domingo, março 25, 2012

A superação das incestuosas relações e a cidade

A periferia se amplia ocupando as terras dos antigos donos de engenho. Os bairros afastados se aproximam das antigas áreas rurais e crescem em número de habitantes expulsos das áreas chamadas mais nobres equipadas com razoáveis estruturas.

O vale-transporte acabou subsidiando esta expulsão e a ocupação paulatina do solo menos valorizado. Depois veio o transporte clandestino/alternativo, agora legalizado, operante e, estranhamente em expansão, mesmo com a novidade do subsídio e das passagens a um real.

As milícias perpassam estas áreas para onde mais habitantes estão sendo empurrados pelos projetos imobiliários para a emergente classe C.

Projetos de transporte coletivo público decentes, pontuais e eficientes em quantidade e qualidade não existem. Cada um se vira como pode.

Cada vez se gasta mais tempo nas idas e vindas casa-trabalho-casa. A cidade vai deixando de ser concêntrica e anelar e se tornando linear.

Mais gente nos extremos Norte (direção de Travessão), Sul (Ururaí) e Baixada e outras periferias distantes do centro, significa mais demanda para estes negócios.

A circulação e a mobilidade das pessoas é um direito. As vias não deviam ser apenas para os veículos. As ciclovias como alternativa de transporte, lazer e esporte com segurança são desconsideradas.

A cidade deveria ser para os cidadãos que têm direito sobre ela. Direito de moradia, de saneamento, de trabalho digno, de cultura, lazer, etc.

Há necessidade de se pensar a cidade para as pessoas e não para os negócios e as maracutais político-eleitorais que dirigem as decisões.

O direito à moradia, ao transporte de qualidade e hoje, cada vez mais, as comunicações, é mais do que casas e/ou conjuntos e vans.

A despeito de de algumas ações pontuais e das propagandas, o campista continua sufocado, esmagado e preso a um modelo que o alija de uma participação pró-ativa na gestão e na busca de soluções, que sendo para todos, e não para o conluio de votos e lucros, pudesse incluir e integrar, de forma cidadã, os extremos de nosso município.

Mais que nunca, até pelo poder econômico da gestão pública local com os bilhões dos royalties, inigualável por qualquer ator particular, o interesse privado precisa e deve ser subordinado ao desejos coletivos e cidadãos da maioria da nossa população.

Mesmo que se esforce, não se percebe um esforço sério de adaptações, mudanças e melhorias reais e significativas. Campos merece mais. Campos pode mais!

17 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente vivemos num país extremamente rico mas totalmente mal administrado e corrupto.
Milícias, compadrios, uso da máquina pública para fins eleitoreiros, obras inacabadas, déficit de serviços essenciais à população, chacinas, narcotráfico, populismo, tudo isso reflete o caos social em que vivemos.
Campos tem tudo isso. A poucos metros do faraônico CEPOP temos ruas sem água encanada - a rua Virgulino Lampeão, a mais próxima do CEPOP, por exemplo não conta com fornecimento de água da empresa Águas do Paraíba. Temos tb a poucos metros do CEPOP ruas sem calçamento, sem redes de esgoto, sem serviço dos Correios, praças que nunca saíram do papel, etc.
O CEPOP é uma mina de ouro. Quantos e quantos showszinhos superfaturados serão alí realizados - Pão e Circo para o povo, já disse Otávio Augustus.
O povo mais carente, vítima de uma educação totalmente precária, não consegue sair do sono entorpecedor em que se encontra a séculos.
A classe média esmagada por impostos e taxas, trabalha cerca de 3 meses durante o ano só para pagar os malditos impostos.
A classe rica, os profissionais de nível superior deste país e os intelectuais, ora se esquivam das situações, ora cultuam mitos da esquerda centralizadora e assassina com a ilusão de que um "Che" qualquer, saído da imaginação fértil mais um cigarrinho de maconha, possa nos "salvar".
Somos isso aí, uma país de ilusionistas, fracos, até hoje não temos normas e padrões, estamos até hoje na era do "toma lá dá cá".
Rosinhas, garotinhos, arnaldinhos e mocaiberzinhos, Sem Terras, Favelados, fruto das classes A, B e C citadas acima.
Não tenho esperenças. Tudo é corruptível, tudo é arrumado, tudo pode ser comprado. Esse o estado do Rio de Janeiro atual.
Dá-se um jeitinho: nos ministros corruptos, nas alianças políticas, nas instituições públicas falhas, nas instituições privadas que exploram o trabalhador, dá-se um jeitinho, o jeitinho brasileiro.

