O jornal Folha de São Paulo publicou na 2ª feira:
UMA SUGESTÃO PARA A
COMISSÃO DA VERDADE: VER O FILME “CIDADÃO
BOISELEN”!
Membro da Comissão da Verdade –José
Carlos Dias: "Tudo isso vai ser analisado”. Em sintonia com outros
integrantes da comissão, o ex-ministro afirma não ver
barreiras contra a atuação do grupo. "Vamos apurar tudo que
pudermos apurar, vamos até o fim. Eu digo que não somos donos
da verdade, mas vamos ser perseguidores da verdade", disse.
O ex-prefeito, Cesar Maia, hoje, em em seu ex-blog, divulga o release e sugere que se assista o documentário "O
cidadão Boiselen": “A Oban, como era chamada, foi um
centro de informações, investigações e de
torturas criada nos anos 1960. O filme deixa claro que era financiada por
empresários e banqueiros. O caso de Henning Boilesen, o
cidadão Boilesen, é exemplar. Dinamarquês naturalizado
brasileiro, ele virou empresário no País. Anticomunista
ferrenho, ligou-se a grupos militares e paramilitares. Outros
empresários e banqueiros - nomeados no filme - também fizeram
isso, mas Boilesen se destacava por uma particularidade fartamente debatida
no filme. Sádico, ele tinha um prazer especial em seguir as
sessões de tortura, chegando a fornecer carros da empresa Ultragaz,
do grupo Ulbra, que presidia, para operações de
repressão.”
Abaixo o trailler do documentário:
Aqui no link do Youtube é possível ver o documentário dividido em dez partes de aproximadamete 10 minutos cada. Para isto é necessário achar e clicar nos outros arquivos parte 2, 3, etc.
Um comentário:
Caro Roberto, esse filme "Cidadão Boilesen" é muito bom.
“A Oban de fato era um lugar onde os presos eram torturados às vistas de alguns ricaços que pagavam para poder assistir à tortura dos inimigos deles.”
(Dom Paulo Evaristo Arns)
Henning Boilensen foi um dinarmarquês que, após se naturalizar brasileiro, tornou-se empresário de sucesso e diretor-presidente da empresa Ultragaz, do Grupo Ultra, nos anos 1960, em São Paulo.
Participante ativo da iluminada alta sociedade paulista, parte de sua capacidade empresarial era doada a uma atividade sombria: presenciar e aperfeiçoar a tortura de presos políticos em porões escondidos da ditadura.
Foram muitos os capitalistas envolvidos diretamente na guerra da ditadura contra as organizações de esquerda que a enfrentavam.
A Oban, um dos principais núcleos de investigação e de torturas montados pelo exército brasileiro ao final da década de 60, era financiada por empresários e banqueiros.
Boilesen estava entre eles. Mas, à diferença do empresário Sebastião Camargo ou do banqueiro Amador Aguiar (Bradesco), Boilesen gostava de atuar e se envolver nos aspectos práticos das operações.
Não apenas emprestando caminhões de distribuição de gás da empresa que presidia aos sinistros aparelhos repressivos.
O “cidadão Boilesen” descia aos porões, assistia e participava dos interrogatórios, que não raras vezes resultava na morte do interrogado ou da interrogada.
Atribui-se a ele a invenção de uma “máquina capaz de controlar, com teclados, a intensidade dos choques elétricos, (e) em sua homenagem o aparelho foi batizado de ‘pianola Boilesen’”.
O regime totalitário seria impraticável e insustentável sem a ajuda da elite.
Pouco ainda se sabe e se fala, por razões bem óbvias, da ligação do grande empresariado nacional com o regime militar.
Contudo, é um fato real que o golpe de 1964 foi um golpe civil-militar, com forte suporte financeiro das elites industriais do país.
Muitos empresários não somente apoiaram o golpe, mas também financiaram com grandes somas de dinheiro a repressão e a tortura.
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