quarta-feira, maio 16, 2012

Para a Comissão da Verdade

O jornal Folha de São Paulo publicou na 2ª feira:

UMA SUGESTÃO PARA A COMISSÃO DA VERDADE: VER O FILME “CIDADÃO BOISELEN”!
        Membro da Comissão da Verdade –José Carlos Dias: "Tudo isso vai ser analisado”. Em sintonia com outros integrantes da comissão, o ex-ministro afirma não ver barreiras contra a atuação do grupo. "Vamos apurar tudo que pudermos apurar, vamos até o fim. Eu digo que não somos donos da verdade, mas vamos ser perseguidores da verdade", disse.
       
O ex-prefeito, Cesar Maia, hoje, em em seu ex-blog, divulga o release e sugere que se assista o documentário "O cidadão  Boiselen":  “A Oban, como era chamada, foi um centro de informações, investigações e de torturas criada nos anos 1960. O filme deixa claro que era financiada por empresários e banqueiros. O caso de Henning Boilesen, o cidadão Boilesen, é exemplar. Dinamarquês naturalizado brasileiro, ele virou empresário no País. Anticomunista ferrenho, ligou-se a grupos militares e paramilitares. Outros empresários e banqueiros - nomeados no filme - também fizeram isso, mas Boilesen se destacava por uma particularidade fartamente debatida no filme. Sádico, ele tinha um prazer especial em seguir as sessões de tortura, chegando a fornecer carros da empresa Ultragaz, do grupo Ulbra, que presidia, para operações de repressão.”

Abaixo o trailler do documentário:


Aqui no link do Youtube é possível ver o documentário dividido em dez partes de aproximadamete 10 minutos cada. Para isto é necessário achar e clicar nos outros arquivos parte 2, 3, etc.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Roberto, esse filme "Cidadão Boilesen" é muito bom.


“A Oban de fato era um lugar onde os presos eram torturados às vistas de alguns ricaços que pagavam para poder assistir à tortura dos inimigos deles.”
(Dom Paulo Evaristo Arns)

Henning Boilensen foi um dinarmarquês que, após se naturalizar brasileiro, tornou-se empresário de sucesso e diretor-presidente da empresa Ultragaz, do Grupo Ultra, nos anos 1960, em São Paulo.

Participante ativo da iluminada alta sociedade paulista, parte de sua capacidade empresarial era doada a uma atividade sombria: presenciar e aperfeiçoar a tortura de presos políticos em porões escondidos da ditadura.

Foram muitos os capitalistas envolvidos diretamente na guerra da ditadura contra as organizações de esquerda que a enfrentavam.

A Oban, um dos principais núcleos de investigação e de torturas montados pelo exército brasileiro ao final da década de 60, era financiada por empresários e banqueiros.

Boilesen estava entre eles. Mas, à diferença do empresário Sebastião Camargo ou do banqueiro Amador Aguiar (Bradesco), Boilesen gostava de atuar e se envolver nos aspectos práticos das operações.

Não apenas emprestando caminhões de distribuição de gás da empresa que presidia aos sinistros aparelhos repressivos.

O “cidadão Boilesen” descia aos porões, assistia e participava dos interrogatórios, que não raras vezes resultava na morte do interrogado ou da interrogada.

Atribui-se a ele a invenção de uma “máquina capaz de controlar, com teclados, a intensidade dos choques elétricos, (e) em sua homenagem o aparelho foi batizado de ‘pianola Boilesen’”.

O regime totalitário seria impraticável e insustentável sem a ajuda da elite.

Pouco ainda se sabe e se fala, por razões bem óbvias, da ligação do grande empresariado nacional com o regime militar.

Contudo, é um fato real que o golpe de 1964 foi um golpe civil-militar, com forte suporte financeiro das elites industriais do país.

Muitos empresários não somente apoiaram o golpe, mas também financiaram com grandes somas de dinheiro a repressão e a tortura.