Anônimo disse...

SOCORRO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

URURAÍ ESTÁ VIRANDO DISTRITO FANTASMA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Professor, sou morador de Ururaí e posso afirmar que quanto ao nosso distrito, o sr. está redondamente equivocado.

A obra denominada "BAIRRO LEGAL", feita aquí É UMA FARÇA, é só o meio ambiente fiscalizar que verá que o esgoto como sempre está sendo lançado no nosso RIO!

Fazem 4 anos que a usina daquí parou e nemhum investimento é feito para socorrer nossa população.

Tinhamos também aquí uma associação de costureiras que faz tempo encerrou suas atividades.

Supermercados em nosso distritos estão fechando as portas em função dos monstruosos que foram trazidos com absurdos icentivos dos cofres municipais para a circuvizinhança

Loja de móveis??? Tinha-mos duas mas também fecharam suas portas.

A prefeitura sabe tão bem disso, que está exportando nossa população para as casas do morar feliz da Tapera, Eldorado e Novo Jockey.

Blade runner, o caçador de idiotas. disse...

O comentário do imbecil anônimo das 10:14 deixa bem claro o porquê de estarmos onde estamos.

Como se a "anestesia social e política" que favorece os negócios privados junto ao dinheiro público pudesse ser explicado por essa lógica tacanha:

Povo burro, classe média sofredora e elite esquerdista maconheira ou blasé.

Todo mundo sabe(a alguns fingem não saber) que o loteamento do dinheiro público é feito a partir dos instrumentos que cada classe dispõe para pressionar.

Os ricos e a classe média ficam com a melhor parte do "Estado", cafetinados pela mídia, enquanto aos pobres restam as migalhas assistencialistas, mas que no fundo são melhores que nada.

Não há vítimas ou bandidos: Há escolhas mediadas pela capacidade de articular expectativas com demandas imediatas.

Nós somos reféns de escolhas ruins, mas de toda a sociedade, de cima a baixo.

O comentarista aí deve ser uma das viúvas do senador DEMOstenes, em surto pelas últimas notícias sobre o vestal da moralidade ou foi o que restou dos comentaristas daqueles sites nazistas dos dois malucos de Curitiba, presos pela PF.

quaquaquaqua.

Anônimo disse...

Vivemos, há mais de 20 aos, na cidade do coronelismo político. Só eles que possuem os bilhões de reais, nas mãos, ditam de que forma será,a vida em sociedade dessa população.

Apesar do clamor, políticos, maus intencionados, usam tais recursos públicos, apenas para se autopromoverem, não importando com as reais necessidades de sua população indigente de quase tudo.

Acorda Campos, acorda Campos, antes que seja tarde !!!

Anônimo disse...

