto Jaime Lerner. O grupo assim, objetiva entregar ao município os mesmos, o que gerariam comprometimentos com a sua análise e aprovação, depois que os interesses do grupo empresarial já estivessem contemplados, nos projetos do prestigiado escritório do arquiteto e ex-governador, Jaime Lerner. Ninguém, a princípio questiona a qualidade das propostas e dos projetos, mas, identifica que os caminhos utilizados não parecem adequados, considerando o fato que se trata de uma intervenção urbanística cuja intensidade será, certamente, maior do que tudo que hoje se encontra instalado e funcionado em todo o município.
Há mais questões que envolvem a discussão da Cidade X e sua relação com os empreendimentos do grupo EBX no Açu e no restante do município de São João da Barra. Porém, o blog, se restringe, por enquanto, a estes pontos descritos acima.
Como sempre faz, este espaço abre oportunidade para que as partes citadas e envolvidas possam manifestar suas posições, interesses e opiniões, de forma a ampliar o debate a favor de uma proposta que contemple e ajuste os interesses de todas as partes envolvidas.
3 comentários:
Roberto, vou ser bem resumido, muito embora eu poderia escrever inúmeras linhas relativas ao que penso.. Primeiramente, não sou um "Eikemaníaco", apenas, por fatos e dados, acho-o um cara brilhante, competente, dentre tantos outros adjetivos que eu poderia dar a ele. Mas ninguém faz omelete sem quebrar os ovos. São João da Barra estava a míngua. Os Sanjoanenses vinham pra Campos em busca de oportunidades. mas como a nossa querida Campos também está em estado crítico, a nossa região tinha um futuro sombrio. Aí, há uns 04 anos, acho que não mais do que isso, todo mundo começou a falar no "mundo X". Claro que a chegada deles gerará desconfortos aqui e alí. Aliás, eles estão nos tirando da nossa "letargia confortável". Mas daí a esse histerismo descontrolado, pelo amor de Deus... O Grupo X TEM QUE RESPEITAR TODAS AS NORMAS VIGENTES. Mas esse oportunismo de exigências é lamentável. Agora aparece de tudo, de ambientalista a urbanista. Pra encerrar, eu só gostaria de saber porquê esse pessoal não apareceu antes, para transformar a região em um lugar preparado para atrair e receber novos empreendimentos ! ? Aparecer depois é fácil. "Engenheiros de obras prontas", pra mim é oportunismo cínico e barato, inconsequente e descompromissado com o futuro. Um Tríplice e Fraternal Abraço, Beethoven.'.
O amigo masson com nome de compositor está certo: Aparece de tudo. Tem gente opinando sabendo de muito pouco e é claro, algumas velhinhas vão morrer. Mas o que é melhor: deixar tudo como era, ou seguir em frente? Cobrar compensações e o cumprimento da Lei é indiscutível. TEM que ser feito. Só ser contra e não abrir mão do conforto é hipocrisia. É o mesmo que ser contra hidreelétricas e chegar em casa e ligar o ar condicionado. Ora, de onde vem a energia?
Tem gente que abomina a industria do petróleo mas escova os dentes. Pode parecer estranho, mas do que é feito afinal a escova? E o cano que lava água até a pia?
Fazemos o quê então? Paramos com tudo isso? Ou fingimos que nada disso tem conexão? Ou ainda que nós podemos ter conforto e os outros não. Eu não sei. Vou escovar os dentes e dormir no ar condicionado porque tá calor aqui em casa.
É fácil de mais falar dessa forma quando não estamos sendo afetados por nada do grupo X ,mas será que realmente estariam falando dessa forma se sua casa ou de um parente ficasse na área de desapropriação,ou usaria esses mesmos argumentos acrescentando que se é para o bem da população abriria mão de seu a de imóvel;Professo o ser humano é egoísta de mais e só vê o lado ruim das coisas quando estas os atinge.
Moro no Açu e não estou em área de desapropriação; é muito fácil ver pessoas falando dessa forma ,porem será que estariam fazendo uso desses argumentos se estes vivenciassem o que acontece realmente aqui?
Amigos compensações o que são? em que exatamente o grupo investiu aqui ? Compensações vão muito além de doações de tratores ou sede de colonias de pesca.
Dizem que já investiram mais de 70 milhões aqui,mas vi isso ainda não,acho que eles investiram em títulos ou algo assim ,pois em compensações é que não foi.
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