Desde a vinda da presidenta Dilma ao Açu se
fala mais fortemente sobre o avanço das tratativas da ferrovia de 348 km
ligando o Porto do Açu, ao Comperj e a Sepetiba na região metropolitana do
estado. O acordo ainda não foi firmado, mas, pelos detalhes do projeto é
possível verificar que a modal de transporte ligando o porto do Açu está
avançando e com previsão de sair de estar operacional em quatro anos. Veja
abaixo matéria veiculada hoje no jornal Valor:
“FCA e LLX negociam ferrovia de R$ 1,67 bi no Norte Fluminense”
Por Francisco Góes | Do Rio
“A Vale e
a EBX estão retomando o projeto de construção de uma ferrovia em bitola larga
no litoral do Rio de Janeiro com investimentos de R$ 1,67 bilhão. As negociações
são complexas e envolvem a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela
Vale, e a LLX, empresa de logística da EBX. O Estado do Rio e o governo federal
também participam das tratativas, que entram em fase de definição. A obra prevê
a adequação de trechos existentes e a construção de partes novas.
O
Corredor do Norte Fluminense, como o projeto vem sendo chamado, terá 348
quilômetros entre Ambaí, na região metropolitana do Rio, e o porto do Açu, em
São João da Barra, no Norte do Estado, projeto da LLX. Em um cenário otimista,
quando estiver operacional, a partir de 2016, a ferrovia poderia transportar
18,9 milhões de toneladas por ano, incluindo minério de ferro, carvão, produtos
siderúrgicos e petroquímicos.
A LLX é a
maior interessada no projeto, uma vez que a ferrovia será um pilar para o
desenvolvimento do complexo industrial do Açu, onde está prevista a instalação
de várias empresas. "A decisão de fazer [a ferrovia] está
tomada e há convergência de interesses", disse Otávio Lazcano, presidente
da LLX.
A FCA
também tem interesse em tornar viável um corredor logístico na região, com o
desenvolvimento de novas cargas, uma vez que a empresa é a concessionária de
grande parte do trecho onde se pretende construir a nova ferrovia. Esse trecho
da FCA está subutilizado. Mas a negociação não é simples, apesar de as duas empresas
terem assinado dois memorandos de entendimento. O primeiro foi acertado em
agosto de 2011 para desenvolver estudo de viabilidade técnica e econômica. O
segundo acordo foi celebrado no fim de abril, quando a presidente Dilma
Rousseff visitou o porto do Açu.
Pablo de
la Quintana, diretor de desenvolvimento da LLX, disse que o segundo memorando
vai aprofundar os estudos. Em três meses, poderão estar definidos os termos de
referência para se chegar a um projeto detalhado e à melhor forma de licenciar
a ferrovia, previu. Um dos trabalhos é refinar o investimento, que poderia ser
30% maior do que a estimativa inicial e chegar a R$ 2,17 bilhões. A
prerrogativa de licenciar ferrovias é do Ibama, mas como o projeto está dentro
das divisas do Rio o licenciamento poderia ser estadual.
A partir
de agora, a expectativa é assinar um protocolo de intenções mais amplo entre
setor privado, Estado do Rio e União. Os termos desse novo acordo devem ser
submetidos de forma prévia ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.
Com o aval de Passos, o protocolo seria assinado e se daria continuidade ao
estudo de viabilidade técnica e econômica. Em paralelo, deve ser aprofundada a
discussão sobre o modelo institucional da ferrovia. Por enquanto, não está
claro quem iria investir no projeto, quem seria o gestor da malha e quem iria
operar os trens.
A LLX
garante demanda de carga, mas não deve investir no projeto. Uma possibilidade é
que a FCA possa investir, mas isso passa por discussões da concessionária com a
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre termos de ajustamento
de conduta (TACs) vencidos. A FCA poderia realizar investimentos na nova malha
ferroviária do Rio como forma de compensar esses TACs. Um empecilho para a FCA
investir pode ser o vencimento de sua concessão em 2027, prazo que seria
insuficiente para retomar o investimento na nova malha. A LLX estima retorno de
12% ao ano para os acionistas com a operação da nova ferrovia.
Outro
cenário poderia ser uma licitação para subconcessão da nova ferrovia no Rio por
parte da Valec, empresa ligada ao Ministério dos Transportes. A Valec é
concessionária da Estrada de Ferro 354, que tem trecho paralelo ao da FCA no
Rio. O presidente da Valec, José Eduardo Castello Branco, descartou essa
hipótese: "A Valec espera que a iniciativa privada aporte os recursos para
a ligação em bitola larga ao Açu."
A FCA
afirmou que os estudos desenvolvidos com a LLX consideram a análise da ferrovia
em bitola larga e métrica. "A adoção por um modelo ou outro dependerá de
análise econômica e financeira." O governo do Rio e a LLX falam só em
bitola larga, importante para ligar a nova ferrovia à malha da MRS. A MRS
afirmou que acompanha as negociações e tem interesse em participar da operação
da nova malha.”
4 comentários:
Mais dinheiro público para Mr. Eike Batista, poderiam usar essa ferrovia para transporte de passageiros também, principalmente no trecho de Campos - Macaé e Campos - SJB. Um transporte barato, pelo menos se as passagens forem com preços condizentes.
Se o(a)s prefeitos(a)s estivessem mais atento(a)s aos interesses da população esta posição estariam buscando esta possibilidade surgida da modal para o transporte de caraga para iso do transporte de massa (ferroviário) para nossa populção entre SJB, Campos, Macaé, etc.
Já tocamos nestes assinto aqui pelo blog diversas vezes e seu comsntário possibilita a rediscussão do tema.
Só não teria interesse nisto os donos das empresas de ônibus, especialmente da 1001, mas, os prefeitos não tem relação com isto, ou têm?
Sds.
Prof.
Infelizmente, o transporte ferroviário não é do interesse dos governos, especialmente o federal.
O transporte rodoviário sim, esse mantém aquecida a economia, dá mais empregos, gera mais arrecadação de tributos, as montadoras vendem mais, transportadoras, empresas de ônibus, comércio de reposição de peças, combustíveis, funerárias, etc.
Sim, é um transporte muito mais caro, ineficiente, que agride mais o meio ambiente, mas e daí?!
Quem paga essa conta é o povo.
Essa é a receita do crescimento do país e de ficar imune à crise mundial: criar demanda no mercado interno a qualquer custo para abastecê-lo.
Alguém tem dúvida de que há uma cachoeira em relação a algumas empresas de ônibus? Se os prefeitos tivesse interessados abririam ao menos licitações sobre isso para tentar diminuir o preço dessa passagem.
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