O que leva alguém a desprezar, fazer ouvidos moucos a críticas construtivas e optar por erros continuados?
Veja, lúcido Professor, que o cidadão quando se dirige ao gestor público e aponta um defeito da atividade adminstrativa (ciclovias de péssima qualidade; orla fluvial abandonada a própria sorte; Jardim São Benedito e tantos outros parques entregues a vândalos e zumbis que não têem no atendimento humanitário qualquer assistência continuada; saúde pública indigna e incompatível com a condição humana; hospitais abandonados e deficientemente conservados, com atendimentos de urgência improvisados em macas e corredores fétidos (olhe p.ex. o video dos corredores do Ferreira Machado publicado num dos blogs da cidade); obras públicas improvisadas e de nenhuma qualidade, a exemplo do atual recapeamento asfáltico de algumas ruas da cidade em dias e horários totalmente inapropriados ao ordenamento do trânsito(o nível do piso asfáltico, para espanto de qualquer um, em alguns casos supera o da própria calçada, inundando residências em dias chuvosos!); omissão flagrante em relação ao patrimônio imobiliário histórico da cidade, que órfão de defesa, pede socorro iminente !!!, com prédios sendo literalmente tombados a cada dia; cidade sitiada por camelôs e flanelinhas desocupados que "mandam no pedaço" e intimidam a luz do dia sob o olhar da guarda municipal; ausência de ciclovias de qualidade e nas principais avenidas do centro urbano da cidade para atender ao cidadão rico ou pobre que civilizademente opta pelo meio de transporte mais inteligente e barato do mundo contemporâneo (vide acidentes fatais recentes !); transporte público de péssima qualidade e inexistente (um acinte a dignidade humana); ausência de transparência e mínima flexibilidade nas discussões desses e de tantos outros problemas graves (educação risível p. ex.) por meio de ouvidorias e reuniões setoriais criadas para esse fim, a exemplo do que ocorre minimamente em qualquer parte do mundo civilizado; truculência no trato das denúncias quando são feitas de forma consistente, irrefutável e pontual, desqualificando-as e na maior parte das vezes desviando o foco atribuindo-as a adversários politicos que com eles revesam nessa impostura que parece não ter fim ; não aplicação do codigo de postura as atividades afins que transformam a vida do cidadão num verdadeiro inferno, entre uma infinidade de outras deficiências (calçadas esburacadas e perigosas a vida dos transeuntes) falhas e erros que poderiam e podem ser corrigidos, se fosse essa a intenção dessa gente.
O cidadão sente na própria carne e sofre com tanta desordem. As mazelas da administração pública se deve em grande parte do inequívoco despreparo técnico do administrador público que não é oriundo dos quadros profissionais competentes do nosso infeliz e desgraçado municipio. Em sua maioria, esses profissionais são cabos eleitorais e seguidores politicos ativos do chefe do executivo da hora, o que é um descalabro inominável, sob todo e qualquer ponto de vista. E nós é que sofremos as consequencias dessa triste e penosa realidade...
E o que é inegável ! Quando se começa errando, os resultados finais não são outros senão os que estamos habituados a constatar sempre que saimos de nossas casas ao amanhecer e nos deparamos com essa cidade em luto eterno, triste, desordeira, suja e sem esperanças de dias melhores. É um corpo sem vida que cheira mal e não tem sequer um enterro digno. A infelicidade do povo representado por essa gente começa e termina nas próprias entranhas desse falido sistema politico. Campos não resiste mais (tantos homicídios diários) o Brasil também não resiste e o que podemos dizer é que já passou da hora das mudanças acontecerem, assim como um dia se aboliu a escravatura (tarde de mais !) Abçs.

O jacobino disse...

Outro ingênuo, ou será hipócrita?

Nesta caso, dá no mesmo.

Como se os políticos não fossem a expressão representativa do povo que os elegem.

(TODO o povo, incluindo aí a elite e a chamada classe média, os (de)formadores de opinião)

Será que o comentarista imagina que os políticos desçam de alguma nave alienígena invasora, destinada a surrupiar nosso dinheiro, preparando a dominação de alguma "civilização" extraterrena?

É Roberto, creio que está na hora de começar a repensar a linguagem deste blog, que ao invés de propor reflexão anda repercutindo a fina flor do fascio.

Anônimo disse...

Prezado Roberto,

A ingenuidade pode ser irmã da hipocrisia e até mesmo se confundir com ela, mas pode também refletir a posição de um povo, independentemente de classes sociais, de profissões... Só não pode estar fundada na má fé de alguém que perdeu a ingenuidade (se é que um dia a possuiu) e se afoga aparvalhado no lamaçal de seus próprios pensamentos.
Sem ela, a santa ingenuidade, a verdadeira revolução de constumes jamais acontecerá. Não será na malícia, na astúcia de alguns imbecis que se irá chegar a algum lugar. Pense bem, senhor de uma só verdade. Abç. Prof. por ouvir e abrir seu espaço democrático aos ingênuos.

Gregório Bezerra disse...

Toda vez que ouço(ou leio) esse discurso de "acima das classes" "ou das profissões" eu fico arrepiado.

Esta é a base de construção ideológica do autoritarismo.

"Sentimento de um povo", etc e tal.

Aí mora o perigo, porque estes sentimentos homogeneizantes mascaram diferenças, dissuadem os conflitos necessários e anestesiam, paradoxalmente, o senso crítico que (dizem)querer despertar.


...........................

O resto da pseudo-análise psicológica de butequim eu refuto: Não merece crédito, muito menos réplica.

Como disse, o nível tá cada vez pior, e sem sinal de melhora.

rsrsrsrs!!!!

René Descartes disse...

Eu fico olhando, olhando, e não me convenço.

