O blog recebeu a informação de que na última sexta-feira, 03 de março de 2012, os funcionários do Posto de Urgência de Guarus viveram uma experiência de terror e medo descrito desta forma por quem viveu o episódio:
“Por volta das 18h, um menor invadiu o posto, entrando na sala de um profissional de saúde, e ali se trancando com ele para se esconder de uma população enfurecida, armada de paus, barras de ferro, correntes, arma de fogo entre outras.
Com muita frieza, o profissional conseguiu se soltar e sair da sala, deixando o menor lá dentro, implorando por sua vida, e foi para o corredor ver o que acontecia. Deparou-se com uma multidão invadindo o posto, aos gritos, sendo liderados por um homem armado, que ordenava que procurassem o suposto ladrão.
Os pacientes, entre eles idosos hipertensos, desesperados, foram colocados em uma enfermaria e lá permaneceram durante a invasão. Os funcionários em desespero também estavam entender e se proteger da melhor maneira possível. Bloquear a porta de entrada não foi o bastante, visto que a multidão já invadia pela entrada de ambulância. Um grupo cercava pela outra rua, pulando o muro do estacionamento, onde se encontra o CAOPE e por um presente divino não funcionava.
Subiram para os repousos dos profissionais, abrindo as portas e procurando o fugitivo. Entravam e saiam das salas, buscavam embaixo dos carros, por todos os lados, onde se pode ver até crianças com pedaços de pau.
Enquanto tentavam manter o menor fugitivo, portador de problemas neurológicos e viciado em craque, informações essas colhidas após o tumulto, e mesmo assim sem querer aqui justificar qualquer ato ilícito praticado pelo mesmo, a comunidade corria livremente pelo posto.
A polícia teve dificuldades para conter a população, que havia bloqueado todo o quarteirão em sua busca selvagem, onde foi preciso retirar o menor pelos fundos para que não fosse assassinado.
Palavras aqui não poderiam nunca representar aqueles momentos. Vários episódios de violência física e verbal já ocorreram nesta unidade. E ofícios também foram enviados solicitando a presença de policiais para segurança dos profissionais, que estão ali para salvar vidas e não colocar as suas em risco.
Não sei o que falta acontecer para perceberem a necessidade disso. Um profissional feito refém em sua sala por um viciado desesperado. E se a população soubesse que o mesmo se escondia ali? O que aconteceria durante a invasão da sala desse profissional? E os pacientes que estavam em atendimento? Que não puderam ser socorridos durante o episódio, e em alguns casos, sofreu agravamento de sua queixa após esse susto, muitos deles idosos?
Cabe agora aos profissionais que ali atuam a mobilização necessária para que possam obter segurança e tranqüilidade em seu ambiente de trabalho. E isso já está sendo feito! Força e coragem para esses “heróis” diários, que mesmo com as agressões vividas quase que diariamente, continuam servindo a população!”
Veja abaixo o vídeo que mostra parte das imagens do episódio:
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