A eleição do Rio (capital) poderá decidir também o governo estadual em 2014

Como todos já sabem em política eleitoral, um pleito desenha o horizonte da eleição seguinte. Assim, para a eleição governo do estado em 2014, a cartada está sendo decidida este ano. Como não poderia deixar de ser a eleição da capital e das maiores cidades determinarão quem tem ou não chances para substituir Cabral.

Grosso modo falando hoje há três grandes grupos: o do governador e uma imensa base que participou de sua chapa e hoje compõe sua base aliada, que, é praticamente, a mesma que já se definiu pelo apoio à reeleição de Eduardo Paes; o segundo, de oposição é do ex-governador Garotinho aliado ao ex-prefeito Cesar Maia que tenta unir o apoio que tem na centro-direita carioca, ao apoio da Baixada Fluminense e periferia do Garotinho e da Rosinha através da chapa dos seus respectivos filhos e deputados Rodrigo e Clarissa. O terceiro grupo, vem pulverizado em mais candidaturas, também e oposição ao governo estadual e lista do Psol e o PSDB.

O esforço dos dois grupos de oposição é levar a eleição ao segundo turno, resultado que não foi conseguido, em situação similar, no pleito estadual em 2010, mesmo considerando que a eleição da cidade do Rio tende a trazer particularidades.

A possível, e talvez, mais provável reeleição de Eduardo Paes, pode fazê-lo o candidato mais forte ao governo do estado. O blog explica: na oposição estadual o cenário de 2014 deve se repetir, com Garotinho como candidato do seu grupo e apoio de Cesar Maia, que assim paga o apoio de Garotinho ao seu filho na eleição de outubro próximo, provavelmente com apoio também do PSDB e o Psol terá também o seu candidato.

Pela situação, hoje, o candidato de Cabral para lhe substituir é Pezão, seu vice e braço-direito, que embora opere com agilidade e destreza a máquina pública é desconhecido do imenso público e sem carisma para a dura empreitada da disputa estadual.

A questão será o PT que tem como postulante o senador Lindberg, que se considera eleitoralmente, mais forte que Pezão para enfrentar a oposição de Garotinho nas urnas, o quê convenhamos é verdade, até pela sua ação política, também na Baixada Fluminense. Lindberg pleiteia no PT, desde 2010, o direito de ser candidato ao governo estadual. Assim, em 2010, ele acabou trocando esta postulação pela eleição para o Senado.

O PMDB com Piciani rechaça esta hipótese, mas, não se pode esquecer que a eleição de 2014 é comandada e articulada pela eleição de presidente da República. Aí mora, a questão: com Dilma ou Lula, o PT precisará de apoio no Rio, um estado imprescindível nas contas eleitorais de qualquer candidato para o Palácio do Planalto.

É neste cenário que o Paes vira uma solução salomônica. Como decorrência desta possibilidade, considerando que o vice do Eduardo Paes é do PT, o atual vereador Adilson Pires, o Lindberg, não teria como insistir na sua candidatura, visto que, com este desenho, o PT teria a prefeitura do Rio, durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016, quando se teria uma nova eleição em outubro para a Prefeitura do Rio, desta forma, a solução do Eduardo Paes como candidato do PMDB para a sucessão do PMDB parece um trunfo guardado, sem muito segredo, mas, como uma solução oportuna e interessante tanto para o PMDB quanto para o PT.

É evidente que o número de conjecturas acima é muito grande e depende de muitos “se” e, em política, isto pode se concretizar ou não, mas, algo me diz que a trama já foi montada, e tem contra ela, quem é de oposição que tenta se mexer, e só por isto arriscou e viabilizou um acordo antes inimaginável entre Garotinho e Cesar Maia.

Porém, se esta trana gerou a reação de unificação da parte maior da oposição, entre os da situação o cenário não é tranquilo, porque, pelo caminho ficarão muitas expectativas frustradas que ainda jogarão na esperança de alcançar resultado diferente que lhe seja mais favorável. Assim, acompanhemos os desdobramentos das eleições deste ano, sem esquecer, de observar o movimento das peças em direção ao Palácio Guanabara.