Me ajudem:

O que é pior: ter uma só verdade, e ser o senhor dela, mas estar SEMPRE disposto a mudá-la assim que for convencido por argumentos de que há outra, ou ter várias verdades, e relativizar tudo, em um malabarismo de caráter que nunca permita saber o que você pensa(de verdade)escolhendo sempre uma verdade que caiba em sua conveniência?

Será melhor ser senhor de uma verdade(ainda que transitória) ou ser submisso a várias verdades de ocasião?

Eis o dilema.

Anônimo disse...

Quem é esse palhaço que vive comentando no blog?
Êita jeitinho sacal de escrever!

Anônimo disse...

Prezado Roberto,

Não pretendia me envolver nessa discussão pueril e infértil (parte final dos comentários iniciais que descambou para o além), mas fica evidentemente claro, límpido e cristalino, que o aparvalhado comentarista se perdeu definitivamente. Ao que parece, demonstra ter dificuldade de enxergar um ceitil a frente e ver as coisas como elas realmente são : simples e corriqueiras (problemas de uma cidade infeliz, abandonada, tão somente isso meu caro). Talvez uma necessidade vital, provavelmente extemporânea, de precisar ouvir o estrondo de sua urina no centro da latrina que lhe serve e é servil. Vamos em frente e deixemos de lado aleivosias que impedem que o tema tome o rumo certo do protesto e da simples denúncia. Fique tranquilo porque ainda não chegou a hora de de deflagrarmos a terceira guerra mundial. E vamos deixar os pensadores de lado, ou usá-los nas ocasiões oportunas e verdadeiramente pertinentes. Ao não hipócrita, ao não burguês, votos para que mude de canal, porque neste momento, por amor ao bom senso e respeito ao debate democrático, desligo o aparelho. Abçs. Professor Roberto e mais uma vez obrigado pela oportunidade.

O discípulo disse...

Salve, salve rolando lero.

Por falar em além, o típico personagem ressurge, como se pretendesse homenagear seu amado mestre em sua chegada aos pórticos do além.

De todas as excrescências escritas, ficou só a força de uma sentença:

deixemos os pensadores de lado...

É, e eu que pensei que os pensadores fosse sempre indispensáveis.

Mas quem sou perante a tanta enrolação verborrágica para não dizer nada com nada?

O rumo certo...essa é a senha! Então tá, o comentarista na sua intervenção quase-divina, nos ungiu com o mapa do rumo certo do debate.

Colecionemos os termos difíceis.

Guardemos silêncio respeitoso.

Ó poderoso guia, tu que tens a hora dos aparelhos e o rumo dos debates, ofereço-te em sacrifício o penico cheio da minha devoção à ti.

Carequinha disse...

E o palhaço o que é? É ladrão de mulher.

Tá aí o motivo da raiva do comentarista.

Fazer o quê, né?

Anônimo disse...

Ó niilista e profético debatedor do apocalipse (ou do nada, como queira). Vossa pessoa tem em seu penico meu mais absoluto respeito, tanto mais porque excremento humano que não se deve desprezar em tempo de reaproveitamento de sobras, posto que é sabido historicamente já ter salvo até vidas em alto mar (vide "o velho e o mar". E o que não dizer de sua importância à renovação das espécies, ainda que protozoárias e amebianas habitantes do microcosmo. Quanto ao conteúdo do penico que me ofereces e que vossa divindade bladerraneana abraça com tanto ardor e sentimento, a ponto de abrir mão de sua própria uréia em beneficio (?) de outrem, sugiro que dela faça vosmecê bom uso, já que parece ser devoto de seus beneficios, mas não se esqueça de deixar gota mínima para necessidade futura.

O quark disse...

Sempre guardarei algo de mim, ainda que excretado, para que possa alimentar vossa futura necessidade.

Serei o debatedor do NADA, se assim me rotulas. Sim, porque a cada nova dúvida, a cada questionamento, o que era algo, vira NADA!

Mas fica a dúvida? Se sabes que debato o NADA, é porque sabes TUDO!

Então, é certo que estás morto?

Ou pior, não serves mais para coisa alguma, nem para o NADA?

É isto?

Meus deuses, meus deuses, o gênio está morto porque sabe TUDO do NADA!

Pobre de mim, li apenas as orelhas amassadas de algum livro, e o meu guru já desvendou TUDO (OU NADA?).

Anônimo disse...

Caríssimo Quark, Blade Runner, Jacobino, Gregório Bezerra, René Descartes, O discípulo, Carequinha.......

