A notícia acima
publicada no caderno especial de Aços do jornal Valor reafirma as dificuldades
do projeto da siderúrgica Ternium deslanchar, segundo projeto previsto e
licenciado , no DISJB (Distrito Industrial de São João da Barrra) no Açu.
A informação de que o
grupo ítalo-argentino, Techint, teria usado no início deste ano, o seu caixa de
US$ 5 bilhões, que até então seria destinado para a construção da Ternium no
Açu, para adquirir cerca de 20% da Usiminas, foi a primeira sinalização da
mudança de rumo nas intenções do grupo que agora identifica também o excedente
de produção mundial de aço, certamente decorrente da crise econômica mundial.
O terceiro grande
problema é o licenciamento do projeto que prevê a construção da usina em área
com mais de 1.300 hectares, com capacidade de produção de 8,4 milhões de
toneladas de aço bruto por ano.
A Ceca Comissão
Estadual de Controle Ambiental (Ceca) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea)
haviam emitido a licença prévia (LP) para a siderúrgica em 21 de dezembro de
2011, depois ratificada por parecer do Inea em 20 de março de 2012 que já
autorizava o início das obras, cuja licença de instalação (LI) foi emitida em
27 de março de 2012 pela Ceca.
Porém, no dia 31 de
maio de 2012, as licenças ambientais concedidas para a siderúrgica Ternium para
instalação no Complexo Industrial do Porto do Açu foram suspensas por ação
civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado Rio de Janeiro (MPRJ).
Segundo o MPRJ, o estudo não garantia a viabilidade ambiental do projeto nem o
atendimento aos padrões e limites de emissão de poluente.
A área projetada para
o empreendimento no DISJB continua reservada. Resta saber o que pensa sobre o
assunto o líder da EBX, empresário Eike Batista, que no dia 23 de maio no Rio
de Janeiro, no evento “Rio Investors Day” voltado para executivos de empresas
de capital aberto, disse que “a siderurgia não é ativo que interessa. Não vou
investir em siderúrgica, mas em campo de petróleo”.
Investimentos em
projetos pesados e de porte como em siderurgia são de longa maturação e mais
que nunca globais, por conta disto, vivem influenciados, pelos tais mercados
que ora caminha num lado e depois em outra.
O fato vem reforçar a
compreensão de que o Complexo do Açu vai tendendo cada vez mais para o setor de
petróleo e gás e menos à mineração e siderurgia, mesmo com o deslanchar do
estaleiro da OSX, que tem em carteira basicamente projetos de produção sondas,
plataformas e navios FPSO voltados para a exploração petrolífera em nosso
litoral.
Um comentário:
Tudo bem. Mas o mundo não vive sem aço. Mais cedo ou mais tarde o excedente acaba.
No vale do Ruhr, oeste da Alemanha, o minério de ferro é encontrado em grandes profundidades. Aqui, tropeçamos nele, sem falar do teor de hematita que ganhamos de lavada. Nesse setor o mundo terá que nos tomar à benção.
Claro, Sheike Batista por enquanto só pensa no petróleo, tal qual o JR do seriado Dallas...
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