Greve das polícias: uma breve análise!

Um assunto delicado até pelo período especial em que ocorre, mas é assim, em todo lugar e em atividades consideradas essenciais mundo afora. Mesmo para quem tem memória curta e/ou seletiva, se lembra de pelo menos uma greve na França, na Inglaterra, etc. dos trabalhadores ferroviários e aeroviários em vésperas de Natal, Ano Novo e outros grandes feriados. O assunto é delicado porque os trabalhadores da Segurança Pública merecem reajustes, não sei se via a tal PEC 300, mas, merecem melhores salários. Eles são trabalhadores e estes, em qualquer categoria, têm na paralisação, o direito de lutar por melhorias salariais e de condições de trabalho, porém, a questão é que se trata de uma categoria armada e, portanto, com força diferenciada, em relação às demais, e neste caso, a disciplina e a ordem, são contrárias aos direitos de se impor contra o status quo. Isto não é algo simples de entender e nem aceitar, especialmente, numa democracia jovem como a nossa. Porém, o direito de organização e de articulação desta categoria, em qualquer democracia (jovem ou experiente) não pode ser ceifado. Só que este fato não dá direito a esta, e a nenhuma outra categoria, de promover badernas ou de atemorizar a população, por qualquer instrumento e com qualquer objetivo. Aparentemente, não há porque comparar a situação da Bahia, com a greve, recém iniciada, em nosso estado. Este parece ser um dos “nós” a ser entendido, a partir da relação que se fez da participação de uma liderança da categoria na greve de outro estado. A questão dos 30% de efetivo pode ser uma das grandes e importantes diferenças, entre outras, ainda não, observadas. Ou não. Parece despropositado atribuir a A ou G responsabilidade por um movimento que vem sendo fermentado na tropa há tempo. Mais que despropositado parece ser inabilidade política tal caminho, porque, se de um lado, reforça a rejeição já consolidada desta liderança política em alguns setores da sociedade, de outro, joga em seu colo, uma aliança, que numérica e eleitoralmente, lhe pode ser muito mais vantajosa, do que o inverso. Quem prometeu e não fez tem pouca autoridade para agora, na oposição e fora do poder, se se colocar como salvador da pátria e de qualquer categoria que seja. Este fato não pode gerar motivos para criminalizar a qualquer custo o movimento reivindicatório no Rio. O diálogo, a negociação de um lado e a responsabilidade do outro que faz as reivindicações, parece ser o caminho mais interessante, até para ganhar a população, parte interessada, na questão, até porque, sem ela a greve não progride, assim como, a pressão sobre as lideranças, por parte de quem tem o poder derivado da eleição popular, também pode ser rechaçado. O caso aqui pode ter encaminhamento diferente do da Bahia é isto que espera, até para que uma solução mais rápida e menos traumática possa ser encontrada, nosso maior interesse, no sentido de termos uma Força de Segurança Pública organizada, razoavelmente remunerada, atuante, proba garantindo os direitos dos cidadãos estabelecidos em nossa Lei maior. Acompanhemos os desdobramentos torcendo para que uma boa solução seja encontrada. PS.: Atualização às 14:38: 1 - Como sempre acontece é bom não ficar se informando apenas pela velha mídia com seus intere$$e$. Leia o que se fala nas redes sociais e em sites das partes interessadas. Isto é bom para você mesmo ir formando sua opinião. 2 - O que foi falado para as demais polícias vale também para a organização da Guarda Municipal de Campos que se mobiliza para também parar. Neste caso, a exceção citada para a PM e a Polícia Civil não valem, porque, a Guarda Civil não trabalha armada, mas, também ajuda na sua segurança.