Não sou um especialista em coprologia, mas estendo a você minhas mãos calejadas e abraço forte o seu ser. De verdade irmão! E não sou burguês, comunista, socialista, revanchista, calvinista, merda alguma, como de hábito costuma rotular rasteiramente as pessoas ao impor a fórceps suas posições (nem sempre inservíveis). Talvez seja eu mesmo o NADA, a matéria prima que costuma trabalhar com maestria quando está na arena do debate de um só debatedor ou de uma só verdade. Não obstante isso, me penitencio e peço-lhe perdão por me traires (já disseram isso um dia - Nelson Rodrigues talvez), entenda você ou não o significado do gesto ou a essencia do sentimento. Siga em frente em sua sina ou missão ou seja lá o que tenhas por fazer estando vívido ou mortificado, lúcido ou entregue aos devaneios indecifráveis da mente. Um forte abraço e tenha bons sonhos, mas não mijes na cama por favor.
Quanto a orelha "amassada do livro", faço-te lembrar: Tudo começou quando alguém, ao seu modo simples (ingênuo segundo você - ou hipócrita como emendou) ousou denunciar algumas das mazelas de nossa infeliz cidade). E você, movido de uma irracionalidade imbatível, atravessou o verbo, abrindo as portas das jaulas e liberando os leões em cima dos "cristãos" indefesos. O livro que teve somente a "orelha amassada" lida, ao contrário do que imagina, tem inicio, meio e fim (quer voce queira, quer voce não queira), mas a vaidade e o precoceito não autorizou que voce declinasse de suas elocubrações estratosféricas para, como uma pessoa comum e igual as demais, conversasse e mediasse com seus iguais. Preferiu as ofensas, preferiu trasvertir-se de réptil lacertílio (vulgo camaleão) prejulgando, proferindo sentenças infundadas e a esmo, acéfalas, merecedoras literalmente da lata de lixo, eis que anuláveis a qualquer tempo, irremediáveis, porque natimortas e carimbadas ad perpetum do germe da nulidade absoluta. Obrigado mais uma vez ao Prof. Roberto (paciência ...). Agora, como advertiu O Discípulo : "GUARDEMOS SILÊNCIO RESPEITOSO".

Prometeu acorrentado disse...

Como enumerar as mazelas da cidade sem dizer as dos seus cidadãos?

Há cidade podre, corrupta, descuidada onde há cidadãos ingênuos e cumpridores?

Como esta razão se impõe? Que razões são estas?

Há racionalidade nesta premissa: Cidadãos de bem outorgando mandatos aos maus?

Ah sim, para aplacar consciências conspurcadas pela omissão e cumplicidade (afinal, quem elegeu nosso destino?) uma pitada de redenção de TODA culpa.

Eis a luz que nosso deus propaga: sois racionais, mas sois burros!

Pobrezinhos.

Aí estão incluídos este discípulo infiel, que da jaula ousa soltar sua indignação contra aqueles que dizem o mal, mas vivem e se refestelam no mal.

Com os carros em cima das calçadas, com os empregos sem concurso, com os recibos dos dentistas para burlar os impostos, no avanço dos sinais, no voto vendido para o emprego, o contrato, a licitação, o "jabá", a notinha no jornal, um emplacamento no Espírito Santo.

Ma che, siamo tutti buona genti!

Todas as qualidades humanas repousam em nós, mas ainda assim, desiguais entre nós mesmos, nosso deus proclama: Tende paciência e sede igual. Conforma-te. Elogia o mero diagnóstico, ainda que recheado da merda da hipocrisia.

Assim, em um traço, um gesto, como um relâmpago, profere as sentenças dogmáticas, e para desclassificar-me, classifica.

Bebe do pecado que condena, mas ai de mim, ele é o deus, onipotente.

E seguem os ingênuos, hipócritas a procissão a adorar o nosso "deus", entoando os mantras da sacrossanta burrice, aqui tomada como virtude, para quem sabe salvar suas almas.

Será que a pretensa ignorância elide a culpa?

E a cidade? Bem, a cidade só cresce, o de cima sobe e o debaixo desce, como já dizia o poeta manguebeat Chico Science.

Tens razão, se habitas a racionalidade batida pelo cinismo, prefiro a dimensão da irracionalidade.

Ó deus-do-alienismo-machadiano, cure-me de minha irracionalidade.